XXVIII - Namorada? I

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Boa noite, bebês.

Tô mal humorada. Queria ter dormido mais e não dormi, então, é isso. Sem xamego hoje. Fiquem bem, bebam água e não façam nada que eu não faria.

Votem, comentem e vão me dá biscoito no tt. Obrigada. De nada.

TT:@umamabs

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POV GIZELLY



O avião tinha pousado, e parecia a primeira vez que eu tinha viajado em um desses. Meu coração parecia tentar sair pela minha boca, ao meu lado ela dormia, tranquila, e eu não tinha fechado os olhos durante todo o trajeto. Eu sabia que tinha feito ela passar por coisas desnecessárias, mas também sabia que a família dela tinha a acompanhado, mesmo que indiretamente, nesse sofrimento.



Minha mão foi até o seu braço, que queria chamar sua atenção e fazer ela acordar. Ela tinha adormecido no mesmo minuto que o avião decolou, com a tranquilidade que eu não estava sentindo. Eu estava com medo, dessa vez não iria deixar meu medo comandar minhas atitudes, mas eu estava morrendo de expectativa em saber como eu iria ser recepcionada na chácara que Rafa tanto fala, não sei como a família dela vai me receber depois de tudo que aconteceu. A verdade é que ela estava tão segura e tranquila, que não tinha como eu não obedecer e pelo menos, tentar ficar calma.



Tato e Dani vieram nos pegar no aeroporto, eu queria cavar um buraco e me enterrar de tão envergonhada que estava. Eles não me trataram mal, pelo contrário, mas eu sabia que eles sabiam sobre eu ter sido o motivo pra tanta preocupação nos dias em que Rafa não deu notícias a família. Aquilo ainda me enchia de culpa e, como se pudesse ler meus pensamentos, Rafa entendeu minha quietude e apertou minha mão que estava sobre o banco traseiro da 4x4. Todo e qualquer nervosismo se dissipou ali, naquele aperto de mão, naquele carinho que era tão conhecido que parecia casa.



- Rafa disse que você tá com medo da gente. - Tato falou com um sorriso no canto dos lábios e eu notei que era uma provocação descarada, só não tinha certeza se era pra mim ou pra Rafa, parecia mais pra ela. Afinal, ela fez uma cara feia pra ele pelo retrovisor.



- Um pouco, talvez. - Falei um pouco mais baixo do que normalmente falaria com alguém que está tentando me zoar.



- Para, Renato. Sua irmã não precisa ficar desconfortável na frente da namorada por sua causa. - Dani tentou remediar, mas a menção de sermos namoradas não ajudou muito. Rafa se encolheu, mas eu agradeci a com um sorriso pequeno pela cunhada dela ter feito Tato parar. Vi a oportunidade de brincar e tentar melhorar o clima.



- Não somos namoradas, pelo menos eu não lembro de nenhum pedido. - Virei meu rosto e a encarei com um sorriso cínico demonstrando a minha brincadeira.



- Podemos mudar de assunto? - Ela tentou fugir. - Ainda não teve pedido, ainda. - Ela me olhou de volta e sorriu depois de frisar o "ainda".



De novo sua mão procurou a minha, nossos dedos entrelaçaram e aquele toque estava cheio de expectativa e nervosismo, eu não era a única que estava ansiosa para o encontro com a família dela. Mas algo me dizia que ia ser mais tranquilo do que seria com minha mãe.



Tato entrou em uma rua tranquila, parou em frente a um portão branco, enorme, um muro vivo circulava todo o terreno, a casa ficava bem no centro. Tudo era muito bem cuidado, tinham plantas pra todo lado. A frente da casa estava toda iluminada, parecia que estava pronta pra uma festa, e estava mesmo. Quando descemos do carro, conseguíamos ouvir a música alta. Dani se desculpou com Rafa com o olhar quando viu a surpresa estampada no rosto da cunhada.



- Você conhece Dona Gegê, depois que decide que tem que fazer uma festa, ela vai lá e faz. Não tinha como evitar a resenha.



