51. Estrelas Vivas, Estrelas Mortas

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        Dizer que o grupo não ficou chocado com o novo casal seria mentira — apenas não era exatamente pelo fato de que Dora e Remus estavam juntos, mas sim por Remus ter concordado em tentar.

        Dizer que todos aceitaram tranquilamente também seria mentira: Aurora fez questão de deixar bem claro o quão incomodada ela estava com aquilo — por mais que estivesse de cara virada para ele, ela confiava em Remus para muitas coisas... Mas o coração de sua irmã não era uma delas. A discussão entre a gêmea de Dora e o mais novo namorado da mesma teria durado muitas horas se Louise não tivesse sido corajosa — "ou estúpida" foi a nota mental de Alex novamente —  o suficiente para se colocar no meio. Com meia dúzia de palavras, a loira não só roubou a atenção de Aurora para si, como a fez se esquecer completamente da existência de Remus.

        Menos de meia hora depois, Aurora já havia se cansado de falar com a mulher — tanto por ela estar dando atenção demais para a outra bruxa quanto pela loira ter sempre uma resposta para tudo.

        Discussões a parte, as coisas voltaram rapidamente ao "normal": Dora voltou com a irmã para casa depois de dois dias sob os cuidados de Louise, que garantiu que a visitaria para entregar poções de cura — mesmo que Alex tivesse certeza que "irritar Aurora" estava no topo da mais nova lista de afazeres da bruxa — enquanto Crystal permaneceu na casa de Louise por uma semana.

        — Sabe, você emagreceu bastante desde a última vez que nos vimos. — comentou Louise enquanto ambas faziam o almoço em um domingo. — Logo, logo você vai parecer um poste com uma bola amarrada. 

        — Vá se ferrar, garota. — foi a resposta ao comentário da amiga enquanto olhava sobre os ombros. — Não coloque mais coisas na cabeça dele. — sussurrou.

        Sirius, que sabia pouco sobre preparo de comida, estava botando a mesa e ajeitando a sala. Ele havia dormido na sala de Louise na primeira noite, mas voltara ao apartamento no dia seguinte. Com a ajuda de Lupin e Alex, Sirius havia empacotado rapidamente tudo que havia no local, mantendo as coisas importantes — e os poucos presentes que haviam ganhado de Molly para o bebê — consigo e guardando todo o restante que valesse a pena em seu cofre no Gringotes. Aos poucos, Sirius levou algumas mudas de roupas de Crystal para o esconderijo que tinham e outras para A Toca.

        Depois de tudo isso, ele passava praticamente todo o seu tempo livre na casa de Louise.

        — Eu brinco com você, mas é verdade quando digo que isso me preocupa. — Louise sussurrou de volta enquanto cortava tomates para a salada. — Tem que ficar atenta à sua saúde, Crys.

        E Crystal só não se sentia irritada por ter que levar um sermão, pois sabia que Louise também entendia o motivo para seu desânimo e perda de peso. A bruxa começava a imaginar que a pocionista já havia passado por suas perdas também.

        Crystal se mudou da casa de Louise para o chalé logo depois daquele dia, sendo visitada por Sirius quatro vezes na semana no começo — aquele havia sido o trato que fizeram para não levantar muitas suspeitas no mundo bruxo caso ele, Sirius Black, simplesmente desaparecesse. Nos outros três dias, o bruxo ficava, por mais que odiasse, no Largo com Alex e Remus. Os amigos também a visitavam durante aquele período — Dora com menos frequência por conta do trabalho — e o irmão chegara a dormir lá noites seguidas para fazer companhia e cuidar de Crystal.

        Apesar do tempo passar rapidamente para muitos, ele corria mais lentamente para Crystal. Era excruciante ver os dias se transformando em semanas e as semanas em meses sem poder fazer nada para ajudar a Ordem. Logo Maio havia chegado, a bruxa já estava com sua gestação avançada e as notícias que chegavam aos seus ouvidos a preocupava, a principal delas revirando seu estômago: Rony havia sido envenenado após tomar uma bebida de Slughorn que seria entregue a Dumbledore.

𝗠𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗦 𝗠𝗨𝗧𝗔𝗡𝗗𝗜𝗦,	𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora