Gravidez

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Os meses estavam voando. E a cada dia, eu percebia o quão estranha estava minha gravidez.

Hoje por exemplo, acordei com a boca com gosto de guarda chuva. Eu ando tendo desejos que a gente não pode classificar como normal. Uma grávida comum, sei lá, teria o desejo de comer uma maçã, uma pizza, ou um bolo.

Ah, mas eu não...

Ontem eu tomei suco de ervilha. Sim, de ervilha. Quem, em sã consciência, bate ervilha no liquidificador para fazer um suco? E esse foi o menos pior.

A cada dia que passava, eu me desesperava completamente com o fato de me tornar mãe. A minha cabeça não estava processando essa realidade na velocidade que deveria.

Todos achavam que a gravidez estava passando devagar, mas para mim estava tudo muito rápido. Cada dia era uma coisinha diferente, uma preocupação, uma expectativa, uma novidade...

Quando completei 4 meses, Carlisle me deu a notícia que mudou minha vida por completo. Meu bebê era um menino.

Sim, o meu menininho.

Não dá para descrever a festa que foi quando todos souberam. Literalmente uma festa, pois Alice não se conteve em dar uma. E eu estava tão feliz, que dessa vez não me importei. Eram raros os momentos em que eu tinha sensações boas a minha volta para desfrutar.

Os últimos bebês que nasceram nessa família, foram duas meninas, e agora estava chegando um menininho. Todo mundo estava em êxtase por viver algo novo, de novo.

Já eu depois dessa notícia, ainda continuei com minhas preocupações de grávida.

Os dias pareciam correr. Mas eu não estava com pressa, e não podia controlar o tempo.

Me olhar no espelho e ver minha barriga crescendo conforme as semanas passavam, era assustador demais. Como assim meu corpo estava gerando um ser humano? Isso era absurdamente medonho.

Meu corpo, já não era mais só meu. Principalmente porque eu não o reconhecia a algum tempo, a barriga estava ficando enorme, meus seios estavam 3 vezes maiores que o tamanho normal, meu quadril alargou, minha bunda e minhas pernas estavam mais grossas.

Eu me olhava no espelho e não me via.

Mesmo com todo esse sentimento estranho e todas essas novidades, ainda assim estava sendo especial.

Eu era paparicada por todos, Nicolas brilhava quando estava perto de mim. Dizia toda hora que eu estava linda grávida, e eu me sentia linda, e as vezes me sentia estranha.

Era um misto de sensações que eu lidava tendo crises de choro.

As vezes acordava me sentindo a mulher mais bonita do mundo, as vezes me sentia um bagaço e ninguém me fazia sair do quarto.

A primeira vez que o bebê chutou eu estava deitada com Nicolas, tendo uma crise por coisas que eu criei na minha cabeça.

Foi como se ele quisesse me acalmar por dentro. Nos dois ficamos em choque.

Foi a primeira vez que vi Nicolas chorar. Depois desse dia nunca fui tão tocada pelas pessoas. Todo mundo queria sentir o bebê dar seus primeiros sinais de vida.

Eu amava e me sentia privilegiada, toda vez que tinha meus momentos só eu e ele. Quando eu estava triste e ele chutava, quando eu conversava com ele e acariciava minha barriga, eu o sentia se mexer dentro de mim, era indescritível a sensação.

Quando ele ouvia minha voz ou a de Nicolas então, era uma festa dentro de mim. Era como se ele respondesse.

Nicolas e eu nunca dormíamos sem falar com ele.

A Irmã de RenesmeeOnde histórias criam vida. Descubra agora