Capitulo 52

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Nicolas POV

Eu estava de frente para o prédio comercial no centro do Rio de janeiro, após uma semana da minha chegada. Que semana... No dia em que Nina e eu chegamos, antes do jantar naquela noite me sentei no sofá com Gustavo e o mesmo me perguntou o que eu queria saber sobre Juliana. O que meu amigo me contou confundiu-me ainda mais com uma mistura de sentimentos.

Decepção, orgulho, saudade e amor.

A raiva em mim era muito menor que os outros sentimentos e nada que Juliana fizesse de bom ou de ruim no mundo iria fazer diminuir o amor, que era o maior entre toda a mistura de sentimentos, e eu já tinha aceitado isso.

Atravessei a rua e entrei no prédio. Marquei um horário com a secretária por telefone, então na recepção só foi dar meu nome que minha subida foi liberada facilmente.

No elevador que a coisa começou a ficar feia. Meu coração acelerou de uma forma que me deixou sem ar, minhas mãos estavam suando de uma forma impressionante. Passei as palmas pelo tecido da minha calça jeans enquanto via os números subindo na telinha do elevador. Quando cheguei no décimo andar, a náusea subiu com força e me senti um gay sentimental quando as portas se abriram e eu quis fugir. Porra, eram dez anos que eu não a via. Poderia entrar naquele estúdio e encontrar a minha Juliana de sempre, mais poderia também encontrar uma mulher completamente diferente da que eu estava acostumado e me decepcionar ainda mais. Decidi virar homem naquele momento e sai do elevador.

O andar era repleto de portas da mesma cor de madeira escura, porém eu sabia que era na 1001 que eu deveria ir, então simplesmente me forcei a andar até a porta. Parei em frente, respirei fundo e apertei a campainha. Dez segundos depois a porta foi aberta e uma mulher baixinha me recebeu com um sorriso amplo no rosto.

- Você é o Fernando?

- Sim.

Não me levem a mal, eu não podia dizer meu nome verdadeiro.

- Entre por favor, a Juliana está terminando uma sessão mais não vai demorar muito. - eu entrei no lugar.

Era impressionantemente colorido. Com móveis em cores vintage, uma janela que ia de ponta a ponta, do teto até o chão do lugar. Era lindo o estúdio que Juliana mantém a cinco anos, informação essa que recebi de Gustavo.

Ela não virou psicóloga como sua formação, Juliana era fotógrafa e uma das coisas que me fez ficar orgulhoso foi saber que ela seguiu seu sonho escondido, aquele que só eu sabia que existia nela e que era a sua melhor vocação.

Meu Deus, sentei-me no sofá rosa e percebi o quanto estava nervoso, estava até tremendo. O quão gay isso era? Muito, provavelmente.

- Quanto tempo falta? - perguntei em um tom baixo para a secretária que havia fechado a porta e me encarado.

- Acho que meia hora.

- Ok. - olhei ao redor e vi algumas fotos pregadas na parede oposta a porta da sala que previ ser de Juliana, aonde ficava a mesa da secretária. Não consegui decifrar direito o que eram nas imagens, meu nervosismo e o tamanho dos quadrinhos me impediam, então eu desisti, assim que voltei meu olhar ao centro, percebi que  secretária ainda estava me encarando.

- Você aceita uma água ou um café? - sorriu.

- Não, eu estou bem.

- Certo. - ela voltou para trás da sua mesa e me ignorou, pois percebi que seu dia era movimentado.

Eu esperei.

Se passaram dez minutos.

Vinte.

Amor Proibido (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora