ღ CAPÍTULO 35 ღ

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Beatriz


      A CONFUSÃO É VISÍVEL. Após muitas voltas no quarteirão tentando inutilmente encontrar um local mais seguro para estacionar o carro, optamos por deixá-lo no estacionamento do outro lado do parque, que fica praticamente em frente à casa de Taylor. Todas nós estamos bem conscientes de que teremos de trazer o carro em completa ordem para o Sr. Manson.

      Eu poderia ter trazido todas nós, mas tendo consciência de que eu provavelmente não ficarei muito tempo e Cathy poderá voltar com Peter mais tarde, Samantha acabaria sem ter com o que voltar e por isso, quem ficou responsável pela chave foi a própria, que por sua vez estava radiante em suas roupas e ainda mais contente por ter conseguido vencer a irmã na batalha que travaram.

      Antes mesmo de termos saído de carro, o som alto já era pulsante em nossos ouvidos, não precisamos andar muito quando fomos abordadas por Peter e Jordan que também haviam acabado de chegar. Foi preciso apenas mais alguns passos para ter a visão de todo apocalipse perfurar as nossas retinas. A casa estava um caos, muitas luzes piscando sem parar e um número exorbitante de pessoas saindo e entrando pela porta. Se está casa um dia já esbanjou a sua beleza, neste momento eu não acredito nisto.

      — Não são todos daqui, não é? — Sam diz ao meu lado.

      — Parece que vierem das cidades aqui de perto. — Peter explica. —Convidados eu tenho certeza que não são.

      — Me pergunto como é que esse pessoal fica sabendo. A gente não sabe de nada que acontece por lá. Por que insistem em aparecer e estragar as coisas por aqui? — Catherine fala visivelmente indignada.

      Não nego. Também estou odiando ainda mais ter vindo por agora me deparar com isso. São pessoas que sequer fazem parte da nossa escola. Grupos e mais grupos que se encontram atrás apenas de sexo, álcool e confusão.

      — Lá dentro deve estar um caos. — Quase não escuto quando Jordan fala. — Sam!! — O ouço gritar no momento que um carro passa praticamente raspando por nós.

      Olho parra a minha amiga ao meu lado e vejo que Jordan segura um de seus braços, seus olhos estão arregalados e então que a ficha caí. Se não fosse por ele, Sam poderia não ter tido tempo de fazer nada.

      — Você está bem? — Jordan pergunta baixinho a ela e a vejo assentir.

      Olho na direção que o carro seguiu e vejo dois pares de lanternas sumirem de nossas vistas em alta velocidade. Peter e Catherine gritam alguma coisa, mas sem chance alguma deles escutar qualquer que seja o xingamento.

      — Mais que babacas!!

      — Além de tudo os caras arrumam de fazer rachas logo aqui! — Peter exclama ao lado da namorada.

      Do outro lado da rua observo cerca de vinte pessoas agrupadas, vejo que apontam para a rua, conversam entre si e dão risadas. E é nessas horas que você sente uma raiva pela humanidade crescer dentro de si. Os fuzilo com o olhar.

      — Bea? Sam? Vamos? — Peter indica para atravessarmos.

      Adentramos o ambiente com um atrás do outro. Peter com o braço ao redor da cintura de Cathy e Jordan com os dedos entrelaçados na mão de Sam. Algo me diz que eles não perceberam o ato e confesso que estou feliz se algo surgir a partir daí. A tranquilidade dele "combina" com a minha amiga.

      Quase que instantaneamente minha cabeça já reclama de dor. Parece que acabei de entrar em uma daquelas festas lotadas de adolescentes dos filmes que passam na televisão. A semelhança nisso tudo é assustadora e estranhamente incômoda. Tanto que sinto arrepios subir pela pele exposta dos meus braços.

AMORES ETERNOS - A História de Dante e BeatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora