Lua de açúcar

Enlouquecendo

Leah ria, como a muito tempo eu não via, ela realmente estava se divertindo o que colocava mais pressão sobre mim. Precisava obter sucesso no treinamento do dia seguinte para que pudesse manter ela longe da matilha e do Sam.

Os lobos novos já estavam em harmonia, ela havia conseguido realizar bons movimentos com eles.

Seth se preparou e a atacou pelas costas, ela foi pega de surpresa, baixou a guarda finalmente e foi surpreendida. Colin virou com o susto e Leah voou para o chão escorregando alguns metros. Seth ficou assustado ao ver a irmã jogada no chão, na verdade nem eu esperava que ela pudesse ser surpreendida.

Ele se aproximou preocupado para encara-la, todos os lobos agora de olhos abertos e espantados se aproximaram.

Pulei em Seth e rolamos no chão longe de Leah que levantou enfurecida se transformou e veio para cima de nós, ficando em cima de mim e abocanhando Seth com força suficiente que o fez soltar um ganido.

Enquanto eu girava o corpo para sair de baixo dela, ela virou e pisou em meu pescoço com as outras patas em meus ombros, eu estava ariado no chão com ela em cima de mim.

Seth se levantou e pulou em direção a ela, Leah se virou se jogando ao chão e deixando Seth apenas para cortar o ar sob seu corpo e o abocanhando o pescoço se lançando ao chão pendurada nele, ela estava totalmente focada em seus movimentos, Seth não tinha nenhuma chance.

Me levantei e também me lancei contra ela para arrancá la de cima dele, mas ela não foi pega de surpresa e com a patas traseiras jogou Seth contra mim nos derrubando ao chão.

Eu estava impressionado com seus reflexos, contive Seth num impulso de se lançar novamente contra ela.

- Chega Seth, por hoje deu.

- O que foi? Ficaram cansadinhos?

- Muito bem Leah, estou impressionado, um foco incrível. Parabéns.

- Vocês é que são dois molengas hunf.
(Risos)

- Vamos encerrar, vou avisá-los que podemos ir, vocês também vão para casa. Amanhã cedo voltamos com os Cullen's.

Me lancei na mata para buscar minhas roupas e voltei para liberar os meninos.

A casa já estava apagada, sob o balcão da cozinha havia um pequeno pacote de papel amarrado com um barbante e um pedaço de papel dobrado preso nele escrito "me coma", eu conhecia aquela letra.

É para você, um pedaço do bolo que Charlie encomendou no Carver's Café.
Seth me disse que você foi treinar com os mais novos, Chefe Jacob.
Espero que tudo fique bem.
Coma ao menos um pouco.

Bells.

Aquilo foi inesperado e me jogou novamente no turbilhão de emoções que sempre me levava ao fundo do poço. Me segurei no balcão para não cair e me agachei tentando puxar o ar com dificuldade a cabeça latejando.

Todo o esforço que fazia para não pensar nela era sempre desperdiçado em questão de segundos toda vez que ela me pegava desprevenido. Por mais que eu quisera que as coisas fossem diferentes nada ia mudar.

"Jake" ouvi Bella me chamado, estava ficando louco, começava a ouvir ela, era o fim da linha para mim.

Ali agarrado ao balcão na cozinha envolvida pelo escuro da noite, agachado me esforçando para não desabar não consegui conter novamente algumas lágrimas, que escorriam como lava em meu rosto que estava incrivelmente quente.

Não conseguia compreender a razão pela qual tudo estava como estava, as coisas se acumulando e o poço só se aprofundando, pela primeira vez desejei ter um imprint com alguém. Mas eu não era sortudo o suficiente para me beneficiar da única "vantagem" dessa maldição, não, eu estava desgraçadamente fadado a essa vida. Não via a hora de acabar com tudo aquilo.

Após a luta eu iria me mandar, sairia de La Push, de Forks, Washington e do país, arrumaria qualquer coisa para fazer, viveria como lobo o resto da vida se fosse preciso, acabara finalmente de perceber que mesmo com ela transformada não eu seria capaz de continuar são aqui, supondo é claro que eu vivesse.

A influência que ela exercia sobre mim era inexplicável, o quanto eu a desejava, precisava dela, precisava protegê-la, mesmo depois de tudo que ocorrera.

Um impulso incontrolável de vê-la me tomou, não era uma decisão, era um instinto.

Peguei a chave da moto no gancho ao lado da porta da frente e corri para fora. Meu peito inflado respirava rapidamente, minha cabeça já não latejava, meu passos eram incrivelmente rápidos, entrei na garagem e a montei ali mesmo, dei a partida e avancei garagem afora.

Senti a brisa da noite me acariciando o rosto, por um instante senti um alívio me tomar, me senti leve, nem uma sombra da profundeza miserável que me encontrava a segundos atrás, ia encontrá-la...
...
...
Encontrá-la e fazer o que?

Tomá-la em meus braços, dizer que a única coisa que eu precisava na vida era ela, que tudo só fazia sentindo se ela estivesse comigo? Supondo que ela assumisse o que sentia e se entregasse quanto tempo eu levaria para magoá-la? Quanto tempo a até eu criar uma outra Leah?

O desespero me tomou, o estômago revirou, a cabeça latejando e o peito arfando, tudo começou a ficar branco, não podia me entregar, estava a quase 200km por hora na moto, desacelerei e fui parando a moto.

Estacionei na beira da pista foi só o tempo de descer da moto e tudo ficou instantaneamente branco, não consegui lutar, me tomou com tamanha virulência que não fui capaz sequer de ficar em pé.