XLIII - Eu sei

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Oiiiii. Voltei. 👀

E venho falar que vou postar os capítulos finais, talvez sejam mais dois ou três capítulos além desse até o final. Como vocês estão com essa notícia?

A manip da capa do capítulo é da @editgirafa vocês já devem conhecer, mas caso não conheçam vão lá ver os edits dela que são fodas.

Logo eu volto com mais um capítulo.

Boa leitura. 😘

TT: @umamabs

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POV Rafaella

- O que é isso, Rafaella? – Minha mãe acordou assustada quando eu literalmente saltei da cama ainda sentindo o arrepio percorrer o meu corpo depois de ouvir nitidamente a voz dela. E dessa vez eu não acredito que estava sonhando, pois eu senti o hálito dela na minha pele e assim como o cheiro que eu já havia sentido antes, era real. 

- Ela acordou, mãe. – Falei aparecendo na porta do banheiro e voltando para poder escovar os dentes e tomar um banho.

- Dr. Thelma Ligou? Eu não ouvi o celular. – Minha mãe parecia confusa. 

- Não, ninguém ligou. Mas ela acordou, eu sei. – Falei um pouco mais alto de dentro do banheiro. Estava eufórica, não conseguia entender o que estava sentindo, mas eu sabia que ela tinha acordado, explicar seria difícil, eu só sabia. 

Minha mãe apareceu com a cara amassada na porta do banheiro. – Minha filha, não é melhor você ligar para o hospital e ver se está tudo bem? São 2 horas da manhã, tenta confirmar antes de ir, está tarde é perigoso você sair assim. – Continuei meu banho em silêncio, ela me observou por alguns segundos e depois resolveu me dá um pouco de privacidade.

- Eu vou para o hospital, se a senhora quiser, liga lá e confirma. Mas eu estou saindo, porque eu sei que ela acordou, ela me pediu para ir lá pegar ela. – Foi o dia em que eu me vesti mais rápido, em poucos minutos eu passei de uma pessoa sonolenta a alguém com as chaves de casa nas mãos, prestes a sair. – Mãe, cuida das meninas, eu vou buscar a mãe delas. 

POV Gizelly

Meus olhos estavam pesados e quando eu os abri a luz os fez doer. Me vi em um quarto que não era familiar e só depois de um tempo consegui reconhecer que estava em um quarto de hospital. Aos poucos fui recobrando a consciência e quando as lembranças dos últimos acontecimentos atingiram a minha mente o desespero começou a apertar o meu peito. Eu estava sozinha. Fechei os olhos novamente e tentei controlar a respiração, missão que ficava cada vez mais difícil, o silêncio que me rodeava deixava com que os batimentos fossem ouvidos dentro da minha cabeça. O barulho da porta me fez sair do início de uma crise de ansiedade, só a presença dela já me fez recobrar a consciência, mas continuei agitada e o choro que estava preso se tornou livre. Sua bolsa foi deixada no chão logo assim que seus olhos cruzaram os meus. Eu senti o seu corpo cobrir o meu e qualquer dor que eu pudesse estar sentindo era pequena demais perto do que era sentir que ela estava ali comigo e todo o sentimento de solidão se desfez naquele abraço.

- Eu senti tanto medo. – Ela sussurrou ainda com o rosto escondido no meu pescoço. Eu tentei levantar minha mão até o seu cabelo, mas o peso do corpo dela não deixou meus braços irem além do meio das suas costas. Agora seu choro se misturava com o meu.

- Amor, onde estão nossas filhas? Elas estão bem? – A preocupação ficou nítida na minha voz e foi aí que ela levantou um pouco pra poder me olhar.

POV Rafaella

Eu levei minhas mãos até o seu rosto, verificando se ela era real ou se não passava de mais um sonho. – Elas estão bem e são lindas, elas tem os seus olhos. – Alívio surgiu em seu rosto e eu ouvi ela soltar o ar que estava preso assim que eu pronunciei a frase “Elas estão bem”.

- Eu quero minhas filhas, porque elas não estão aqui comigo? – A voz foi chorosa mas ela já estava mais calma. Eu já havia me afastado um pouco e estava sentada ao seu lado na cama.

- Você perdeu muito sangue, amor, o parto foi complicado. Você precisou ficar em observação por uns dias, a Thelma te induziu a dormir, para que a recuperação fosse mais tranquila. Mas elas estão bem, eu prometo. Estão em casa, mas logo você vai poder estar com elas, tá bom?

- Quando eu vou poder ir pra casa. – Ela estava ansiosa, eu também estava. Mas eu não tinha a resposta pra aquela pergunta.

- Nós precisamos conversar com a Thelma, bebê. Ver se está tudo bem mesmo e assim que ela liberar, nós podemos ir pra casa.

Ela fez um sinal positivo com a cabeça, se encolhendo um pouco na cama e no mesmo minuto procurou minha mão, a apertando um pouco. – Eu sonhei com você. – Ela falou com a voz mais tranquila.

- Eu também sonhei com você, não passei um só dia sem sonhar. E mesmo quando eu não sonhava, eu te sentia comigo. – Nada me fazia pensar que ela não esteve comigo todo esse tempo. – Levei sua mão aos meus lábios e a beijei. Um sorriso se formou em meus lábios. – Eu senti muito a sua falta, você não imagina como foi difícil não ouvir sua voz.

Alguma memória pareceu chegar para ela. Ela levantou a sobrancelha, meio que em dúvida a respeito do que ia falar, mas mesmo assim ela perguntou. – Você cantou pra mim?

Eu não entendi muito bem a pergunta. Mas lembrei da música que tinha colocado pra tocar outro dia e sim, eu tinha cantarolado a música em alguns momentos. – Eu acho que sim. Porquê?

- Amor, eu te amo... – Ela começou em tom de brincadeira. – Mas eu espero que você não esteja cantando para nossas filhas dormirem. – Eu gargalhei com o que ela tinha acabado de falar e ela sorriu quando ouviu minha risada.

- Não, a Manu não me deixa cantar perto delas. – Falei fingindo estar emburrada.

- Minha filha mais velha só me dá orgulho. Me lembre de falar isso pra ela depois. – Ela ainda sorria e eu não consegui manter o bico por mais tempo, sorri de volta e fiquei a olhando por uns instantes. Só Deus sabe o quanto eu senti falta de ver aquele sorriso.

Ela se afastou um pouco na cama dando um pouco de espaço, puxou um pouco a minha mão para que eu me aproximasse um pouco mais. – Vem, deita aqui, eu estou com saudade. Me conta como as meninas são.

Puzzle - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora