𝗠𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗦 𝗠𝗨𝗧𝗔𝗡𝗗𝗜𝗦, 𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌

『「BÔNUS: Maldito Sirius Black (+18) 」』

versão extendida do capítulo "41. Retorno, Esclarecimentos e Declarações"

—x—

        Faziam meses desde a última vez que Crystal ouvira Sirius dizer seu nome — anos para ele. Como se aquilo não fosse o suficiente para fazê-la se sentir dormente como em um sonho, ele havia simplesmente admitido tudo de uma vez: que havia sofrido com sua partida, que se preocupava e que a amava — antes, agora e para sempre.

        Ela sentia seu coração saltitar feliz no peito, a pele arder como se estivesse em chamas e borboletas voando loucamente em seu estômago.

        Ainda que pudesse facilmente dizer tudo de volta, Crystal forçou seu interior a se acalmar. Desde quando Sirius agia daquela maneira? Ele não deveria estar em seu juízo perfeito...

        — Você deve estar bêbado... — Crystal se negava a acreditar no que acabara de ouvir. — Acho melhor você descansar e conversarmos amanhã...

        A risada de Sirius — que lhe lembrou um latido — fez uma estranha onda de arrepios percorrer o corpo da bruxa umas cinco vezes. Apertou a varinha entre os dedos para manter algum foco na realidade, pois sua mente havia viajado para um canto nada puro em um milésimo de segundo. Sirius, sem notar as reações que causava, andou para o lado e passou as mãos pelo rosto cansado e pelos cabelos outrora brilhantes.

        Era a oportunidade perfeita para fugir daquela situação e Crystal a agarrou, andando em direção à porta com a varinha firme na mão direita. Um plano simples: destrancar a porta, abri-la e correr escada abaixo; destrancar a porta, abri-la e corr...

        — Não, você não vai fugir.

        Crystal só conseguiu ver o quarto de Sirius girar antes de sentir a mão do bruxo largar seu pulso e ele segurá-la pelo rosto com ambas as mãos. Quando sua boca encontrou a do homem, porém, ela praticamente se viu jogar sua determinação pela janela: o retribuiu e largou a varinha no mesmo instante, passando os braços ao redor do pescoço dele e ficando nas pontas dos pés. Sirius levou uma das mãos à cintura de Crystal e a outra às costas, puxando-a para si.

      O que havia se iniciado como um beijo simples, como uma simples necessidade de se estar perto e selar a declaração de momentos antes se transformou rapidamente. Crystal e Sirius passaram se beijar como adolescentes que acabaram de descobrir as maravilhas do corpo humano, tão desesperados e famintos que tudo o que podiam ouvir era o estalar de seus lábios e a respiração ofegante um do outro.

      Sequer notaram os passos cambaleantes que haviam dado em direção à cama, não até o bruxo sentir o colchão contra as pernas.

        Sirius se afastou primeiro, olhos atentos em nada além de Crystal, e deu-lhe um beijo no queixo.

        — Merlin, como esperei por isso... — murmurou contra a pele da mulher, descendo beijos para seu pescoço.

        — Para o inferno com Merlin. — resmungou a bruxa, o empurrando levemente para que ele se sentasse na cama e ela pudesse montá-lo. Sirius não sabia se estava mais excitado ou surpreso pela atitude. — Não quero ouvir outro nome agora que não o meu.

        O bruxo deixou escapar mais uma de suas risadas roucas.

        — Sim, senhora.

        Desde quando ele era tão obediente?

        A bruxa estaria mentindo se dissesse que aquilo não havia deixado-a excitada. E, como se fosse mais do que claro, Sirius se inclinou na direção de Crystal, fundindo suas bocas novamente.