XLV - Fim (Ou um começo?)

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Oi, bebês.

Eu acho que já falei tudo que tinha pra falar sobre agradecer e sobre o quanto vocês me salvaram em vários momentos. Então, agora eu só quero deixar registrado aqui que foi um prazer dividir essa história com vocês.

Espero que gostem e fique na memória de vocês assim como vai ficar na minha.

Uma boa leitura e até breve, assim espero.

TT: @umamabs

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POV Gizelly

O espaço fazia parte da pousada e o cenário era a praia. Dois caminhos na areia foram ornamentados com flores e se encontravam em uma bifurcação em frente a um arco cheio das mesmas flores. Precisei me concentrar ao ver que ela estava lá ao meu lado, me hipnotizando, com o cabelo preso e em vestido branco longo, respirei fundo enquanto em passos lentos eu caminhava por todo o caminho. Antes mesmo de chegar a bifurcação nossas mãos se encaixaram e eu respirei fundo ao sentir sua mão tremula encostar na minha. Ela estava tão nervosa quanto eu, mas quando senti nossos dedos se encaixarem perfeitamente como um quebra-cabeças, o leve choque familiar me fez ganhar confiança. Todos estavam lá, minha família, a família dela, nossas amigas. E quando finalmente terminamos de percorrer aquele caminho e paramos uma em frente a outra, Manu entrou pelo outro lado do arco e parou na nossa frente, ela pigarreou um pouco, chamando a nossa atenção e em seguida, começou seu discurso.

- Eu poderia ter providenciado qualquer coisa para esse casamento, mas não poderia deixar que nenhuma outra pessoa fizesse o trabalho que já é meu desde o começo. Sim, Gi, eu fiz a Rafa ir sozinha para sua casa aquela noite. - Eu sorri com a confirmação de algo que eu já desconfiava desde o momento em que aconteceu. Ela tinha pensado em todos os detalhes. Segundo ela, nós já tínhamos as gêmeas para cuidar e a única coisa que nós precisaríamos fazer era escolher nossas roupas e as delas. E conhecendo bem a baixinha, era melhor não contrariar. - Eu vi o relacionamento de vocês se construir... - Ela continuou. - E agradeço por fazer parte da vida de vocês e poder cuidar de vocês em alguns momentos. Eu estou aqui pra passar uma mensagem pra vocês e pra todos que estão aqui presentes. Não que seja necessário, mas eu preciso dizer que a vida de vocês é a história de amor mais linda que eu já pude acompanhar. E com isso, eu posso concluir que vocês devem ter algo pra falar uma a outra.

Eu não tinha escrito, o nervosismo ficou estampado meu rosto. Mas eu comecei a falar mesmo assim. - Eu não escrevi nada, amor. - Falei quando voltei a olhar em seus olhos. - E por isso eu sei que meu discurso não vai ser o melhor, mas eu só quero que seja digno de você. Eu falei de você para minha mãe. Em algum momento, eu falei, hoje eu falo em todos os momentos. Não só para a minha mãe, mas para qualquer um que passar por mim. Às vezes eu não preciso nem falar, as pessoas sabem que eu tenho a pessoa mais especial do mundo. Às vezes eu só quero guardar tudo que você é só para mim, puro egoísmo, o mundo devia conhecer o ser humano que você é. Nossos amigos, nossa família são testemunhas e mais importante, eu estou aqui, despida de toda e qualquer vergonha para te receber, na frente de todas as pessoas que nos amam e nos apoiam em todas as decisões. As promessas que já fizemos estão sendo reafirmadas aqui. E eu prometo mais uma vez te amar, te cuidar, nos cuidar.

POV Rafaella

Ela estava linda. Seus cabelos ondulados estavam sobre os seus ombros e o vestido com alças fininhas iam até o chão com uma abertura deixando parte da sua coxa aparecer. Eu ouvi cada palavra e sorri com a confirmação de que ela tinha mesmo esquecido que precisava escrever algo. Mas me segurei pra não chorar quando a ouvi falar seus votos improvisados.

- Sua vez, Rafa. - Manu me conduziu tranquilamente logo que a Gi terminou de falar.

- Mesmo que eu tenha escrito algo nunca será suficiente para mostrar como eu me sinto, o quanto eu me importo e o quanto eu te quero. Eu juro que tentei decorar as palavras, mas por mais que eu lesse sempre terá algo mais a ser acrescentado. Então, eu resolvi deixar de lado, resolvi não ter roteiro hoje. Eu só preciso de você e da família que nós construímos, nada me faz mais feliz do que o riso infantil dentro de casa quando eu chego cansada e vocês estão lá, isso me renova e sei que você se sente exatamente como eu. Porque ao mesmo tempo que somos completos opostos, somos iguais. Iguais nesse amor, por nós, pelas meninas e por tudo que somos. Você é parte de mim e eu sou parte de você. E temos dois pedacinhos nossos que logo vão estar correndo por todos os lados. E eu só quero poder cuidar, amar e buscar sempre a felicidade com você, com vocês. Eu prometo que esse vai ser o meu propósito de vida.

Em meio a lágrimas Manu nos fez um sinal para que virássemos, nossas mães estavam entrando junto com nossas filhas. Ana estava no colo de Marcia e Liz vinha com minha mãe, presas nos pulsos das meninas por uma fita branca estavam nossas alianças. Elas se aproximaram e Marcia tirou a aliança que estava com Ana e me entregou, minha mãe fez o mesmo com a que estava com Liz, mas a entregou a Gi.

- Ai, meu Deus, essa família é muito fofa. - Manu não se controlou em manter a seriedade, mas logo pigarreou. - Então, vocês podem trocar as alianças. - Nossas mãos estavam trêmulas, mas obedecemos rápido o que a baixinha havia pedido e voltamos a olhar para ela. - Estão esperando o que? Eu estou ansiosa, beijem logo, vocês estão casadas.

Nós rimos e diminuímos o espaço que ainda existia entre nós, esse espaço que acabamos de reafirmar e prometer que não existiria. Selamos nossos lábios para firmar esse pacto.

Fim.

Puzzle - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora