Capitulo 9 | Um caminho sem volta?

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Desperto sentindo meu corpo protestar a cada movimento. Abro os olhos e me arrependo imediatamente ao ser cegada pela ofuscaste luz amarelada do velho monitor. Fecho-os rapidamente fugindo daquele enorme desconforto, preparada para o golpe, espero as pequenas e insistentes bolinhas pretas dançarem por meus olhos me causando uma incomoda sensação de vertigem, querendo trazer a tona aquela incomoda dor de cabeça novamente. 

Respiro fundo e abro meus olhos vagarosamente, me acostumando aos poucos com a claridade. Me levanto da desconfortável cadeira alongando todo o corpo em busca de algum conforto para suas inúmeras reclamações.

Sem mais qualquer nuvem de torpor, fico alerta ao sinal de qualquer barulho ou estranheza, mas o que realmente me assusta e a suave luz brotando das pequenas janelas do local.  Aturdida procuro  imediatamente o monitor em busca das horas, solto o ar que nem havia percebido que prendia ao notar quão cedo ainda era, mas não tão cedo para que continuasse ali por muito mais tempo. Sem mais qualquer perda de tempo, analiso tudo ao meu redor, todos os papeis, anotações e paginas abertas no navegador, quando meus olhos caem no maldito papel timbrado do banco meu sangue ferve e aquela insistente dor de cabeça teima em voltar mas dessa vez eu não permito, na verdade não posso.

Tinha certeza absoluta que estavam atras de mim, eu sentia isso em cada fibra do meu ser. Malditos!

Só queria voltar a ser aquele vulto caminhando entre todos, aquele que ninguém sabia da existência ou se quer via. Maldita hora que foram cismar em me ter como sua boa ação do ano – bufo frustrada.

Mantendo os olhos praticamente colados ao relógio do monitor anoto todas as informações que me são necessárias. Não poderia continuar naquela cidade por muito tempo, eles iriam acabar me encontrando uma hora ou outra, talvez agora com certos recursos eu conseguisse me manter longe por um tempo mas não para sempre. Precisava ser rápida.

Com o tempo se esgotando, desligo rapidamente o velho computador, que demora um pouco mais que o previsto para realizar tal tarefa. Enquanto isso circulo por algumas estantes da pequena biblioteca, pegando alguns livros que me seriam imensamente necessários no momento. Não que fossem sentir falta, visto que talvez fosse a única aluna que usava o local.

Pequenos burburinhos começam a ser ouvidos do lado de fora da biblioteca, assustada me amaldiçoo pela demora. Manco o mais rápido que posso em direção a mesa do computado juntando tudo que havia deixado sobre a mesa. Enfio os livros que peguei na pequena mochila que mal cabe mais alguma coisa e sigo em direção a janela dos fundos. Abro-a o mais vagarosamente possível para que seu rangido não chame a atenção de ninguém. Sem perder tempo, jogo minha mochila e me impulsiono para fora o mais rápido possível caindo com de qualquer jeito do outro lado bem no momento em que ouço a porta da biblioteca ser aberta.

Ofegante ignoro a dor da queda e cubro meu nariz e boca com as mãos, tentando silenciar o barulho da minha respiração. Me encolho bem rente a parede, rezando para que ninguém me visse.

Começo a ouvir o barulho dos alunos e professores chegando ao prédio e meu sangue gela. Eu não poderia ser pega, não mesmo. Eu preciso sair daqui e rápido.

Me levanto sentindo pequenas pontadas mas me recuso a dar qualquer atenção a elas, olho atentamente de um lado ao outro, vendo tudo livre sigo mancando até a mata bem ao lado do prédio. Respiro aliviada quando me escondo atras de um enorme tronco sem quaisquer imprevistos, mas meu alivio se vai no momento que sirenes soam ao longe e vão se aproximando mais a cada batida do meu coração.

Eles haviam me encontrado.

Merda! - Praguejo alto.

Agora se vão conseguir me pegar é outra historia.

ConfinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora