31. Olhos Dourados

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        Depois de retirados pontos de todas as casas — 20 de cada aluno, com exceção de Lily e Peter — outros 10 foram adicionados: à Alex e Agatha por terem descoberto e evitado mais acidentes como o de Alice e aos outros por terem tido coragem de ajudar a menina da sonserina. Apesar de normalmente se incomodar ao perder pontos para sua Casa como alguns dos outros, o que mais preocupava Alex no momento era o que aconteceria com as criaturas.

        — Tirei mais do que dei, pois preciso que entendam o quão perigoso é entrar na Floresta Proibida. — explicou Prof. Dumbledore, mas os alunos já sabiam que o homem havia feito o que fez apenas para desencorajá-los. — Quanto ao filhote e sua mãe, não se preocupe, Alexander: chamarei pessoas que tenham tato para cuidarem dessa situação. Tenho um amigo que com certeza saberá dizer o que será melhor aos dois. — disse ao corvino que se tranquilizou, pois confiava no professor. Com 10 pontos a menos para Corvinal, Sonserina e Lufa-Lufa e 30 a menos para Grifinória, os alunos deixaram o escritório do diretor de Hogwarts.

       Dois dias haviam se passado e Alex seguia da aula de Herbologia para almoçar quando esbarrou em um senhor de cabelos castanhos com alguns bons fios brancos e olhos azuis que evitavam os curiosos alunos. Os livros que Alex carregava — tanto da aula quanto os aleatórios que o menino gostava de ler — caíram no chão, mesmo com a tentativa do corvino de mantê-los equilibrados nas mãos.

        — Sinto muito. — murmurou o senhor, evitando os olhos do corvino e abaixando lentamente para ajudá-lo com os livros. Trajava um casaco azul por cima de seu colete marrom e camisa branca, além de sua gravata borboleta azul escura. A calça e sapatos marrons completavam o figurino de um homem de aparência simples e reservada.

        — Eu é que peço desculpas, senhor. Pode deixar que eu pego. — disse Alex, não querendo incomodar o senhor. O homem notou um exemplar de Animais Fantástico e Onde Habitam jogado e aberto junto dos outros livros e o pegou com um pequeno sorriso. Percebeu que era um exemplar muito querido do aluno, pois continha vários marcadores e na página que se encontrava haviam várias anotações pessoais e pedaços de papéis com desenhos.

        — Gosta de criaturas? — perguntou o homem, enquanto devolvia o livro gentilmente. Seu tom era baixo e tímido.

        — Sim, muito. — Alex pegou o livro e sorriu timidamente para o homem. — Obrigado. Trato de Criaturas Mágicas é minha matéria favorita, eu as adoro e acho fascinante estudar seus comportamentos.

        — Bem, isso é muito bom. — o senhor sorriu. Por mais que encarasse Alex por um tempo, desviava o olhar logo depois. Os alunos ao redor pareciam curiosos com o visitante, mas se afastaram entediados e aos cochichos para o almoço, deixando-os sozinhos.

        — Me desculpe novamente pelo incômodo. Sou Alexander Phoenix. — disse o menino, envergonhado com o quão desastrado havia sido e se sentindo um tolo por achar que um estranho gostaria de saber quem era. Depois que se apresentou, a ideia de que aquele homem poderia estar relacionado à Lincoln passou pela sua cabeça e ele sentiu receio, mas logo descartou a ideia: aquele senhor parecia tudo, menos um homem desprezível como imaginava que seria o círculo social do ex-auror.

        — Ah, então é você... — murmurou animadamente e Alex o ficou confuso. — Você é um dos dois alunos que achou os hipogirfo. Me lembro bem por conta do sobrenome. — explicou, referindo-se ao pássaro de fogo que renascia das cinzas e o corvino se espantou ao entender que aquele era o homem que Dumbledore havia se referido à dois dias.

        — E o senhor deve ser o amigo do Prof. Dumbledore. — concluiu Alex e viu o homem abaixar os olhos timidamente, sorrindo enquanto fitava o chão. — Quando perguntei sobre o que aconteceria com o filhote e a mãe dele, ele me disse que chamaria alguém que saberia exatamente o que fazer. — explicou.

𝗠𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗦 𝗠𝗨𝗧𝗔𝗡𝗗𝗜𝗦,	𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora