Capítulo 39 - Alucinação ou realidade

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Miguel

— Como assim não posso ter notícias dela? — pergunto irritado a recepcionista do hospital. — A minha namorada acabou de dar entrada aqui, eu estava com ela no incêndio, viemos junto com os paramédicos.

— Sinto muito senhor, mas somente os familiares podem entrar.

— Nós somos a familia dela, porra! — grito fazendo a enfermeira se assustar. Pedro vem calmamente ao meu redor, me afastando do balcão enquanto fala com a mulher.

— Sinto muito pelo meu amigo... Desculpe, qual seu nome querida? — tenta ler a pequena tarja em seu uniforme.

— Hellen.

— Me perdoe Hellen, mas é compreensível o estado dele. Sua namorada estava no incêndio e veio inconsciente na ambulância, desde então não temos qualquer notícia dela e isso já faz uma hora. Nós somos seus amigos, sua única família, você não poderia nos dizer pelo menos como ela está? Pode ser com um aceno de cabeça, uma piscadinha, qualquer coisa. Nós estamos aflitos.

— Eu compreendo senhor, mas somente familiares podem entrar e como estava tentando dizer ao outro senhor, nenhuma Bela deu entrada no hospital vindo do incêndio.

— Deve haver algum engano, nós acompanhamos ela entrar na ambulância e a seguimos até aqui.

— Eu sinto muito senhor, essa é toda a informação que tenho.

— Você sabe se ela pode ter sido transferida ou levada para outro hospital?

— Sinto muito senhor, mas não tenho como lhe dar essa informação.

— Tudo bem, muito obrigado Hellen. Caso você tenha notícias dela, poderia nos comunicar por favor? Nem que seja para nos confirmar que ela foi redirecionada para outra cidade ou que esteja realmente aqui.

— Sinto muito, mas somente...

— Familiares, entendi. Muito obrigado de qualquer forma.

Ando irritado de um lado ao outro da pequena área de espera do hospital, ouvindo atentamente a conversa de Pedro e a recepcionista. Alguma merda gigantesca estava acontecendo aqui, eu podia sentir, algo estava acontecendo, eu só não sabia o que ainda, mas  para o azar de todos os presentes eu estava muito perto de explodir e botar toda essa merda abaixo, ninguém ficaria entre mim Bela. Eu iria achá-la com sua ajuda ou não.

Paro ao ouvir as palavras da mulher. Como assim Bela não havia dado entrada no hospital, nós seguimos a ambulância, vimos os paramédicos trazerem ela até aqui, Pedro diz exatamente o que penso para a mulher, mas ela continua firme e forte nos negando quaisquer informações. Filha da puta!

— Que diabos está acontecendo Pedro? — Pergunto quando se aproxima — Eu ouvi toda essa merda, como assim Bela não está aqui, para onde a levaram? Como ela pode ter sumido? — Perguntou aflito.

— Não sei Miguel — diz derrotado — deve estar havendo algum erro no sistema deles e como pode ver não querem cooperar. infelizmente não conheço ninguém que esteja trabalhando nesse turno. Você conhece, querida? — Pedro pergunta a Ana que nega com a cabeça enquanto tenta consolar Olivia, que não parou de chorar desde o incêndio. Meu coração aperta e me sinto culpado no mesmo instante, fui um idiota com ela, estava desesperado e puto por não elas não estarem juntas como haviamos pedido mais de uma vez, mas isso não justifica, ela não merecia a forma como agi. Respiro fundo tentando me acalmar e sigo até onde está sentada me ajoelhando em sua frente.

— Por favor, Olivia, não chore, você está quebrando meu coração mais do que ele pode suportar no momento. — digo segurando sua mão trêmula — Você sabe que nada disso é culpa sua, não sabe? Eu fui um idiota com você, não deveria ter gritado daquele jeito, eu sinto muito. Você me perdoa? — Olho para o chão, não querendo ver minha própria tristeza refletida em seus olhos.

ConfinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora