Capitulo 19 - Era bom demais para ser verdade

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Desperto vagarosamente, retesando meu corpo quando encontro um lugar completamente diferente de onde moro. Prendo o ar em meus pulmões, olho ao redor, tentando fazer meu cérebro que ainda dançava na névoa de sono funcionar, reconhecer algo ou se lembrar de onde estava, felizmente não foi preciso muito, assim que virei meu tronco dei de cara com uma Olivia adormecida ao meu lado e pude enfiar respirar. 

Olhando aquela estranha porem conhecida figura com o rosto todo amassado e baba escorrendo entre seus lábios abertos não pude deixar de abrir um leve sorriso. A vida realmente era algo estranho, por mais que lutasse e convencesse a mim mesma que não deveria confiar em ninguém ou se quer me permitir qualquer aproximação aqui estava eu em uma cidadezinha desconhecida tendo meus muros bombardeados por três completos estranho que lutam dia após dia para entrar em minha vida e cativar um pedaço por mais miserável que seja do meu coração. Mal sabiam eles o perigo que estavam correndo por se quer me permitirem me aproximar de suas vidas, e por mais que quisesse lutar, fugir e gritar me vi pela primeira vez querendo fazer parte de algo... não estar mais sozinha.

Com essa nova realidade me atingido, me viro e saio da cama, nem se quer me importando em ser delicada visto que Olivia dormia como um morto, só Deus sabe o quanto chutei a menina nas aulas e ela nem se quer se mexia. Foi um milagre ela ter ouvido ontem a noite.



Pego minhas roupas dobradas sob seu sofá e sigo em direção ao banheiro, arrumada vou até a cozinha cumprir o combinado, abro a geladeira e me assusto com o tanto de embalagens de viagem lotando o pequeno lugar. Vasculho entre as prateleiras e não encontro nada comestível, sem pensar duas vezes fecho a geladeira, vou até sua mesa de estudos e escrevo uma nota.


Crie vergonha nessa cara e vá ao mercado.

Jogue aquelas porcarias de restos fora antes que acabe morrendo por alguma bactéria mutante desconhecida que deve estar se procriando em sua geladeira. 

Obs: Sem ingredientes, sem café da manha. 

Nos vemos na aula.

B.


Colo o bilhete na porta do seu quarto sabendo que se colocasse o mesmo em qualquer outro lugar ela não o veria, tudo certo saio pelo mesmo lugar que entrei ontem a noite, a saída de incêndio.

 Olho ao redor, verificando cada lugarzinho, cada sombra em busca de algo, alguém escondido, ou se quer aquela mera sensação de que havia algo errado. Não vendo ou sentindo  nada sigo em direção de minha casa, precisava me arrumar e comer algo antes de correr para a faculdade.

Uma hora depois já estava no campus, parei por um momento estranhando o quão vazio o enorme pátio estava, o lugar era sempre o mais movimentado não importa qual dia ou horário, sempre tinha uma quantidade assustadora de alunos por ali jogados em todos os lugares conversando, mas hoje o silencio reinava no local, poucas pessoas podiam ser vistas ao redor. Estranho.

Sigo em direção a sala de aula, notando um enorme burburinho pelos corredores, parece que hoje resolveram entrar nas salas de aula ao invés de ficarem do lado de fora matando aula enquanto conversam sobe qualquer merda que gostem.

 Não que acredite que a maioria esta ali realizando um sonho de estudar assim como eu, mas... que seja. Continuo indo em direção ao meu destino, incomodada por como os burburinhos aumentavam a cada corredor, alguma merda maldita estava acontecendo mas não iria  parar qualquer um ali para saber que raios havia de estar acontecendo, estou confortável em ser uma completa estranha, não vou me fazer notar por qualquer fofoca que seja e com certeza  Olivia me contaria no minuto que soubesse e nos encontrássemos e se realmente fosse algo serio algum professor falaria sobre em algum momento.

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