Go Dartmouth

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Já havia se passado algumas semanas desde que voltei. Tinhamos passado o Natal e ano novo juntos e eram férias da escola.

Todos estavam me ajudando em relação a abstinência do sangue humano, estava tudo muito difícil. Até ficar perto de Nessie era difícil. Autocontrole nunca foi meu forte.

Por outro lado, tio Jazz estava me ajudando em relação a confusão que estava minha cabeça, e a controlar minhas outras pendências, se é que posso dizer assim.

Meus pais não querem que eu saia por ai matando as pessoas e nem eu.

Em especial meu pai acha, que eu preciso apreender a dominar isso que tenho dentro de mim, para não usá-lo apenas quando for invocado por minhas emoções e sim em qualquer momento como eu desejar.

O problema é que eu não estou conseguindo trazer isso para fora. E quando consigo, não sei ter controle sobre ele e nem consigo parar. É como se me dominasse, como se eu virasse outra pessoa. Não consigo responder por mim mesma, ajo no automático.

–O que você quer? – perguntei sentindo Ness rodeando a porta de meu quarto.

–Só vim ver você, relaxa. – ela entrou no quarto e eu fiz careta não achando boa ideia – Não se preocupa, vou ficar longe.

Ela se sentou em uma cadeira ao lado da porta e ficou me olhando agoniada.

Eu tentei ignora-la encarando a chuva da janela, mas Renesmee estava inquieta como se quisesse falar alguma coisa.

-Fala logo - pedi impaciente.

Ela respirou fundo e encarou suas mãos em conflito. Parecia relutante em falar.

–Como é o gosto do sangue humano? – Perguntou baixinho sem me encarar.

Ela estava explodindo de curiosidade, eu sabia que iria me perguntar uma hora ou outra. Ela vinha me rodeando desde que cheguei, vendo todo meu esforço para vencer meus ataques de sede repentinos.

Principalmente depois da crise que tive pela manhã. Um forasteiro com a garganta pulsando sangue fresco esbarrou no meu caminho enquanto eu caçava, Nessie estava comigo, e bom, não foi um bom jeito de começar o dia e nem uma bela cena de se assistir.

Renesmee não entendia o que não conhecia. Mas ela via o quanto eu estava sofrendo com isso.

–Não a nada que eu possa comparar que você vá entender - Expliquei - É algo totalmente longe das expectativas que a gente cria. Quando se toma tanto sangue do jeito que eu fiz, as outras coisas parecem perder o gosto. Parece que eu estou constantemente comendo borracha, passo 100% do tempo imaginando matar alguém só para tirar esse gosto da minha boca.

–Porque é tão difícil assim? Não deveria ser - ela perguntou ingênua e eu ri.

Como as coisas são, eu parecia tão mais velha que ela agora, sendo que ela é 1,45 segundos mais velha que eu.

–Renesmee o difícil é voltar a ser você mesmo. O sangue humano te muda, o vício na verdade te transforma de maneiras, que eu sei que mesmo me esforçando muito, nunca mais vou ser a mesma pessoa.

–Se é desse jeito, como você voltou para forks de repente então? - A encarei. Estava me sentindo em um interrogatório.

–Eu não sei Nessie. Por mais envolvida na vida que eu estava levando, o sangue não é tudo. Senti falta de vocês nos meus poucos momentos sã. Mesmo relutante, resolvi vim ver como vocês estavam...

–E não vamos mais deixa-la ir embora. – meu pai disse entrando no quarto com uma bandeja de comida. – Renesmee, Jacob esta aqui, está te esperando lá fora.

A Irmã de RenesmeeOnde histórias criam vida. Descubra agora