Capitulo 5 | Um buraco negro

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Não! Aquilo não poderia estar acontecendo, só podia ser um pesadelo, não um pesadelo seria algo bom comparado a isso.

Tendo gritar, tento fugir das mãos de quem quer que me segure mas não consigo, meu corpo não me obedece, luto, me forço ao limite mas não consigo. Sinto meu corpo ser arrastado, não consigo se quer saber o que esta a minha volta, parece que meus olhos congelaram naquela cena... a casa que um dia fora minha agora não passava de um monte de tijolos e madeira queimada.

Eu havia perdido tudo, não só um teto, mas a única família que me restava... mamãe, por que aquele tinhoso encarnado que deveria um dia ter sido meu pai poderia queimar eternamente junto com a casa por tudo que fez conosco. 

Estávamos tão perto de conseguir nossa liberdade, por que tinha que acontecer isso? Mamãe merecia ter sido feliz pelo menos um dia em toda a sua miserável vida.

 Sou arrastada até o interior de um veiculo, meu corpo é empurrado e forçado a se deitar em algo, uma luz cegante invade meus olhos, tento me mover mas não consigo, algo prende minhas mãos e pés. Com medo e ódio tomando conta de cada parte do meu corpo começo a tentar me soltar, grito implorando por socorro mas nada acontece por que simplesmente meu corpo não me obedecia, enquanto lutava internamente ele se permanecia inerte ao olhar de todos. Uma mulher se materializa sob mim, seus lábios se mechem mas não consigo ouvir nada que diz, olho confusa, tento falar mas é inútil pois minha boca se quer se abre, na verdade acho que nem piscar os olhos consigo.

Sinto um pequeno incomodo em meu braço, ignoro pois o que quer que estejam fazendo nunca será pior que tudo que já passei, dor pra mim era apenas um nome por que seu significado se perdeu para mim a muito tempo.


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Acordo me sentindo mole, mal conseguindo abrir meus olhos, quando finalmente os abro dou de cara com um quarto branco e vazio. Me desespero sem entender o que estava acontecendo. Tendo mexer meus braços e pernas mas estava presa, algo me prendia na cama, começo a gritar por socorro, me remexendo, tentando me soltar daquelas amarras mas nada dava certo.

Meu coração começa a bater cada vez mais rápido, a respiração se tornando mais difícil a cada minuto. Minha mente dava voltas e voltas confusa, sem entender o por que estava ali, o que estava acontecendo... até que... como uma enxurrada sou inundada e afogada pelas memórias.  A briga de papai e mamãe, as agressões, gritaria, eu acordando confusa... o corpo de papai parecendo um filme de terror, a casa pegando fogo, mamãe caida e ferida... – ofego sentindo as lagrimas rolarem por meu rosto – A casa explodindo e mamãe... Oh meu Deus! Não! Por favor, não!

A porta se abre abruptamente e um grupo de pessoas adentram pela porta, um cara armado é o primeiro a invadir o pequeno lugar, apontando sua arma diretamente para mim. Meus olhos se arregalam e começo a me sacudir, gritando apavorada. 

Seria possível o assassino de minha família estar aqui para terminar seu serviço? E se for... eu deveria agradece-lo ou implora-lo por minha vida?

_ Se acalme minha querida. – uma enfermeira diz sorrindo, acariciando meu rosto levemente porem me afasto rapidamente de seu toque lembrando que nunca mais sentiria algo assim novamente.

_ Me desculpe. – Retira suas mãos de perto de mim e as coloca atras do corpo. – Melhor assim? – sacudo a cabeça afirmativamente e ela sorri docemente. 

_ Você se lembra do que aconteceu querida? –  pergunta enquanto soltava as pequenas amarras que me prendiam a cama. 

Tento responder com um maneio de cabeça que mais ou menos porem assim que a mulher abria a boca para começar a falar novamente, é interrompida bruscamente pelo homem que havia adentrado o local armado. Afastando-a um pouco rudemente, ele caminha para mais perto da cama se aproximando mais e mais de mim.

ConfinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora