ღ CAPÍTULO 12 ღ

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Beatriz


      NÃO FOI UMA BOA IDEIA. Está certamente foi uma péssima ideia. Seria a pior de toda a minha vida, isso se eu já não tivesse alcançado este posto no dia de ontem. Em menos de três dias, minha vida foi capaz de ficar bem mais confusa do que normalmente é. Concluindo, acho que está é apenas mais uma péssima ideia em meio a um turbilhão delas.     

  O parque se encontra lotado de pessoas e tudo o que eu mais queria era exatamente o contrário. Não ser notada com o maravilhoso Dante Hawthorne. Cair nos mexericos do povo não é lá muito agradável.

      Todavia, não posso negar que este sábado se encontra esplêndido.       

      Apesar do sol pálido se exibindo no céu, a manhã está preenchida por uma brisa quente bem característica do estado do Kansas, mas que não deixa de ser relaxante. Uma pena a visão das árvores serem encobertadas pelo número excessivo de ciclistas e pessoas em suas caminhadas matinais trajando suas roupas próprias para a ocasião. Sou um pequenino ponto de ruptura em meio a tudo isso, completamente destoante de todo o resto, algo que nem mesmo banhado a ouro iria se encaixar em meio a estas pessoas.

      Para minha sorte, vejo também alguns casais de senhores espalhados pelos bancos ao redor do falso lago situado em meio ao parque, eles compõem a clássica cena de filme de velhinhos alimentando pombos, patos e pardais que esperam famintos pequenos pedaços de pão.


      Acho que é nesta hora que eu posso rir da minha situação, certo?


      Acabo mesmo de me comparar com velhinhos de 80 anos!?

      Céus!!

      Se bem que se eu mudar um pouquinho essa história, tudo seria perfeito e eu estaria aqui com o único propósito de ler um bom livro, acompanhada de uma manhã cativante e desfrutando um delicioso milkshake de chocolate.       

      Só que a realidade é outra bem deformada desta, e eu estou aqui para fazer um horrendo trabalho de escola com uma companhia pra lá de desagradável.

      Encontro um local mais afastado e sigo para lá antes que qualquer outra pessoa o ocupe. Quando me aproximo noto que ela se encontra em um local um pouco mais elevado e somente entendo o porquê ao perceber qual árvore se trata. Um belíssima Cottonwood, a árvore oficial do estado de Kansas. Não sou nenhuma botânica, mas qualquer pessoa é capaz de reconhecê-la. Sua casca é mais grossa do que as demais e totalmente fissurada e para completar a beleza exorbitante, suas folhas são triangulares de um modo que se assemelham a diamantes.

      Ao menos uma boa escolha para compensar o fatídico dia.

      Sento-me encostada no tronco da grande estrutura natural de madeira e checo o meu celular. Ainda não são nem oito e meia e cá estou eu. Não era minha intenção ser a primeira a chegar, até parece que estou ansiosa para esse encontro com Dante. O que não é totalmente mentira, mas não quero ele sequer chegue a pensar nisso.

      Tudo o que sei é que preciso me livrar desse cara. Já me basta ter que realizar este trabalho com ele, não posso deixar que meu cérebro fique pensando em seu nome como um megalomaníaco e principalmente, revivendo o beijo, ou melhor, ato imprudente e sem significado algum, que aconteceu naquela sala.

      Retiro meu caderno de dentro da mochila e me acomodo melhor na grama. Releio novamente o tema proposto e algumas dicas que o Sr. Scudder encaminhou em meu email, nada muito esclarecedor o que é bem a cara dele, e sinceramente, não acredito que vão me ajudar em alguma parte no decorrer desse trabalho.

AMORES ETERNOS - A História de Dante e BeatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora