43. Ignorada e o Pedido

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        A notícia de uma morte abalou todos na casa, inclusive Alice que já esperava por algo do tipo. Houve um silêncio incômodo que durou no mínimo três minutos inteiros, no qual Minerva McGonagall ou qualquer outro não conseguiu tirar os olhos de Crystal.

        — O que quer dizer com isso, srta. Phoenix? — indagou a professora depois de todos aqueles minutos. Crystal suspirou, controlando à vontade de rolar os olhos.

        — Quero dizer que alguém irá morrer. — repetiu. — Não faço ideia de quem pode ser, mas minha visão começou em Hogwarts e terminou em um outro lugar...

        — Vamos lá para baixo, assim todos podem ouvir direito. — murmurou Lupin, e aos poucos todos rumaram para a cozinha.

        Sirius ainda ficou um tempo estático ao pé da escada e, quando apenas ele e Crystal sobraram, ela parou quando viu que ele não estava movendo um músculo sequer para segui-la. Ela o fitou por um momento, sabendo que devia correr para a cozinha e explicar sua visão logo, e voltou alguns passos. Olhando nos olhos de Sirius, ela viu a sombra de medo dançar tão lá no fundo que apenas alguém que observasse de perto e atentamente poderia notar. O rosto pareceu repentinamente mais cansado e ele estava longe dali, preso na própria cabeça e nas próprias lembranças sombrias. Apenas quando as pontas dos dedos de Crystal encontraram a mão do namorado é que ele pareceu despertar.

        — Vamos? — perguntou para ele e Sirius concordou com a cabeça. Antes que ela pudesse andar muito, ele segurou a mão dela firmemente e a guiou para a cozinha sem soltá-la. Ali Crystal entendeu que o medo dele não era a morte, mas sim ver quem ele amava morrer.

        Afinal, aquele era Sirius Black e brincar com o fogo era apenas uma diversão que só acabava quando outros se queimavam.

        — Finalmente! — murmurou Aurora assim que os dois adentraram o cômodo mais acolhedor do Largo. A mulher de olhos âmbar notou que Moody e Kingsley não estavam ali, mas imaginou que eles haviam saído para não levantar suspeitas assim que pensaram não ter mais o que ouvir.

        — Vou ser rápida. — disse Crystal, ignorando a amiga e mantendo-se de mãos dadas com Sirius. — A visão começou em Hogwarts, nos terrenos perto da Floresta Proibida. Eu vi algo voar lá de dentro e, no momento seguinte, não estava mais lá. O novo local era... Redondo, candelabros de chamas azuis, sem portas pelo que consegui ver. — ela suspirou, frustrada. — Não conseguia focar muito em nada, a visão não deixava... Mas havia uma porta...

        E ela parou. Seu interior estava agitado e ela sentia como se precisasse gritar. O peito pesava e ela respirou fundo duas vezes para acalmar sua respiração.

        — O que havia na porta? — perguntou Minerva.

        — Não sei... — sussurrou. — Não cheguei a abrir. Vocês não tem noção do que...

        — Crys... — Alice a chamou, pegando a mão livre da amiga e a afagando. Aos poucos, a asiática começou a se sentir cheia de angústia, medo e tristeza, mas a outra parecia ainda no mesmo estado. — Tudo bem, amiga.

        Sirius soltou a mão de Crystal e passou o braço sob os ombros dela, apertando levemente enquanto Alice fazia o mesmo na mão da amiga. A mulher de olhos âmbar suspirou mais uma vez e fitou a professora de Transfiguração.

        — Por favor, professora, avise Dumbledore. Ele não me escuta, como a senhora mesma viu. — lembrou, amargurada. Alice a soltou no mesmo instante: já não conseguia lidar com a angústia da amiga, imagine com a raiva... Até porque ela mesma sentia-se assim em relação ao diretor. — Precisa avisá-lo... E, por favor, cuide de Harry. Não sei se estou certa, mas acho que... Que isso deve ter algo relacionado a ele. É a segunda visão diferente relacionada a Hogwarts que tenho em menos de três dias, uma delas o incluindo diretamente.

𝗠𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗦 𝗠𝗨𝗧𝗔𝗡𝗗𝗜𝗦,	𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora