ღ CAPÍTULO 5 ღ

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Beatriz


      — NÃO VOU PASSAR MEU NÚMERO PARA VOCÊ! — Digo cruzando os braços sob o peito.

      — Ah, qual é? Acha mesmo que quero passar o meu para você? Não! — Ele esbraveja andando de um lado para o outro enquanto gesticula com as mãos.

      É hilário de se ver.

     — Hahaha! Dante, meu querido — Digo pausadamente. — Quase todos nessa cidade já possuem o seu precioso contato.

      — E é por isso que não consigo entender.

      — Não entendi. Entender o quê?

      — Você! — Esbraveja me fazendo dar um pulo por causa da explosão repentina. — Não consigo entender você, Cline... Até as suas amigas possuem meu número e como já disse, quase todos nessa cidade possuem. Mas, e você? Me questiono sobre o motivo disso. Me enxerga como algo tão horrível assim?

      Okay...

      Por essa eu, definitivamente, não esperava.

      Fui praticamente acusada por não ter um mero contato na agenda do celular.

      Até que ele tem razão, devo ser uma das poucas almas que não possui o contato dele, e tampouco, conversa com a sua pessoa.

      Será que feri o orgulho imaculado dele?

      Porém, eu não o classificaria como uma visão "horrenda", como ele definiu. Como ele pode dizer isso tão de repente assim? Não acredito que seja apenas por eu não possuir seu número. Será que pelas minhas expressões? Isso me apavora.

      Dante Hawthorne é lindo, não há como eu discordar mesmo com todo o meu cérebro trabalhando para afirmar o contrário.

      E agora, estando no mesmo ambiente que ele, comecei a notar detalhes que jamais notei. Ele não é forte como todos os outros que também são do time de futebol da escola, mas também não é fraco. Apesar da jaqueta percebo que seus braços possuem músculos escondidos e que por causa da boa estatura, é bem magro comparado ao Peter que não é tão alto quanto ele.

      O formato do rosto é bem agradável de se ver, o maxilar quadrado, as maçãs do rosto levemente definidas e os olhos de esferas azuis perfeitamente alinhados. Ele facilmente transmite uma áurea resoluta como se já estivesse preparado para enfrentar o mundo inteiro.

      E os olhos...

      Ah, aqueles olhos azuis são exatamente como o mar, não apenas pela cor, mas também, por serem capazes de tranquilizar qualquer um que estivesse à beira de um colapso interno e o livrar da perdição mostrando o caminho certo para seguir. Algo que só se consegue adquirir por já ter estado do outro lado da moeda. E isso me fascina de um modo bem instigante.

      — Não o vejo assim... — Meus lábios murmuram sem que eu sequer note o movimento. Sinto como se uma outra de mim estivesse bem próxima às minhas costas com uma bela adaga em mãos, pronta para cravá-la em minha carne.

      — E como você me vê?

      Percebo que sua voz se tornou um pouco rouca, o que serviu para que pequenos arrepios subissem pelos meus ossos.

      Não quero dizer o que acho.

      Não quero simplesmente dizer tudo o que disse a Cathy e Sam a poucos minutos atrás.

AMORES ETERNOS - A História de Dante e BeatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora