16. Ano Novo

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        — Que jantar maravilhoso! — exclamou Alice assim que ela e a amiga entraram no quarto. — Sra. Potter realmente sabe das coisas. — ela deu uma risada e esperou que a amiga a acompanhasse, mas isso não aconteceu.

        Estranhando, a garota procurou pela amiga no quarto e a encontrou parada em frente ao espelho. Crystal soltava aos poucos os cabelos enquanto fitava o nada. Estava vagando em seu próprio mundo, perdida em meio a tudo que tinha ouvido mais cedo naquela mesma noite.

        — O que houve, amiga? — perguntou Alice, levantando-se da cama e parando para olhar a outra garota pelo espelho. Crystal a fitou, parecendo ter despertado de repente de um sonho. — Algo de errado?

        — Não, é só que... — Crystal parou para pensar um instante, olhando para a barra do vestido antes de se virar para Alice. — Ouvi algumas coisas hoje... A respeito de Sirius e sua família. É tudo bem complicado, mas...

        — Não precisa me dizer, concordo que quanto menos gente se meter, melhor. — a asiática interrompeu a garota de olhos âmbar dizendo exatamente o que a outra ia dizer. — E o que ouviu a fez mudar de ideia à respeito dele?

        — Vamos dizer que me fez olhar de um ponto de vista um pouco diferente. — respondeu tombando levemente a cabeça para o lado e olhando pelo cantos dos olhos. Alice deu risada e balançou a cabeça negativamente.

        — Você não dá o braço a torcer mesmo.

        — Não é isso... — Crystal rolou os olhos, mas acabou rindo com a amiga. — Eu realmente compreendi o motivo dele ser assim, de tentar fazer com que as pessoas gostem dele independentemente do jeito que ele faça isso. Vamos dizer que o que eu sei agora o tornou... Suportável ao meus olhos.

        — Vou fingir que você concordou comigo sobre não dar o braço a torcer. — Alice riu mais uma vez. — Mas, falando um pouco mais sério, essa sua simpatia repentina por Sirius é porque você se identificou com algo, não é?

        — Ah, você sabe que apesar de nós amarmos muito uns aos outros na minha família, nós nem sempre concordamos e acabo discutindo. Normal, eu sei, isso acontece com toda família. — ela deu de ombros. A conexão entre as amigas sempre foi forte, mas era incrível como uma estava adivinhando o que a outra estava prestes a dizer. — Mas no caso dele, é bem mais complicado.

        — Esses rapazes são verdadeiras caixinhas de surpresas. — comentou Alice após alguns minutos em silêncio. — Pareciam ter tudo que alguém, bruxo ou trouxa, poderia querer para ter uma vida boa e feliz...

        — Realmente... — concordou Crystal. — Faltam James e Peter terem algum segredo desses também.

        — Não sei Peter, mas acho que algo acontece com James também. Mais precisamente com seus pais.

        — Como assim? — a garota de olhos âmbar fitou a amiga confusa.

        — Não sei, não me pergunte. — Alice balançou as mãos. — Não foi algo que ele disse ou então que deu a entender. É só que... Sempre que vejo seus pais me sinto feliz, mas ao mesmo tempo sinto que algo pode não estar certo. Ou melhor, vir a dar errado. — a garota estava agitada tentando explicar o que sentia. — Uma sensação ruim, algo que me deixa triste... Parando para pensar agora, sinto algo parecido com o Longbottom e a namorada quando conversamos, mas ainda sim é diferente...

        — Que estranho... — Crystal franziu a testa. — Alguma outra coisa estranha já aconteceu com você?

        — Bem... — Alice parou para refletir um pouco e algo lhe veio a mente. — Quando jogamos Quadribol. Sempre que estamos em jogo, ou até mesmo quando fomos fazer o teste para tentar entrar no time, eu vejo tudo em câmera lenta e a goles em vermelho vibrante. — a asiática suspirou. — Sei que pode parecer loucura, mas é exatamente o que acontece.

𝗠𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗦 𝗠𝗨𝗧𝗔𝗡𝗗𝗜𝗦,	𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora