XXVI - Nos ame de volta.

2.4K 274 100
                                    

Oi, bebês.

Demorei, né? Mas vai valer a pena, eu prometo.

Lembrem de comentar e votar.

Beijo e boa leitura. 🥰

TT: @umamabs

_____________________________________________

POV RAFAELLA

Eu me afastei quando consegui me acalmar e mesmo que eu quisesse continuar ali, naquele abraço que fazia com que eu me sentisse protegida e em segurança, não podia, não por enquanto. Respirei fundo e ao olhar nos olhos dela senti o quanto ela também estava confusa, a diferença era que eu estava pronta e ela não. - O que você pretende fazer? - Finalmente perguntei, rezando para que ela ter vindo me encontrar tão longe não fosse algo em vão.

- Primeiro eu preciso contar tudo que aconteceu durante esses dias, enquanto você estava em Goiânia. – Eu poderia tocá-la, de tão perto que estava e pra evitar esse impulso, levantei e sentei em um sofá pequeno que tinha no quarto. – Eu não sei como começar, a não ser pelo começo.

Meus dedos se emaranharam entre meus cabelos, e com minhas mãos em minha cabeça, massageei cada lado dela, tentando a todo custo diminuir a pressão que se formava, minha cabeça estava explodindo e eu sabia que nada seria capaz de fazer diminuir essa dor que de tão emocional, chegava a ser física. – Não, eu não quero saber. Se você veio até aqui pra me falar de novo que quer ficar longe de mim, não precisa, uma vez já foi suficiente. Eu não...

- Eu te amo, Rafa. – Ela falou antes de eu concluir meu raciocínio e quando viu que conseguiu me calar, ela continuou. – Eu te amo. Eu nunca pensei que fosse querer alguém assim, nunca imaginei querer alguém ao ponto de me colocar completamente de lado pra tentar fazer o melhor por outra pessoa. – Ela levantou da cama e veio até o meu encontro, mas não sentou ao meu lado, ela só ajoelhou no chão e tentou encontrar meus olhos ao ficar no mesmo nível que eu. E ao encontrá-los, ela continuou. – Eu estou grávida. Eu pensei que te afastar seria o melhor pra você, mas eu fui idiota por não deixar você decidir se queria ou não ficar. – Eu abri minha boca pra falar, mas ela continuou. – Eu te amo. Posso repetir isso durante a minha vida toda. Eu te amo e eu estou grávida. E estou começando a amar meu bebê também. E eu sou só uma garota, na frente da mulher que ela ama, pedindo pra que nos ame de volta.

As lagrimas pararam de lutar contra a gravidade e caíram. Eu a abracei. Uma palavra não saia da minha boca, única coisa que consegui fazer, foi envolver seu corpo em meus braços e chorar, chorei como se tivesse tirando o maior peso das minhas costas, mas também como uma criança que se separa de seus pais em um parque de diversões e se perde. Era exatamente assim que eu havia me sentido no minuto em que coloquei meus pés pra fora do seu apartamento aquela noite. Me sentia perdida. E agora ela me fala que também me ama. Pouco me importava a gravidez, isso não era um problema pra mim, eu amaria qualquer coisa que viesse dela, amaria ainda mais uma criança que viesse dela. Ela não falou mais nada, só me acompanhou no choro. Eu tentei por vezes conter os soluços, mas era impossível. Permaneci ali, em seus braços, confortavelmente encaixada em seu corpo. Até que um sussurro escapou de meus lábios. – Eu pensei que tinha feito tudo errado.

- Não, não, não. Não fala isso, única errada nisso tudo sou eu. – Sua mão parou em meu rosto, fazendo carinho enquanto me fazia olhar em seus olhos.

- Eu pensei que você tinha surtado por eu ter ido pra Goiânia falar sobre a gente. – Eu não conseguia esconder o bico que se formava em meus lábios enquanto eu falava. Não sabia se estava magoada, mas eu ainda estava chorosa e isso eu não conseguia controlar.

- Se você quiser, a gente vai pra lá agora e eu falo com seus pais, com seu irmão, sua cunhada. Brinco com sua sobrinha, passeio com seus cachorros. Só me perdoa, me desculpa por ter sido tão insegura e idiota. Eu devia ter conversado com você, devia ter falado a verdade. Te contado como aconteceu. – Ela pareceu hesitar um pouco.

- Você vai me contar como aconteceu? – Ela sentou ao meu lado no sofá e balançou a cabeça em sinal positivo.

- Nós não estávamos juntas ainda, eu juro. Eu precisei ir a Vitória logo depois da gente se conhecer, terminei um namoro afundado que tinha lá e acabei bebendo mais do que eu devia. Dormi com um cara que eu não sei quem é. Porque eu estava com tanta ressaca moral no outro dia, que não esperei ele acordar pra descobrir o nome. Quando eu comecei a me sentir mal, eu desconfiei, mas eu não tive coragem de confirmar, até que não tinham mais como não fazer o teste. Eu chamei a Manu e ela me ajudou.

- Perai, a Manu sabia de tudo e não me falou nada? Ela me deixou sofrer todos esses dias? – Pela primeira vez eu estava me sentindo traída e, talvez, até com raiva.

- Não fica chateada com ela, eu estava com medo, ela só tentou me ajudar. Ela falou mil vezes que eu devia te contar, eu que não ouvi. E acho que por isso que ela me trouxe até aqui. Nesse exato momento, deve tá no quarto ao lado esperando pra ver se eu não fugi sem falar nada. – Ela se apressou em defender a pequena pilantra que me enganou sobre não falar pra ninguém onde eu estava e que me escondeu toda a verdade. – Você não me respondeu. Eu preciso que me fale. Você me desculpa por ter sido uma completa imbecil?

Minhas mãos foram até o seu rosto e eu o puxei contra o meu, praticamente esmagando seus lábios com os meus. Não era um beijo, foi só um selinho demorado e forte, eu estava com saudades, só queria ter esse contato de novo. – Eu estava pronta pra voltar assim que minha cabeça estivesse em ordem, pra te procurar e ter minha mulher de volta. Eu te amo, Titchela. E sim, eu te perdoo, mas tem uma condição. – Eu falei ainda com meus lábios colados nos dela.

- Qual? – Ela me olhou confusa e separando nossos lábios, se afastando um pouco, mas só o suficiente pra poder me olhar nos olhos.

- Me deixa cuidar de você, me leva nessa aventura que você se meteu. Eu prometo que vou fazer de tudo pra ser uma boa mãe pra esse bebê que você tá carregando. – E agora foi a vez dela me abraçar e se enterrar em meu pescoço. O choro voltou, mas tinha alívio nele e dessas vez foi eu que a acompanhei.

Puzzle - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora