Ainda a alguns anos trás...
Quando fiz meus quinze anos não aguentava mais ver tudo aquilo, papai ficou doente e tudo foi de mal a pior, se eu achava que ja havia conhecido o inferno eu estava totalmente enganada.
Nunca cuidei tanto de mamãe como nos últimos tempos, infelizmente minha mãezinha se tornou uma sombra de tudo que foi, papai conseguiu apagar sua luz, seu calor, sua vida, ele havia acabado com ela não só fisicamente mas mentalmente.
Não a culpo, ela já não amava papai a anos, ela não estava com ele por amor achando que ele voltaria a ser o homem que a amava e a tratava como se fosse uma flor rara e delicada, não, mamãe não era boba, sabia que a partir do momento que papai sofreu aquele acidente ela havia perdido seu marido.
Então por que continuava com ele?
Por medo.
Foram anos de tortura psicológica, ameaçando me levar, me matar, me dar para alguém, entre outras series de ameaça. Por mais que papai estivesse bêbado ele não era burro, sabia que tudo que fez e fazia havia matado o amor de mamãe por ele então ele sempre ameaçava a única coisa que ainda os ligava, eu.
Quando era mais nova costumava pedir a papai do céu que me levasse, assim finalmente mamãe teria a liberdade que tanto sonhava, não aguentava mais vê-la sofrer daquele jeito. Um dia fui surpreendida por sua presença enquanto orava, foi a primeira vez que vi mamãe brava comigo, nesse dia entendi o por que dela suportar tudo. Papai havia destruído tudo, eu era a única coisa boa que ainda lhe restava e se papai do céu me levasse ela iria junto, por que segundo mamãe ela não existiria em um mundo onde eu não estivesse, eu era sua rocha, a única que a mantinha firme e disposta a enfrentar todos aqueles dias tortuosos.
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Eu odiava papai, essa era a única certeza absoluta que tinha em minha vida. O odiava por tudo que nos fez passar e principalmente por finalmente conseguir destruir o restinho de vida que mamãe possuía. Ele conseguiu me tirar tudo, destruir a única coisa boa que já tive na vida, a única coisa que amava.
Estava cansada de tudo aquilo, daquele vida e assim estava mamãe, era nítido em seu semblante e seu corpo mal tratado. Todos os dias eu tentava acender aquele calorzinho em seu coração, fazer com que me desse um daqueles seus belos sorrisos que iluminavam qualquer espaço, mas nem todos os dias conseguia, na verdade a cada dia ficava mais raro consegui-los.
Eu não possuía amigos, somente ia para a escola com o propósito de futuramente ter uma vida melhor, proporcionar mamãe a vida que sempre mereceu, por isso me dedicava tanto, queria vê-la feliz e orgulhosa. Assim que o sinal da saída batia voltava correndo para casa, queria aproveitar todos os momentos possíveis sem aquele demônio em casa. Tentava alegra-la, aproveitar o restinho de vida que parecia lhe restava, adorava os momentos em que cuidava de mim, penteava meus longos cabelos negros com todo o carinho e amor enquanto cantava bem baixinho alguma musica, em troca lhe fazia o mesmo, mas mamãe sempre acaba chorando por que se papai notasse que ela havia se arrumado a ira se instalava.
Seu ciúme doentio gritava em seus ouvidos que mamãe o estava traindo, o enganando, a partir dai começava as ofensas, as agressões, o choro, os objetos quebrados e minutos depois a policia estava em nossa porta, olhando a mim e minha mãe com pena, nos julgando por continuar vivendo aquela vida. Mas quem eram eles para julgar alguma coisa? Eles sabiam o que se passava? Sabiam o por que de tudo? Tentaram alguma vez descobrir? Claro que não, eles somente chegavam como se soubessem de tudo.
"É a historia de sempre..." os ouvi dizer uma vez, "Uma mulher idiota que ama o marido violento e acha que ele vai mudar, então continua com ele ate um dia finalmente morrer".
É tao fácil o ser humano julgar aquilo que não sabe, ou pior, fácil ele generalizar tudo, fácil colocar mamãe como a burra que ama um filho da puta agressivo, mas ninguém sabe como as agressões psicológicas são mil vezes piores que a fisica, mamãe aguenta seus chutes, tapas, socos e ate os empurroes, mas mamãe já não aguenta mais a humilhação, vergonha e ameaças.
Prometi a mim mesma que seria a ultima vez que seriamos humilhadas daquela forma, tanto por papai ou por qualquer outra pessoa. Eu ainda não sabia ao certo o que fazer mas não deixaria ele me tirar mais isso, ele não tiraria de mim mais nada, papai ficaria sozinho e se Deus fosse justo morreria da mesma forma.
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Hey gente!
Tudo bem?
E ai curtiram o capitulo?
Me diz ai vai! Nada de timidez, nada de charme 😉
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Nos vemos em breve.
Beijos
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Confinada
RomanceAriela nunca conheceu o lado bom da vida, desde que nasceu sua vida vida foi banhada em trevas, medo, escuridão. A única fagulha de felicidade e amor vinha de sua mãe, que lutava bravamente todos os dias para mantê-la segura e feliz por mais que iss...