Capítulo 37 - O grande dia (cont... )

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Miguel

Eu, Bela, Olivia, Pedro e Erik nos sentamos na sala para repassar pela última vez o plano antes de sairmos para a maldita festa. Meu corpo inteiro treme com o medo se infiltrado cada vez mais em minhas veias, os pensamentos de que tudo pode dar errado e os piores cenários possíveis invadem minha mente como um filme de terror, me fazendo cerrar os punhos para não enfiar Bela no quarto e prendê-la comigo até que peguem o infeliz, mas eu não podia fazer isso, não com ela, não depois de tudo, eu tinha que ter um pouco de fé mesmo que tudo mostrasse que isso não seria o bastante.

— Certeza que não vem mais ninguém querido? — Ana pergunta esperançosa para Pedro.

— Infelizmente sim amor, o Padre Nelson espalhou o resto dos homens pela cidade, nas possíveis zonas de perigo, segundo ele — posso sentir a raiva em cada palavra que sai de sua boca — Eu ainda não acredito que ele fez isso, eu estou tão...

— Eu sei amor, mas agora não adianta ficar puto, precisamos nos concentrar e proteger as meninas o tanto quanto pudermos. Vai dar tudo certo, eu sei que vai. — Pedro a abraça, beijando sua cabeça carinhosamente, uma pontada de ciúmes me atinge ao perceber o quanto queria poder estar assim com Bela, presa em meus braços, mantendo-a segura.

— Olivia, você entendeu todo o plano, certo? Nada de se separar da Bela, vocês duas ficam juntas o tempo todo e lembre-se nada de beber, aceitar ou dividir bebidas com alguém, nem se distrair com algum garoto.— Erik repassa as regras novamente, vendo o quão perdido estava em meio a todo o caos dentro de mim. 

Se algo acontecer com ela, o que será de mim? Fecho meus olhos me recusando a se quer pensar nisso, as coisas tinham que dar certo, qualquer outro resultado é inaceitável.

— Own! Ele ta todo preocupado comigo Belz — Olivia diz sonhadora encarando Erik, me tirando do meu torpor quando ouço sua risada.

— Eu estou preocupado com as duas, então vamos ser boazinhas e seguir o plano, ok? Nada de maluquices hoje dona Olívia.

— Você quem manda bombonzinho.— Olivia faz continência nos fazendo rir.

— Bela, você e Olivia vão usar esses microfones por segurança, mas com a música alta não vamos conseguir ouvir vocês direito, então se algo acontecer arranquem ele da blusa e gritem socorro o mais alto que puderem que nós entramos na mesma hora. — digo engolindo seco — qualquer sinal de algo errado, qualquer coisa estranha, não percam tempo, não titubeie, grite.

— Tudo bem! — Bela concorda rapidamente. Meus olhos se colam a ela, analisando-a, rezando para que essa não seja nossa ultima vez juntos. Ela tenta se mostrar forte com aquele queixinho insolente empinado e a postura sempre altiva, mas seu pequeno tique com as mãos entrega seu nervosismo. Me seguro para não me aproximar e dizer o quão linda esta e implorar a ela de joelhos que não vá, mas não posso fazer isso. Respirando fundo me dirijo até Olivia.

— Olivia, vem aqui, vamos colocar o microfone em você, testar e assim podemos sair. — Olho rapidamente para Erik que da um leve aceno em concordância ao entender minha mensagem não dita, "Coloque a escuta em Bela ou posso acabar estragando tudo".

— Tudo pronto. Agora vocês duas deem uns pulinhos para ver se estão firmes o suficiente.

— Certo. Agora vamos testar. Testando 1,2,3... Testando...  Droga, o da Bela não está funcionando — Erik amaldiçoa — Você se importa de ir ao apartamento comigo? Tenho um kit reserva lá embaixo, enquanto isso Miguel pode ir colocando as coisas no carro com o resto do pessoal.

— Tudo bem — Bela da de ombros e o segue porta afora.

— Andem rápido — digo mas eles já se foram.

ConfinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora