Capitulo 57

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Juliana POV

- Por que está sorrindo para o nada? - Roberto me desperta dos pensamentos.

- Eu não estou sorrindo.

- Eu sou velho mais não sou burro. - ele me encara, quando para no sinal vermelho.

Hoje é sexta a noite, uma semana  desde a última vez que vi Nicolas e falei com ele. A saudade está a mesma de dez anos atrás, quando traçamos caminhos diferentes. Reencontrar Nicolas só foi a ponta do iceberg nos meus sentimentos, eu amo aquele homem e a única coisa que eu penso desde o maldito dia em que o reencontrei é em correr para ele, estar com ele e mandar tudo e todos se foder. Mais o homem ao meu lado, me encarando nesse exato momento deixa claro que nem sempre podemos fazer aquilo que queremos.

- Pare. - eu disse em um suspiro. - Só pare.

- Eu não quero mais que você saia com Carol sem que eu esteja por perto. Eu tento mais não dá para por o olho em você vinte e quatro horas por dia.

- Me mantenha em cárcere privado de uma vez por todas. - ele ri.

- Se eu pudesse...

Dizendo isso, volta a dirigir pois o sinal se abre.

Estamos indo para um jantar de negócios no Leblon. Eu odeio esses jantares de negócios, odeio a forma como as esposas dos empresários me olham de cima a baixo, como se eu fosse uma periguete qualquer, uma menina sem juízo e olha que eu estou nos meus trinta e dois anos de idade. Não sou nenhuma criança, mais ao lado delas que tem em média quarenta a cinquenta e cinco anos de idade, sou quase uma adolescente. Além de suportar os olhares das esposas, tenho que suportar a cobiça dos maridos. Em vez de sentir ciúmes, Roberto gosta de exibir sua esposa jovem e saudável.

É ridículo.

Essa vida é ridícula.

Aqueles empresários e suas esposas são ridículos.

Eu só queria ser eu mesma, estar em um lugar aonde eu me sentisse bem. Queria poder sair com Carol e outras amigas da época de faculdade e contar as fofocas da vida, como cada uma tem seus maridos, seus filhos, suas carreiras incríveis e olhos brilhantes da excitação de viver. Mais Roberto nunca me deixou ir a nenhum desses encontros. Minha vida se resume ao estúdio. Eu tenho um carro, raramente uso pois Roberto faz questão de me deixar no trabalho, de me buscar, tenho o celular confiscado, uma câmera na minha sala e uma secretária que está mais para um cão de guarda. Me surpreende que ela até hoje não tenha dito nada a Roberto sobre Nicolas, o homen que ela acha que se chama Fernando.

Tudo que eu quero é fugir.

Penso sempre em fugir.

Mais como? Para onde?

Não tenha um lugar que eu vá que Roberto não possa me achar. Eu sei o quanto ele é perigoso, já ouvi e vi coisas muito desagradáveis.

Estou imersa em pensamentos, então meu celular vibra e vejo que recebi mensagem de um número desconhecido.

Desconhecido:
Eu juro que tentei pensar com clareza, mais quando se trata de você eu não consigo. Estou com saudades, sempre estive com saudades e agora parece que piorou, só me diz quando e onde podemos nos encontrar.

Meu Deus do céu.

Juliana:
Não me mande mais mensagens, você vai complicar nossas vidas.

Desconhecido:
Mais do que já está?
Não posso ficar na mesma cidade que você, perto de você e não te querer.

Amor Proibido (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora