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*ATENÇÃO: (se você é sensível a narradora brega dessa história: Não leia. Hoje temos Mel no modus operandi açúcar ou quase isso)
O capítulo a seguir trata-se de uma reimaginação da cena do primeiro beijo do casal protagonista. Pequenos detalhes na construção dos diálogos foram alterados no intuito de aprimorar algumas falas - nada que altere o sentido de como as coisas ocorreram - são aperfeiçoamentos apenas. Peço encarecidamente que não voltem para reler o capítulo original (Eu gosto dele, mas sei que evoluí bastante e prefiro que guardem essa versão alternativa na memória. Além disso pouco importa o que Jimin sentiu ou pensou e, na minha opinião, muito se perde se voltarem a se contaminar pelas coisas que ele tem como verdades absolutas - deixem minha menina narrar sozinha). Boa leitura!
I want to reconcile the violence in your heart
I want to recognise your beauty's not just a mask
I want to exorcise the demons from your past
I want to satisfy the undisclosed desires in your heart
- Undisclosed Desires, Muse
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O sinaleiro rouba minha atenção, desesperada por um alívio aos olhos. As orquídeas negras em seu punho infectaram muito mais que meu olfato. Veneno, não feito perfume - escorregadio como uma mamba-negra.
Jimin não é um príncipe vestindo armadura dourada, o ambiente me diz e o vermelho do pare está em consonância com a direção do raciocínio. Pode ser que nunca tenha sido.
Seu carro caro, deslizando pelas ruas de uma Roma tanto boêmica quanto bem iluminada não é a fantasia do cavalo branco. Iludida eu seria se pensasse o contrário. Questão importante e dou meu melhor mantendo esse fio de coerência, indo embora junto das luzes da viatura naquela boate, escapando de mim a boa providência, esquecida nas moedinhas dos turistas - os românticos sonhadores na Fontana di Trevi - porque sou hipócrita.
Estou em busca de uma resposta que me confirme as suspeitas: ele é nocivo. Mas aceitei o abraço, aceitei também o convite.
"Não está sozinha".
"Vai ficar comigo pelo resto da noite".
"Não precisa voltar para casa".
As ruas se tornam borrões indistinguíveis e as últimas palavras ditas são mantidas mais nítidas em memória que os quatro sentidos.
O arrepio das palavras é convertido em efeito do ar artificialmente gelado em meus ombros descobertos. Não é seguro pensar que vem de outra forma, através das ideias que saem de rota, sendo quente depois frio, um enigma sem manual de instruções e, em seguida, indicando saídas simples demais para caminhos apartados da escolha correta, cheios de rochas pontiagudas.
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Mi Frantumi
Romance"Enquanto as mãos dele permaneciam sujas do mesmo dinheiro que me enriquecia, eu só rogava aos céus para que continuassem a me tomar como propriedade e me estilhaçar em ínfimas partículas de amor e dor. Eu o amei e não me arrependo." [...] Garoto en...