Capítulo 38 - Ora ora! (cont... )

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Já estávamos a quase três horas na maldita festa, eu não aguentava mais, quanto mais o tempo passava, pior ficavam as pessoas ao nosso redor. Eu já havia visto mais do que suportava de pessoas se pegando, desde simples beijos até amassos extremamente constrangedores e indecentes. Agora entendia por que as pessoas gritavam "arrumem um quarto!".

Olivia já estava no seu terceiro copo de cerveja, graças a Deus a bebida parecia não ter nada e de bônus Olivia parecia ser bem resistente ao álcool, o que me deixava bastante aliviada, pois a cada copo meu medo de ter que carregar e controlar uma Olivia bêbada me apavorava. Como eu não possuía tamanha resistência à bebida, preferi não correr o risco, então me permitia somente pequenos goles esporádicos quando a sede se tornava insuportável. Honestamente o gosto era péssimo e eu me perguntava como as pessoas podiam gostar daquilo, talvez fosse a falta de opção, afinal era isso ou isso.

— Quanto tempo mais você acha que precisamos ficar aqui? — grito em seu ouvido.

— Não sei Belz, mas você podia pelo menos fingir que está se divertindo — ela começa a pular ao meu lado, levantando meus braços, batendo sua cintura na minha.

— Eu não sei dançar — digo completamente desconfortavel — Olivia eu não quero dar uma de idiota e acabar chamando mais a atenção do que ja estou. As pessoas me olham como se eu fosse um fantasma ou a aparição da virgem Maria. — digo esfregando os braços quando um arrepio me toma. Olho para os lados, observando tudo e todos, tentando notar alguma coisa diferente, fora do lugar, mas para todo lado que olhava era mais do mesmo, pessoas conversando, rindo, se pegando, jogando algum jogo idiota, bebendo ou passando mal.

— Será que a gente pode dar uma volta, só para pegar um ar fresco e depois voltamos? Esse cheiro de bebida, suor e vômito está me matando.

— Achei que nunca ia pedir! — grita em meu ouvido quase me deixando surta.

Caminhamos para a entrada da casa, nos sentando em um canto mais escondido da pequena varanda. De onde estávamos podíamos ver a nossa van estacionada um pouco mais a frente, abro um pequeno sorriso imaginando o quão nervoso Miguel deve estar lá dentro, seu rosto carrancudo, os braços cruzados sobre o peito, tentando achar qualquer mínimo motivo para sair e nos tirar daqui, pobre Erik.

— Do que você ta rindo — Olivia pergunta se aproximando de mim.

— Estava olhando — faço um gesto com a cabeça e ela entende — imaginei como Miguel deve estar enlouquecendo o pobre Erik. — Olivia ri tanto que começa a bufar.

— Enlouquecendo? Erik deve estar ao ponto de assassinato — ela ri quase se dobrando — Imagino ele balançando tanto aquela perna que a van inteira deve estar tremendo. Espero que Erik tenha contado o número de vezes que Miguel tentou sair daquele carro e vim te buscar como um homem das cavernas, por que eu apostei com Pedro que seria umas vinte vezes no mínimo. — bato em seu braço não acreditando no que disse.

— Você não fez isso! — digo chocada

— Claro que fiz, apostei vintinho. Pode deixar que se ganhar eu te compro um lanche.

— Idiota! — Bato nela novamente e a abusada só ri — E aposto que vai perder porque honestamente isso foi um exagero, vinte vezes? Sério?

— Exagero? Bela o homem pularia em frente um trem pra te salvar. Você tem dúvidas disso?

— Eu não quero que ele faça nada disso — esfrego meus braços nervosa. — eu não quero que mais ninguém se sacrifique por mim.

— Eu sei, desculpe falar isso. — Olivia me abraça. — mas sério Belz, não tem nada que Miguel não faça, quando você parou antes de entrarmos, ele chegou a abrir a porta, a nossa sorte foi que Erik foi mais rápido que ele e arrancou com o carro, se não fosse isso ele teria te tirado dali no momento que viu a incerteza no seu rosto. Sabe..— seu tom se torna mais sério — ele é um bom homem Belz, por que você não se rende ao amor e se joga naquele corpão? — ela pergunta realmente confusa.

ConfinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora