Capítulo 27 - Uma hora as coisas saem do planejado (Cont...)

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Miguel

Ja faziam dois dias que Bela estava internada no hospital, sua febre passava dos quarenta graus quando cheguei correndo com ela em meus braços, gritando a todo pulmão por socorro. Eu me culpava por não ter reparado em seu sumiço, mas eu havia deixado um bilhete em sua porta dizendo que estava viajando para casa nesses últimos dois dias pois minha irmã havia voltado par ao hospital e não sabíamos o motivo, mas desconfiava que algo estava errado, muito errado. Era coincidência de mais que minha irmã voltasse para o hospital dias depois da vitima anterior a ela piorar drasticamente e acabar falecendo. O maldito estava encobrindo seus erros, só podia ser isso, mas ele não chegaria perto da minha família novamente, não mesmo.

 Eu estava queimando em ódio, cansado, frustrado e com medo, não só por minha irmã mas por Bela. Pedi alguns favores dos anos que havia estado infiltrado e consegui uma pequena escolta 24 horas para minha mãe e irmã e uma transferencia para o hospital da base militar de nossa cidade, lá elas estariam melhor protegidas, sob os olhos atentos de alguns amigos e superiores conhecidos. Todos assim como eu queriam pegar o desgraçado que havia atacado não só minha irmã mas todas as outras vitimas, nenhum homem estava feliz que o filho da puta continuava livre, todos queríamos vingança por seus atos imundos e covardes, nos lutamos dia e noite em defesa do nosso pais, nos piores e imagináveis cenários possíveis então imagina o quão irritado ficamos quando sabemos que o inimigo esta a solta em nossa própria casa, colocando mais e mais vidas em perigo a cada minuto?!

Quando finalmente consegui um esquema de segurança o mais perfeitamente planejado possível e a promessa de ser atualizado diariamente voltei para a cidade. Minha cabeça a mil imaginando o quão desesperado o maldito estava começando a ficar, talvez ele tivesse descoberto que estava na cidade em busca dele ou talvez estivesse cansado de não receber a fama adequada por seus atos.

Ele estava saindo de seu modo operante, havia deixado duas vitimas vivas, o que eu agradeço a Deus todos os dias, não saberia o que seria de mim nesse momento se minha irmãzinha tivesse partido. Mas não era o erro de deixa-las vivas que me incomodava mas a longa distancia que percorreu para tentar queimar as pontas soltas, se livrar de qualquer prova contra ele. Algo havia mudado o jogo e isso era ao mesmo tempo bom e ruim, bom por que uma hora ele iria escorregar, iria se achar fodão o bastante para se arriscar e é nessa hora que o pegaríamos mas era igualmente ruim pois isso nos deixava cegos, sabíamos mais ou menos seu modo de agir, o que esperar, o que procurar, seu profile nos dava essas dicas mas agora ele estava se tornando mais ousado e isso não era bom.

_Ei querido! Por que você não vai em casa, descansa e eu fico aqui cuidando dela? - Ana se aproxima cuidadosamente de mim, me oferecendo um copo de café.

_ Obrigado! Você sabe que sou um ano mais velho que você não sabe? - digo dando um sorrisinho debochado enquanto crio coragem e tomo um gole dessa agua suja que chamam de café mas me surpreendo ao sentir um gosto divino. 

_ Você não acha que vou sujeitar meu organismo a essa água suja que vendem aqui né? Trouxe uma garrafa enorme da lanchonete e uns lanches, fiquei a vontade. E sim, eu sei que você é mais velho que eu - revira os olhos sorrindo - mas...

_ Mas ela é assim com todo mundo que gosta Miguel, minha linda esposa tem a alma mais velha que já vi na vida - Pedro entra no quarto dando um beijo estalado em sua bochecha antes de se sentar ao lado de Bela.

_ Sabe, acho que é a primeira vez que vejo Bela com um semblante tranquilo. Como pode alguém tão jovem parecer carregar o mundo inteiro nas costas? - passa a mão delicadamente por seu rosto tirando o cabelo que havia caído em seus olhos - Queria tanto que ela se abrisse, que nos deixasse ajuda-la - diz derrotado.

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