Sirius não havia visto Crystal já que seu foco estava em Harry, mas ela olhava cada detalhe dele: seu rosto antes muito bonito estava extremamente branco e ossudo, cansado e envelhecido como ela jamais imaginara; suas roupas eram gastas e ele estava muito mais magro do que antes; e ele tinha bigode e uma barba para fazer agora. Ele era agora o completo oposto do que Crystal pensara que ele seria quando adulto: exausto, desleixado e quase doente, mas pelo menos ainda havia o mesmo brilho de sempre nos olhos cinzas.
Num átimo, ele atravessou a sala e agarrou Harry com as mãos trêmulas.
— Harry, você está bem? Eu sabia... Eu sabia que uma coisa assim... O que aconteceu? — perguntava enquanto guiava o menino até uma das poltronas na frente da escrivaninha do diretor. Ele nunca havia posto os olhos nela, até porque Prof. Dumbledore esteve na frente de Crystal o tempo todo... Seja de propósito ou não.
O diretor notou o estado de choque de Crystal e a guiou para dentro da sala, fechando a porta e indo se sentar em seu lugar. O coração de Crystal estava muito acelerado e ela não sabia o que fazer, se andava ou dizia alguma coisa — apenas olhava Sirius incansavelmente. Olhando por cima dos óculos meia-lua, Alvo Dumbledore a mirou.
— Srta. Phoenix, junte-se a nós... Parece que precisa se sentar também.
O corpo de Sirius ficou tão tenso que ela notou de longe e ele se virou em uma velocidade impressionante para encará-la. A mão no ombro de Harry o apertou e os olhos cinzas que Crystal tanto amava a encarou com tanto espanto... E tanta raiva. Os segundos pareceram muito longos com aquela troca de olhares intensa, estavam sufocantes.
— Você? — o sussurro de Sirius soou rouco. — Depois de todos esses anos... Como... O que você faz aqui?
Mesmo que o tom de Sirius fosse o mais acusador possível, Crystal não conseguiu responder — mesmo que ela jamais tivesse aceitado esse tipo de tom de quem quer que fosse. Ela o encarou por poucos segundos, mas eles pareceram horas.
— Nós... Eu... Vim para ajudar, mas...
— Ajudar? — a voz amargurada de Sirius interrompeu a mulher, mesmo que ela mesma não conseguisse se concentrar e se interrompesse o tempo todo. Ele soltou uma risada rouca e que não carregava divertimento algum. — Acho que nunca foi de muita ajuda, não é, Phoenix?
Alguma coisa pareceu estalar na cabeça dela e Crystal franziu a testa.
— Por que está me tratando desse jeito? — a pergunta saiu antes que ela pudesse pensar a respeito. Sirius estava prestes a dar mais uma resposta atravessada quando Dumbledore limpou a garganta.
— Sei que os dois devem ter muito o que esclarecer entre si, mas vamos focar nas questões de agora. — o olhar professorial de Dumbledore passou de um para outro. Crystal, sentindo uma outra onda de exaustão, se arrastou para sentar na poltrona à direita de Harry e viu Sirius dar um passo para o lado oposto, ficando de pé atrás do garoto.
— O que aconteceu? — Sirius perguntou mais uma vez, mantendo os olhos no diretor ou no afilhado. Como que para consolá-lo, Fawkes voou pelo escritório e pousou no joelho de Harry.
O Prof. Dumbledore explicou em vários detalhes sobre a conversa que tivera com o falso Moody — que agora Crystal sabia que se tratava na verdade de Bartô Crouch Jr. — e a mulher começou a voltar ao seu estado anestesiado. Apoiando a cabeça na poltrona macia, ela fechou os olhos e perdeu a noção da realidade. As palavras eram ouvidas de vez em nunca e com muita dificuldade, como quando se tenta sintonizar um rádio.
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𝗠𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗦 𝗠𝗨𝗧𝗔𝗡𝗗𝗜𝗦, 𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌
Fanfiction" NÓS SEMPRE TERMINAMOS UMA CONVERSA OLHANDO PARA AS ESTRELAS " ᖽ ᴍᴜᴛᴀᴛɪꜱ ᴍᴜᴛᴀɴᴅɪꜱ ᖾ Como seria se você se visse, depois de um estranho acontecimento, dentro de sua história favorita? E se você acabasse nessa junto com mais quatro pessoas...