O que ele fez comigo?

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Pov. Liza

Depois da conversa com Alice a manhã passou tranquila, meu pai mal falou comigo, ele estava bem estranho. Na hora do almoço ele sutilmente disse que queria caçar comigo mais tarde, e isso me deixou dividida.

Era exatamente o que eu não podia fazer. Caçar, correr, matar, beber sangue, me expôr... Enquanto provavelmente estava sendo vigiada. Mas eu não podia dizer não. 

"Você prometeu" - Li a mensagem de Nícolas enquanto assistia a última aula. Ele ouviu o pedido do meu pai e o meu sim silencioso.

"Não podia dizer não. Por conta disso tudo ele mal está falando comigo desde que chegou." - eu respondi e o vi revirar os olhos ao ler. "Só dessa vez..."

"Vou estar por perto rondando a área. Tome cuidado." - eu sorri com sua resposta.

Não devia ser fácil cuidar de mim, eu sempre dava um jeito de quebrar as regras. Mas eu não podia evitar essa caçada com o Sr. Edward agora a tarde.

A aula passou rápido, durante todo esse período eu e Nícolas nem se quer trocávamos olhares.

Era difícil, eu o sentia perto de mim, meu coração acelerava quando ouvia sua voz, mas mesmo assim tinha que fingir demência sobre sua existência. 

Assim que o professor encerrou a aula eu o vi saindo e indo diretamente para floresta. Eu iria caçar e a única certeza que eu tinha é que eu seria vigiada.

Onde quer que ele estivesse, sabia que estaria ouvindo.

Meu pai estava sozinho na porta da faculdade me esperando quando sai. Sua postura séria e tensa demonstrava que nos não íamos só caçar. Estranhamente ele não disse nada quando me viu, só fez um gesto para que eu o seguisse, e eu o fiz.

Detestava esse clima estranho. Me deixava estranha também, ficava sem saber como agir.

Eu sabia que ele queria e precisava caçar, mas aquilo estava me matando...

-Pai - o chamei.

Já estávamos correndo entre as folhas secas da pequena mata atrás da faculdade. As árvores molhadas da garoa agora me lembraram forks. Ele parou e me encarou.

-Está magoado?

-Você está mesmo perguntando o que estou sentindo? - disse seco e aquilo me pegou de surpresa. - Você não parece a mesma pessoa.

 Ok. Ele não estava feliz com a Elizabeth que encontrou aqui. Essa conversa vai ser mais difícil do que eu pensava. 

-É, você não faz ideia - concordei  - Mas não entendo o que eu te fiz. Mal falou comigo desde que chegou...

-Você mal falou conosco desde que chegamos.

-Vocês chegaram em um momento que não dá pra eu dar muita atenção. - ele me olhou de cima a baixo desconfiado e balançou a cabeça irritado. - Qual o problema?

-Eu não sei, porque não me diz você? - ele cruzou os braços e agora parecia estressado. - Sua mãe disse para não ficar perguntando, mas porque conta as coisas a ela e não pra mim? 

Isabella Swan. 

Revirei os olhos. Essa mudança repentina dela de querer voltar para forks, deve ter feito ele questiona-la sobre isso e ela não falou nada.

-Eu não conto, ela adivinha muito bem, você sabe. - meu pai me olhava com dureza em seus olhos dourados, a pose estressada não condizia com o que ele estava sentindo agora. Preocupado, traído, ansioso... - Papai, me desculpa se não posso ser sincera como você gostaria que eu fosse. Sei que estou estranha, que as coisas parecem diferentes, mas a questão é que eu cresci. Você e mamãe fizeram um bom trabalho, sou uma mulher agora. Tenho meus próprios problemas, sei que querem me proteger, mas tem coisas que não dá...

A Irmã de RenesmeeOnde histórias criam vida. Descubra agora