52. Limites

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        Mesmo que as chances fossem altas, Aurora não poderia dizer que esperava que Comensais da Morte realmente fossem atacar Hogwarts na ausência de Dumbledore. Quando aconteceu, porém, não teve como pensar duas vezes antes de começar a lutar. E, quando percebeu, tudo havia acabado e Dumbledore estava... Morto.

        Snape havia matado Dumbledore, era o que Harry havia dito ter presenciado.

        E ela acreditava no menino.

        Aquilo, porém, só começou a atingi-la quando já estava n'A Toca, aguardando qualquer informação sobre o parto da amiga andares acima. Ela ouviu os choros e resmungos de um bebê no momento que aparatou na frente da casa dos Weasley, talvez melhor do que os outros por conta de sua audição melhorada depois da mordida.

        — Estão demorando, não acham? — perguntou Alex, andando de um lado para o outro. Em todos aqueles anos que conhecia os Phoenix, era a primeira vez que ela o realmente ansioso.

        — Um bebê saiu de dentro da sua irmã, não espere que ela simplesmente apareça andando, Alex. — Aurora rolou os olhos e, por mais estúpido que fosse, Dora e Lupin sentiram vontade de rir. O ex-corvino apenas murmurou mais um de seus resmungos.

        Mas ela entendia o nervosismo do mais novo: com Gui Weasley ferido, Molly não estava ali para ajudar no parto, sobrando para Louise fazer tudo sozinha. Nenhum dos dois duvidava da capacidade da pocionista, Alex ciente da inteligência da mulher e Aurora do quanto era esforçada. Havia, porém, o receio de que as coisa dessem errado e se afastassem cada vez mais da área de conhecimento de Louise.

        Mas nada de ruim aconteceu.

        Quando Louise apareceu no térreo d'A Toca uma segunda vez — a primeira sendo para barrar o grupo e deixar Sirius e Crystal terem seu momento — para falar com eles, havia um sorriso aliviado em seu rosto. Aurora observou como os cabelos loiros da mulher estavam amarrados de qualquer forma no alto da cabeça, em como alguns fios grudavam no pescoço e testa.

        E lá estava ela, fazendo aquilo de novo. Não era mais um ato involuntário, mesmo que jamais fosse admitir em voz alta: ela gostava de observar Louise sempre que se esbarravam naqueles meses — o que passou a ser algo recorrente quando Aurora aceitou o fato de que se sentia confortável apenas em vê-la. Isso foi logo depois de começar a notar como o sorriso de Louise formava leves rulgas nos cantos dos olhos; como ela vivia com papel e pena sempre próximos para caso de novas descobertas sobre poções ou outras coisas, espalhando-os por todos os cantos de sua casa; ou em como ela adorava cuidar de suas plantas no belíssimo jardim que tinha.

        Sim, Aurora havia passado algumas horas lá. Louise chamava-a vez ou outra para um chá ou para pegar poções para a Ordem — o que sempre acabava com a loira provocando a outra.

        E, antes de aceitar que queria estar próxima de Louise, Aurora teria preferido morrer ao ter que admitir que adorava aquelas provocações.

        — Estão todos bem. — informou Louise, trazendo Aurora de volta para a realidade. — Crystal está exausta, os bebês estão sujos, mas lindinhos... E Sirius ainda não desmaiou nem matou os outros afogados com a sua baba.

        Remus não pode deixar de rir, tanto de alívio e felicidade pelos amigos quanto pela piada. O suspiro de Alex resumiu o sentimento geral, os ombros relaxando sob um peso invisível.

        — São realmente dois? — perguntou Dora, olhos brilhando.

        — Sim, um casal. — respondeu a loira, limpando as mãos sujas de vermelho em uma toalha que carregava consigo antes de jogá-la sobre o ombro. — Vou precisar de ajuda de vocês, meninas. Dora, ajude Sirius e Monstro a limpar os bebês, o elfo vai levar o necessário lá para o quarto. Aurora, você vem comigo.

𝗠𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗦 𝗠𝗨𝗧𝗔𝗡𝗗𝗜𝗦,	𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora