49. Surpresas Desagradáveis

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        Poucos dias depois do Ano Novo, Crystal e Sirius estavam de volta À Toca para Harry, Rony e Gina regressarem a Hogwarts. O Ministério providenciara a conexão com a Rede de Flu para os estudantes poderem se transportar à escola com rapidez e segurança. Apenas a sra. Weasley estava presente para se despedir, porque o marido, Fred, George, Gui e Fleur estavam no trabalho.

        — Não chore, mamãe. — pediu Gina enquanto a bruxa mais velha se debulhava em lágrimas, dando palmadinhas nas costas da mesma.

        A sra. Weasley estava daquela maneira desde a saída abrupta de Percy no Natal. Crystal passara um tempo com ela após a conversa com Harry e tentara lhe confortar, mas parte de si imaginava a dor da outra: dar tudo de si para criar e educar um filho da melhor maneira possível para vê-lo virar as costas para a família deveria ser doloroso. A mulher de olhos âmbar torcia para jamais passar por aquilo.

        — Vamos? — perguntou Harry para Crystal, a atraindo de volta a realidade.

        Ela se perguntou como poderia ter esquecido, ainda mais estando parada em frente à lareira: Dumbledore havia respondido o pedido de Dora e a esperava naquele dia. No começo, Crystal estranhou o fato do diretor a ter chamado no dia da volta às aulas — afinal, ele e os diretores das Casas estariam cheios de trabalho —, mas depois relevou. Dumbledore podia não saber de tudo, obviamente, mas sabia como dividir o seu tempo... Ela esperava.

        — Ah, sim, sim... — murmurou, virando-se para o noivo e depositando um beijo rápido em seus lábios. — Dora me encontrará n'O Beco, estarei em casa ainda hoje.

        — Fique tranquila, não colocarei fogo na casa se é o que está preocupada. — brincou, mas em seus olhos estava o que realmente queria dizer: "tome cuidado".

        — Prometa que vai se cuidar... — ouviu Molly pedir a Harry. — Não se meta em confusões...

        — Eu sempre me cuido, sra. Weasley. Gosto de levar uma vida tranquila, a senhora me conhece.

        A resposta do rapaz arrancou uma risada orgulhosa de Sirius e uma lacrimosa da bruxa.

        — Qualquer problema nos avise... Apesar de que Crys com certeza já iria lembrá-lo disso lá em Hogwarts. — Sirius piscou, arrancando um sorriso do afilhado e uma cotovelada da noiva.

        Harry entrou nas chamas verde-esmeralda e gritou:

        — Hogwarts!

        Crystal, sendo a última, pegou um punhado de Pó de Flu e fez o mesmo que o grifinório. Gritando o nome da escola, a mulher sorriu para uma Molly chorosa e um Sirius preocupado antes de ser envolvida completamente pelas chamas; rodopiando velozmente, captou vislumbres de outros aposentos que sumiam antes que pudesse vê-los direito; por fim desacelerou e parou alinhada com a lareira da sala da Profa. McGonagall. Diferentemente de como ocorrera com os outros três adolescentes, a senhora desviou os olhos de seu trabalho para observar a bruxa que limpava as cinzas das vestes pretas.

        — Olá, professora. — cumprimentou, se afastando da lareira.

        — Boa tarde, srta. Phoenix... O diretor Dumbledore me informou viria. — e, com aquilo, voltou os olhos para os pergaminhos em sua mesa. — Procure não deixar muita cinza no tapete.

        — Sim, senhora. — respondeu prontamente. Não importava quantos anos passassem, Minerva McGonagall teria eternamente aquele efeito em qualquer um que tivesse sido seu aluno. — Obrigada, professora.

        Agradecendo ao cumprimento rápido, Crystal acompanhou o trio para fora da sala as pressas — não queria perturbar Minerva. Ao sair, porém, a mulher parou de repente e olhou ao redor: dos corredores de pedra e castiçais ao vento cortante e gelado... Tudo a fazia relembrar momentos agridoces.

𝗠𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗦 𝗠𝗨𝗧𝗔𝗡𝗗𝗜𝗦,	𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora