"Uma balada de amor"

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Não há nada como uma melodia intemporal e eterna para nos fazer recuar no tempo e recordar o amor

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Não há nada como uma melodia intemporal e eterna para nos fazer recuar no tempo e recordar o amor. O amor... Aquele amor inesgotável e indestrutível que me fazia perder loucamente nos teus olhos, passear-me infinitamente nos teus lábios, balançar-me para sempre na tua pele fugidia e suave e nos teus longos braços.

Um Amor tão grande como a própria vida e tão único que nem as próprias palavras são suficientes para o descrever. O Amor sobre o qual nada nem ninguém podia duvidar, éramos feitos um para o outro, éramos felizes juntos e o Amor era o melhor símbolo de tudo aquilo que nos unia.

Mas infelizmente descobri – da pior maneira – que o amor não dura para sempre, que é um sentimento fugaz e passageiro, débil e frágil. Era o teu baile de finalistas, no qual eu devia ser o teu par, mas a vida arranjou maneira de eu não poder ir e falhar essa noite. Um súbito mau-estar obrigou-me a ficar em casa, de cama, as lágrimas corriam-me pelo rosto, tal era a tristeza de ter que te deixar sozinho naquela noite. Foi compreensivo e por minha causa até chegaste a ponderar abandonar a tua festa, mas eu não deixei. Merecias divertir-te e aproveitar a (tua) noite, comemorar a conquista de mais uma etapa da tua vida.

E assim foi... Arranjou par ao lado da Filipa, uma colega da sua turma que a bem dizer sempre tinha tido um fraquinho por ele. Não me preocupei, nem me importei que a tivesse escolhido a ela, para ele, ela não passava de uma simples boa amiga. Confiava e acreditava piamente nele. Adormeci bem cedo, crendo que estaria a divertir-se e a viver uma das melhores noites da sua vida e não imaginando que a manhã do dia seguinte iria acordar tão negra.

Quando cheguei à escola, não se falava noutra coisa: a Filipa e aquele que eu considerava ser a minha cara-metade tinham-se envolvido durante a festa, nada que ela não tivesse tentado várias vezes. Fiquei de rastos, amargurada, desiludida, triste e sem um rumo para a minha vida; afinal de contas, um grande amor também se perde; mas muitos dizem que nunca morre.

Confiava e acreditava piamente nele. Achava que ele jamais me trocaria por quem quer que fosse, mas, afinal, na primeira oportunidade que teve envolveu-se com a pessoa que mais desejava que nos separássemos e pior ainda do que isso tudo tinha acontecido ao som da nossa música. A melodia que tínhamos ouvido no dia em que nos conhecemos, que nos tinha unido, que era o símbolo do nosso amor e da paixão que nutríamos um pelo outro.

Não queria acreditar que ele não tivesse respeitado esse fragmento do nosso amor e essa memória tão nossa, nunca me senti tão triste e angustiada. Quando me viu, veio ter comigo e percebeu pelo meu semblante carregado, triste e humedecido pelas lágrimas que eu já sabia de tudo, desfez-se em desculpas, dizendo que a Filipa se tinha aproveitado do seu estado demasiado alegre. Que aquela noite não tinha significado nada para ele, que a única pessoa que ele amava era eu. Não consegui acreditar totalmente nas suas palavras, depois da história que nos ligava, de tudo o que tínhamos passado e do amor e paixão que sentíamos um pelo outro; mas dei um singelo beneficio de dúvida.

Afastamo-nos porque senti que precisava de espaço e de estar sozinha uns tempos, durante este meu retiro, Filipa fazia por se vangloriar na minha presença por me ter roubado o namorado, o que me deixava furiosa. No entanto, sempre que podia ele afastava-a e evitava qualquer gesto de amor, ternura e carinho que ela tentasse ter para com ele provocando enormes discussões entre os dois.

Filipa começava a fartar-se, porque aos poucos sentia que estava a perder o amor da pessoa que me tinha roubado, depressa se apercebeu que nós tínhamos sido feitos um para o outro. Ele nunca a ia amar como me amava a mim, por muito que ela quisesse e se esforçasse.

Alguns dias depois, fui surpreendida pela calada da noite por um serenata à janela do meu quarto, com o jardim cheio de rosas vermelhas, um pedido de desculpa e um enorme coração feito com pétalas de rosa com Ele sentado no meio. Perdoei...

lá estava ela... A nossa balada de amor, sempre presente pronta para nos fazer reencontrar, naquilo que de melhor nos une: o amor que nos ligará para sempre um ao outro.

Manuscrito - Histórias que podiam ser a tua históriaOnde histórias criam vida. Descubra agora