- Relaxa, Rafinha, nossa mãe só quer que vocês se sintam em casa e que a Gizelly já chegue sabendo que ela não dispensa uma farra. - Tato passou um dos braços pelos meus ombros e cochichou em meu ouvido. - Vai ficar tudo bem, a Rafa já explicou tudo e tá tudo bem. - Eu estava muda desde que notei o que me esperava. Nada tirava da minha cabeça que isso não ia ser só uma festinha em família. Rafa parecia saber também, pois a vi respirar fundo, como se estivesse se preparando para todas as perguntas que teria que responder durante aquela festa.



- Diga a mãe que a gente vai tomar um banho e daqui a pouco descemos. Você pode ajudar a gente a levar as malas pro meu quarto? - Ela falou, mas Tato já estava com a minha mala na mão.



- A sua não, vou levar a da minha cunhadinha. Se vira cabeçuda. - Mal terminou de falar e já estava entrando em casa com minha mala em mãos. Rafa revirou os olhos rindo e eu não aguentei e acompanhei ela e Dani na risada.



Ainda tentei pegar a mala de Rafa, mas ela me olhou de cara feia e eu fiquei com medo dela tentar me assassinar por querer fazer algo além de existir. Só a segui casa a dentro, a festa estava acontecendo nos fundos da casa, então, não encontramos ninguém pelos cômodos. A porta estava aberta quando chegamos, Tato já tinha deixado minha mala dentro do quarto, perto da porta, e tinha sumido.



- Desculpa, amor. - Rafa se virou pra mim assim que entramos no quarto. - Eu não sabia que ela estava planejando uma festa, mas eu devia ter pensado que sim, ela não falava em outra coisa depois que eu falei sobre nós da outra vez que eu estive aqui. - Ela jogou seus braços sobre os meus ombros e fez um cafuné gostoso a minha nuca com uma das mãos. Seus olhos estavam cheios de carinho, mas ela tinha cansaço neles também.



- Não se preocupa, bebê. Vamos tirar de letra. - Deixei um selinho demorado em seus lábios e quando eu ia me afastar ela não deixou, o beijo se aprofundou e quando vi, eu estava com o corpo encostado na porta do quarto e ela estava trancando. - Rafa, a gente precisa descer. - Agora seus lábios estavam no meu pescoço e suas mãos tinham descido até a minha cintura.



- Eu sei. Mas quero ficar aqui com você um pouco. - Sua mão foi até a minha barriga e no mesmo instante que eu senti um arrepio se espalhar pelo meu corpo, ela pareceu se demorar um pouco mais no mesmo lugar e quando me olhou, tinha um sorriso besta no rosto, aquele sorriso que faz ela fechar os olhos. - Já dá pra notar sua barriguinha, bebê. Vem aqui. - Ela me puxou pela mão, sentou na cama e me deixou de frente pra ela. Quando levantou minha blusa entendi sua intenção e só inclinei a cabeça pra observar e sentir o seu toque em minha barriga. - Sua mãe é muito linda, sabia? - Ela falou com a barriga e eu só conseguia rir feito idiota pelo jeito bobo dela. - Quando você sair, vai ver. Vai ver que o sorriso dela, esse que ela tá agora, - ela falou sem me olhar - é o mais lindo que existe no mundo.



Eu não conseguia conter mesmo o sorriso que se formava quando ela falava desse jeito. Fui abraçada e sua cabeça repousou na minha barriga e minhas mãos começaram um cafuné em sua cabeça e quando ela me olhou me afastei um pouco no abraço e encostei minha testa na dela, deixando mais um selinho, que logo virou mais um beijo cheio de carinho. - Eu te amo. - Falei e senti o sorriso se formar mais uma vez colado em meus lábios.



- Eu também te amo. Mas é melhor mesmo a gente se apressar, ou Dona Gegê vai acabar batendo aqui na porta. - Ela falou antes de deixar mais um selinho em meus lábios. Nos separamos com muito esforço e ela me mandou ir tomar banho primeiro. Se entrássemos juntas, só sairíamos amanhã.


Puzzle - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora