AMORES ETERNOS - A História de Dante e Beatriz

ღ CAPÍTULO 30 ღ

Beatriz

      UMA VIDA PODE CONTAR MUITAS HISTÓRIAS. Ela pode até lhe pertencer, mas durante o seu trajeto são muitas as histórias que podem ali cruzar. Muitas podem ser apenas transeuntes, passam por você e tudo o que resta é aquele gostinho bom, ora repleto de angústia, ora carregado de agradecimentos por tudo finalmente ter tido o seu fim.

      Você pode ser apenas uma garota normal, sobrecarregada de trabalhos escolares responsáveis por garantir um bom futuro a sua vida. Onde tudo o que essa pobre garota pensa, é que não pode falhar, que precisa realizar o seu sonho para conseguir se sentir completa, realizada.

      Ela possui uma caneta esferográfica comum em sua mão e dia após dia escreve a sua própria história em tinta azul.

      E de repente...

      Bum!

      Um nome até então desconhecido começa a surgir em meio às suas palavras, revirando as suas entranhas com as malditas borboletas e reacendendo a bomba que estava apagada dentro de seu peito.

      Dante Hawthorne foi exatamente isso.

      Tudo o que possuo agora dentro de mim se tornou incontrolável.

      Como um grande rinoceronte branco devastando tudo o que desafia entrar em sua frente, muitos podem vê-lo como o vilão da história, mas esses não enxergam que o animal está lutando apenas para não ser extinto.

      Ou como uma bomba relógio com o seu Tic Tac incessante e ensurdecedor que espera veementemente encontrar o seu alvo para executar o seu dever com bravura. Ela não é a vilã ao fazer isso, ela está somente seguindo ordens e fazendo o que foi criada para fazer.

      Destruir.

      Quero correr.

      Quero encontrá-lo.

      Quero bater em seu peito.

      Quero deixar bem claro o estrago que ele fez comigo.

      Quero olhar em seus malditos olhos azuis e dizer:

      "Você, Dante Hawthorne, só serviu para me levar ao purgatório dizendo que fosse o céu e depois ainda fez da minha vida, um verdadeiro inferno!!"

      Faria tudo isso sem nem pensar duas vezes. E depois faria tudo novamente para assim tentar encontrar uma rota de fuga para todo esse sentimento mundano acumulado feito água enlameada em uma poça no meio de uma rua qualquer.

      Eu sequer hesitaria se tudo isso não fosse uma atitude infantil que as mocinhas dos livros românticos e melosos costumam fazer.

      Minha história pode até ter tido um pequeno um pequeno deslize, mas eu estou tratando de consertar isso e já aprendi muito bem o que um simples ato impulsivo e imprudente pode ocasionar em minha vida.

      Minhas aulas já se encontram praticamente dadas por encerradas, tão logo entrarei em uma nova etapa de minha vida e a prova disto, é a carta de papel bege presente em minhas mãos.

      Pittsburg State University...

      Não preciso abrir para saber o que se encontra dentro, sei que fui aceita. Ter conhecimento e estar sempre acompanhando o seu histórico de notas lhe garante isso. Poderia ter optado por uma faculdade melhor, como os meus próprios professores insistiram, porém sei que ficar próximo a minha família será o melhor.

      Eu estou de decisão tomada. Acima de realizar o meu sonho sendo escritora, está a minha família, a mesma que agora conversa alegremente com Sam, Cathy e Peter, totalmente alheios ao filme de comédia que se desenrola na televisão.

      Gosto disso.

      Observá-los nesses momentos me traz algo para dentro do peito. Acredito ser felicidade, porém com um leve toque de algo a mais, um resquício de alguma outra sensação impossível de ser descrita com palavras de tão estranha e profunda que é.

      Não sei do que se trata.

       Porém o mais importante, é que gosto dela.