Jeff
Tarde da noite, o vento gemia nas árvores e o frio me atingia à espinha acompanhado da preocupação. Estava admitindo que algo grave poderia ter acontecido com ele, pois nunca demorou tanto para chegar em casa.
Natasha enlouquecia e esperava na cadeira de balanço com Isis no colo e Francine aos pés. Cada vez que a cachorra ouvia um barulho vindo da floresta, ela se levantava e olhava, esperando que fosse Joey. Vendo que não era ele, voltava de olhar triste para casa.
Não me contive e fui atrás de Natasha, encontrando-a ainda sentada com Isis e Francine deitada de focinho entre as patas. Onde diabos aquele porra está?
- Já era para Joey estar aqui há duas horas atrás.
- Talvez a amiga dele passou mal e ele quis fazer companhia para ela, sei lá.
- Não, tenho certeza de que não foi isso. - murmurou, acarinhando Isis jogada em seu colo. Aquela gata a cada dia ficava mais preguiçosa.
- Sente que aconteceu alguma coisa ruim com ele?
Ela parou, mordeu os lábios e tornou a olhar para mim. Chega senti uma pontada no meu peito. Deus, melhor que seja um infarto porque se for um pressentimento...
- E você não? Mãe sempre sabe dessas coisas. Vá logo buscá-lo, Jeff!
Respirei fundo.
- Certo.
Eu estava prestes a ligar o carro quando Natasha rapidamente se levantou de sua cadeira de balanço e caminhou rapidamente em minha direção. Por um segundo não entendi o que ela ia fazer, mas dei um aperto firme no volante quando a ouvi perguntar:
- Posso ir junto?
Revirei os olhos para o céu escuro, como se consultando silenciosamente alguma divindade por lá. Então suspirei e destranquei a outra porta do carro, para que ela pudesse entrar.
- Vem, vamos buscar o Zé balada.
______________________________________Joey
Até agora, parecia que os efeitos das drogas estavam começando a passar um pouco, por eu não estar tendo mais tantas fantasias. Não sabia há quanto tempo estive procurando por Hannah e todas as portas que tentei abrir estavam trancadas. Tentei não imaginar o que faziam lá dentro, mas os barulhos e gemidos eram impossíveis de ignorar.
Eu finalmente consegui abrir uma porta, mas em vez de Hannah encontrei Ethan aos beijos com uma garota. As coisas estavam começando a esquentar pois no momento em que entrei, ela se agachou para desabotoar as calças dele.
Ai, minha Nossa Senhora.
Ele se virou e olhou para mim. Tentei mover os pés, e, antes que ele pudesse perguntar alguma coisa, me virei, saí do quarto e fechei a porta atrás de mim.
- Vou te trazer uma água com gás.
Foi ele quem me drogou. Uma raiva inflou dentro de mim, como pude ter confiado nele? É claro que garotos como ele fariam coisas assim. Ele fez isso para zombar de mim. Papai diz que terá um dia do juízo final, da ressurreição dos mortos e da Segunda vinda de Cristo, da Parúsia.
"E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida: e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras."
Desejei perdidamente que esse dia fosse hoje, eu quero que Deus venha agora para esmagar os escarnecedores e cínicos, para exterminar o mal e destruí-lo com gritos, sangue e justiça. Imaginei Ethan sangrando e gritando por misericórdia. Com ratos andando por cima de seu rosto. Ótimo. Seria ótimo!

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Before and After (HIATUS)
FanfictionJoey tem quatorze anos e mora em uma cabana com seus pais. Tímido e retraído, tem como único amigo, sua fiel cadela, Francine. Ele poderia ser um adolescente comum, mas sua existência esconde um terrível segredo. Sua mãe é Natasha Hoffman, jovem seq...