Lua de açúcar

A decisão

- Os Quileutes existem para proteger
Proteger está no nosso sangue. Nos nossos genes.
Protegemos nossos irmãos, nossos companheiros, nossa família, nosso amor, nossa tribo, nossas tradições, a natureza, nosso território, nossa reserva e....os humanos.
Em toda a nossa história a nossa magia nos protegeu e nos guiou no caminho certo.
Os guerreiros espirituais Quileutes surgem quando a tribo precisa deles, quando os humanos precisam deles.
O lobo Quileute nunca escolheu uma batalha, as batalhas é que escolhem os lobos Quileutes que jamais fugiram de uma luta em defesa da vida.
Hoje nos encontramos diante de uma das nossas mais difíceis batalhas.
A escolha se entregamos os humanos para preservarmos nossa gente ou entregamos nossos filhos para protegermos os humanos nunca foi feita, porque um guerreiro Quileute não escolhe suas batalhas, ele simplesmente defende quem precisa dele.
Durante muitos anos mantivemos uma trégua, um pacto de convivência com os Cullen's, sob a exigência de nunca morderem ou matarem um humano.
Hoje eles dizem que se o trato não for quebrado o inimigo vencerá e nenhum guerreiro Quileute resistirá.
No entanto, mesmo que haja a quebra no pacto não existem garantias de que consigamos resistir eles dizem.
Nunca existiu uma situação em que nós tivéssemos um vislumbre do futuro, nossa magia arde dentro de casa um de nós e agora não é diferente, a decisão marcará a tribo e a história está sendo escrita hoje.
Esse conselho vai decidir e anunciará a sua decisão no fim da grande fogueira.

Meu pai era o líder do conselho mas seu voto tinha o mesmo peso do dos outros, o Ateara e o Clearwather.

O discurso inicial dele não me deu muitas pistas do seu voto, mas com certeza eles vão ouvir Sam antes de decidirem, eu precisava saber qual era a sua opinião.
Enquanto os três líderes e Sam se levantaram e se afastaram da fogueira o restante da matilha continuou ao redor do fogo. O clima não era dos melhores, era realmente uma situação única e ninguém queria seu aquele cuja decisão mataria a todos ali reunidos.
Quill foi o primeiro a falar e se dirigiu logo a mim: - Se a Cullen não pude ver através da matilha como vamos saber se ela realmente viu certo?

- Ela não viu o nosso destino, viu o destino dos Volturi, a decisão deles é que terá esse desfecho, por isso ela nos viu.

- E se quebrarem o pacto, ela não sabe o que vai acontecer? - Ele continuou.

- Essa decisão é nossa, e por nos envolver ela não pode ver.

- Mas se o conselho decidir por permitir então o futuro deles também muda, aí ela consegue ver?

- Eu acredito que sim, mas só depois de acontecer saberemos com certeza.

Eles continuaram sentados fitando o fogo que ardia consumir a lenha que formava a fogueira, o fogo consumia a lenha como o tempo agora corria contra nós.

Me levantei, ia atrás do Sam, após alguns passos Seth me alcançou.

- Jake, Sam disse que a Bella...

- Foi o que a Alice viu Seth.

- Sinto muito cara, espero que tudo se ajeite.

- Obrigada Seth, mas agora eu preciso ir.

Alcancei Sam saindo da minha casa, ele já havia conversado com meu pai, faltava ainda os outros dois, Sue e o Ateara.

- Sam espera. O que você aconselhou?

- Jacob, eu sei que a decisão para você não é fácil, mas temos que pensar na tribo e nos humanos. Eu não aceito quebrar o tratado, nos temos que proteger a todos.

- Mas isso vai levar a tribo toda para a morte sem falar nos humanos.

- Eles não tem garantias Jacob, ela nem vê através de nós. O nosso futuro somos nós que fazemos.

- Você está sendo estúpido, a única chance é se unirmos forças. Os Volturi são muito poderosos.

- Nós fomos criados para isso Jacob, matar vampiros é o que nascemos para fazer, se vamos morrer, e espero não, vai ser fazendo o que é certo.

- Mas e a Bella, ela também é humana.

- Por quanto tempo Jacob?

- Enquanto ela for humana é nosso dever protege-la também.

- Ela escolheu ser uma deles, não fomos que escolhemos isso.

- A sua escolha vai matar a todos nós.

- Vamos usar uma estratégia de ataque diferente e

- E cada um de nós vai morrer.

- Jacob já falei, nós vamos lutar, contra os Volturi e conta os Cullen's. É melhor você ir descansar, teremos treino amanhã bem cedo.

- O conselho ainda não decidiu.

- O seu pai concorda comigo Jacob.

Eu não podia acreditar, meu próprio pai ia nos entregar para morrer.
Entrei em casa e meu pai não estava mais, me virei e o vi em volta da fogueira novamente, ele me encarou, eu soube o que ele decidira. Um tremor me percorreu a espinha, uma fresca brisa me acariciou o rosto que ferveu em seguida. O destino estava selado, o destino dela me doía, não era uma dor egoísta, ela devia ser feliz e para sempre se isso era seu desejo. Mas perdê-la porque Sam era incapaz de enxergar que a união agora era a nossa melhor chance, eu não podia aceitar, e não ia aceitar.
Avancei em direção a casa da Sue, Sam estava saindo quando me viu e veio em minha direção, ele não precisava de telepatia de lobo para saber o que ia acontecer, ele estava preparado.

- Jacob Black você vai lutar com o seu bando e

- Eu não vou mais seguir você, eu não nasci para seguir ninguém, eu sou o neto de Ephraim Black, eu sou o neto de um chefe, não vou seguir você para morte.