Um sono dos anjos

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A fogueira se consumiu e só restavam brasas.

Me levantei e caminhei silenciosamente até em casa. Billy estava na cozinha, sentado com uma xícara de um chá com o cheiro suave.

- Oi Filho!

- Hey pai.

- Você esteve bem distante hoje hein filho!

- É, me desculpe por isso.

- Tome, tome um pouco de chá comigo. - Ele disse já servindo uma outra xícara.

- Chá pai? Está super quente hoje.

- Não, não está! Você que não sente frio. Tome, tome tudo!

Estranhei aquela reação, mas estava muito cansado para discutir, apenas virei a xícara de uma vez.

Minha cabeça não me dava paz, muitas coisas vagavam por ela, o que me desanimou quando me dei conta de precisava dormir, pois com certeza não seria uma noite tranquila.

- Sue vai fazer o café amanhã, as quatro horas, de lá vocês vão juntos.

- Mas e a Emily?

- Você não é mais da matilha do Sam.

- Mas não acredito que Sam faria isso, nos excluir assim.

- Sue prefere fazer assim, deixe ela filho, ela está mandando seus únicos dois para lá amanhã.

- E você seu único filho! Ou as meninas são mais importantes que eu? Você não liga de me perder? - Eu o provoquei, não queria queria que ele ficasse se martirizando, as coisas já estavam tão tensas.

- Deixa de besteira Jacob!

Eu apenas sorri.

- Eu te amo Billy Black, tudo vai ficar bem! - Dei-lhe um beijo na testa e segui para o banho.

O banho foi rápido mas incrivelmente poderoso, deitei na cama e só acordei no dia seguinte com meu pai me sacudindo.

- Jacob, acorda filho, levanta.

- Nossa, eu não sei o que houve, há tempos não dormia bem assim.

Ele sorriu e saiu.
Da sala ele gritou: - Quer uma carona?

- Não, tudo bem.

Me sentia revigorado, uma noite de sono bem dormida. Me troquei e saí. Billy na cozinha me chamou:

- Cuidado filho! Volte para casa vivo.

- Que isso Billy Black, sua falta de confiança em nós é um pouco ofensiva.

- Apenas se cuide, está bem?

- Eu sempre me cuido pai! Até mais tarde.

Corri no breu até a casa da Sue. Seth estava tão animado que eu o podia ouvi-lo de longe. Leah abriu a porta assim que cheguei na esquina, ela estava séria, e só me deu um oi seco.

Sue me abraçou forte, e me colocou sentado, a mesa posta estava farta, ela cozinhava bem.

- Hey Jake, está animado? Será que Alice tem novidades? Espero que não precisemos esperar por muito tempo.

- Se acalma Seth, não será um passeio no parque. Você sabe que os Volturi são muito diferentes dos recém criados. Você precisa se concentrar, foco!

- Não me faça ter que ficar de olho em você o tempo todo!

- Se toca Leah, eu não preciso de babá.

- É o que vamos ver. Alguma novidade Jacob?

- Não que eu saiba. Talvez Carlisle tenha falado com Sam, para mim ninguém disse nada, nada além do que vocês já sabem.

- E a sua, er a Bella vai estar lá?

Eu realmente não precisava ouvir aquilo, porque diabos Leah fez aquilo?
Não que ela tivesse realmente saído da minha cabeça em algum momento, mas não precisava me lembrar específicamente dela agora. Até mesmo os pesadelos me deram uma folga, porque Leah não?

- Não! - respondo seco e fechei a cara, ela com certeza ia ouvir umas boas tão logo chegássemos na mata.

O café seguiu tranquilo, Sue abraçou a todos, ela estava muito tensa.

- Vai dar tudo certo! Eu vou ficar de olho neles! - Ela sorriu!

- Eu sei que vai querido! Cuide-se também!

Saímos na escuridão, Seth não aguardou chegarmos na mata, simplesmente se transformou.

- Isso Seth! Quero ver você se transformar depois para ir lamber os seus sanguessugas favoritos. - Leah disse um pouco exasperada, olhando as roupas de Seth em pedaços pelo chão.

- Porque você faz isso comigo Leah? Qual seu problema? Me dá um tempo! Achei que você estava começando a ser uma pessoa melhor, mas estou vendo que não.

- Me desculpe Jacob. Você tem razão. - Ela me respondeu muito séria, o que me surpreendeu, esperava um protesto, uma resposta enviesada, mais amargura, mas ao invés disso ela estava séria e reconhecendo que deu mancada. Aquilo me assustou um pouco.

Depois de alguns passos na mata eu quebrei o silêncio: - Leah, o que você vai fazer amanhã?

- Como assim? - Ela me respondeu ainda séria, continuou andando e não me olhou.

- Amanhã quando tudo isso estiver acabado. Quais são seus planos?

- Eu sei que sou insuportável, mas não se preocupe, você não terá que lidar comigo por muito mais tempo.

- Como assim? - Ela continuou andando. - Hey! - Segurei em seu braço a fazendo parar. - O que que foi Leah? Você sabe o que eu quis dizer. Por favor, não torne as coisas mais difíceis do que elas precisam ser.

Ela respirou profundamente, encarou o chão e então me encarou.

- Eu não sei tá legal. Eu deveria saber, era tudo o que eu queria, quebrar a ligação. Mas agora eu não sei.

Ficamos em silêncio por um instante. A situação dela era tão delicada, e depois do imprint do Sam ela virou outra pessoa, fechada, dura, amargurada, que eu não esperava encontrar uma Leah realmente quebrada embaixo da casca, apesar de conhecer a situação, acho que todos achávamos que era um pouco de sua personalidade aquela dureza toda.

- Vai ficar tudo bem Leah... Me desculpa tá legal, por pressionar você. Foi só uma pergunta. Eu sinto muito. Acho que não esperava que as coisas fossem assim tão difíceis.

Ela me olhou com pesar.

- Sei que as coisas não estão tão fáceis para você agora, acredite em mim eu sei o que você está passando. Mas você precisa dar um jeito nas coisas....isso que está acontecendo com você...esse comportamento, esses apagões...isso não é normal Jacob.

Eu não a encarei, ela tinha razão, as coisas estavam muito difíceis, e eu não sabia exatamente como as coisas iam correr. As minhas esperanças eram que aquilo tudo sumisse com o tempo, com a distância e com muita, muita distração.

- Vai ficar tudo bem Leah. Se não ficar, a gente sempre pode esperar pelo imprint. - Falei sorrindo a provocando, ela revirou os olhos. - Agora vamos, Seth já deve estar lá deixando mais marcas no chão que uma trilha de turistas.

Seguimos mais alguns passos, nos separamos e nos transformamos.

Lua de açúcarOnde histórias criam vida. Descubra agora