Capítulo 43 - Novos lados - cont...

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Bela

— Estamos chegando a nossa primeira parada. Você esta pronta?

— Nasci pronta — digo confiante, ele sorri e se vira para a estrada. 

— É impressionante como você sempre consegue me surpreender.

— Bom, assim as coisas não ficam chatas — digo piscando. Tentando aliviar o clima tenso.

— Nunca! — ele pega minha mão e a beija, deixando-as entrelaçadas em seu colo — Antes de sairmos do carro, quero que você pegue a bolsa embaixo do banco que preparei para você. Lá fora, aja o mais naturalmente possível, não demostre nervosismo ou fique procurando algo ao redor, apenas entre normalmente, mas se mantenha atenta ao redor.

— Nem se você me pedisse o contrario eu conseguiria. É mais forte que eu analisar tudo, sempre que entro em algum lugar.

— Queria do fundo do meu coração que você nunca precisasse fazer isso, mas no momento isso é ótimo para a gente. Você precisa ir ao banheiro?

— Por enquanto não.

— Certo, então aqui vai o nosso plano. Nós faremos tudo juntos, nunca saindo um da vista do outro. Entramos, escolhemos uma mesa que de para ver ambas as saídas, escolhemos nosso lanche e esperamos. Comemos tranquilamente, por que ninguém será burro o suficiente de tentar algo dentro do lugar, ainda mais se ele estiver cheio de pessoas. Satisfeitos, nos levantamos e seguimos para os banheiros que para nossa sorte não são separados por  sexo, na verdade é um único cômodo com varias cabines, então não precisa se preocupar por que você terá privacidade   Enquanto você usa, vou estar ao lado da porta, tomando conta de tudo.

— Como você sabe... Esquece! Você realmente tem tudo planejado, não é mesmo?

— Claro! Nunca entre em uma missão despreparado.

— Concordo, mas e quanto ao carro? Não é um risco deixa-lo fora de vista?

— Já tenho tudo resolvido quanto a isso.

— Oh! Ok então capitão.

— Uma ultima coisa, tudo que você precisa esta nessa bolsa. Mantimentos, identificação, celular via satélite, uma muda de roupa, saco de dormir, água e... — ele tomba seu corpo em minha direção e pega a sacolinha de remédios do hospital no banco traseiro  —e seus remédios. — ele me entrega e abre o porta luvas pegando um relógio esportivo preto igual ao seu — Quero que use isso, a bateria esta cheia e dura dias então não tem que se preocupar com isso, nele você pode ver as horas, quantos metros ou quilômetros já percorreu, seus batimentos cardíacos, oxímetro, GPS integrado, uma bússola e apertando aqui — ele me mostra um botão lateral —  você consegue ver se estou próximo de você, O seu relógio e o meu estão sincronizados, eu consigo ver onde você esta e vice versa, isso se estivermos em um raio de três quilômetros um do outro. — ele aperta o botão e dois pontinhos aparecem quase colados. — Esse pontinho vermelho é você e o azul piscando sou eu... — Miguel para de falar nervoso, olhando novamente para o retrovisor.

— Chegamos — ele para o carro, fecha os olhos e respira fundo.

— Ei! Vai dar tudo certo. Nós dois ja passamos por coisas piores. — tiro meu cinto e me aproximo dele, trazendo seu rosto para perto do meu — Se qualquer coisa acontecer por aqui, só me prometa que vai se manter bem e vivo. Que vai voltar para mim. Você me pediu isso aquele dia e eu comprei, agora é a sua vez.

— Inferno Bela — ele tira seu sinto e me puxa para o seu colo, me beijando tão forte e intensamente que sinto tudo girar ao meu redor.  Agarro Miguel com toda a minha força, dizendo tudo que nunca disse em palavras com esse beijo, implorando a ele que não deixasse que esse fosse o nosso adeus. Quando ouvimos o barulho de um carro entrando no estacionamento de pedra, nos afastamos ofegantes. — Deus! Por favor se cuide ok. Não venha atras de mim, fuja, se esconda e entre em contato com Erik. Não faça nenhuma coisa idiota Bela. Me prometa.

ConfinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora