Capítulo 48 - Laços

50 7 6
                                    


Horas depois

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Horas depois


Acordo me sentindo deliciosamente esmagada por um corpo quentinho ao meu redor, sorrio e me desvencilho o mais lentamente possível de Miguel para não acorda-lo. Uma olhada rápida para a janela me diz que já é noite, penso por um minuto se devo acorda-lo ou não, mas ele parece estar em um sono tão bom que resolvo deixa-lo dormindo mais um pouco, se formos honestos, qualquer sono a mais que pudermos ter deve ser aproveitado. Todos estamos a tanto tempo em alerta, lutando, nos preocupando que... esses dias aqui, deveriam ser um retiro, um momento de recarregar as energias e nos preparar para o que esta por vim, por que com certeza ainda vem muita coisa pela frente, eu poso sentir.

Dando uma ultima olhada em Miguel, me espreguiço e saio pé ante pé pelo quarto, abrindo e fechando a porta o mais silenciosamente possível. Bocejo caminhando até a cozinha e pelo silêncio do lugar tenho certeza que todos ainda estão descansando da nossa diversão de mais cedo.


Na cozinha, vasculho os armários em busca de um copo e me sirvo de um pouco de suco da geladeira, resolvendo esperar que todos acordem para podermos comer juntos. Gostei de ter todos a mesa, conversando, se divertindo, sendo... normais, quero aproveitar esses momentos o máximo que puder, antes que tenhamos que voltar a realidade.

 Com meu suco em mãos me sento na enorme poltrona ao lado da janela e fico ali admirando a a paisagem. Mesmo com a escuridão da noite o lugar é lindo, a lua esta em todo o seu esplendor no céu, rodeada de um maravilhoso mar de estrelas que se reflete no pequeno lago da propriedade fazendo-o brilhar tanto que parece ser feito de pura luz das estrelas.
Observo as enormes arvores ao redor, os canteiros de flores, a pequena horta e alguns animais aqui e ali em seu habitat natural curtindo a paz e tranquilidade de mais uma bela noite.
Sorrio e fecho meus olhos absorvendo o momento, gravando-o em minha mente para que ele possa me lembra sempre por que continuar lutando, por que tudo isso vale a pena.
Essa paz, essa sensação de normalidade, esse sentimento de pertencimento, de família, transbordam dentro de mim e me pego implorando ao universo que esses dias durem, que sejam eternos, que mesmo em meio a tempestade, a gente não se perca, que continuemos fortes, firmes e principalmente juntos.

Abro meus olhos ao ouvir o som de passos se aproximando, sorrindo ao ver Ana.

— Já acordada? — pergunta se sentando no braço da poltrona.

— Sim — faço uma leve careta —  juro que se pudesse não teria acordado, mas... 

— Sei bem como é. Seu corpo esta exausto, mas sua mente continua a todo vapor.

— Bem isso. Acho que eu não sei como relaxar, desligar minha mente dos problemas, por mais que tenhamos nos divertido hoje e tenha sido incrível, uma parte de mim sempre vai estar em alerta, procurando saídas alternativas, algum perigo próximo... 

— Não seja tão dura consigo mesma. São anos vivendo assim e sejamos honestas, o perigo ainda não passou. Esses filhos da puta continuam soltos, continuam vindo atras de você, então não se sinta mal por seus instintos, afinal eles que te mantiveram viva até hoje e eles ainda são muito bem vindos, pelo menos até que tudo isso finalmente termine e possamos viver em paz. Agora, quando isso tudo passar, daremos um jeito nisso, não se preocupe. — diz me dando um leve sorriso — Com fome? — diz mudando de assunto rapidamente.

ConfinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora