Capitulo 45

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Juliana POV

Meu corpo todo estava congelado, completamente imóvel em frente a Roberto. Eu não estava acreditando no que acabara de ouvir. Ele estava me ameaçando? Era isso mesmo ou eu deveria ter escutado errado.

- Você está me ameaçando?

- Entenda como quiser. Vou entrar no meu carro e você vai me seguir até o restaurante próximo daqui que vou parar. Almoçaremos e eu te deixarei a par de tudo o que vai acontecer a partir de agora. - ele me encarava nos olhos, sem expressão alguma, frio, calculista. Comecei a me desesperar. - Não vou aceitar uma recusa, nem tente ir contra o que estou te mandando, se não as coisas ficaram muito sérias.

Dando meia volta se afastou de mim indo em direção ao seu enorme carro. No piloto automático, eu caminhei até o meu, entrei e segui atrás do de Roberto assim que vi seu carro sair do estacionamento.

.

- O que você quer?

Estávamos sentados em uma mesa discreta no restaurante que Roberto determinou. Eu não quis pedir nada, a fome que eu sentirá assim que sai da faculdade morreu na mesma hora que ele abriu a boca. Então, meu padrasto se sentiu no direito de pedir o mesmo prato que havia pedido para ele próprio.

- Calma, Juliana. - ele riu e tomou mais um gole do seu conhaque.

- Você chegou na porta da minha faculdade, me ameaçou a vir aqui com você e está me pedindo calma? Sério isso?

- Certo, vamos direto ao ponto. Sua mãe é uma inválida, não consegue engravidar e já vem tentando a alguns anos. - ele diz com indiferença. - Preciso de um herdeiro, de uma mulher valida e jovem. Quando sua mãe e eu nos casamos, ela era tudo de bom, mais os anos foram se passando e tudo mudou. A idade chegou para ela, a vitalidade acabou e...enfim, não dá mais para mim.

- Você está chamando a minha mãe de inválida e velha na minha cara?

- Sim. Não precisa se estressar, ela não gosta de ninguém, só do meu dinheiro e dos status na sociedade que eu proporciono a ela.

Isso era a mais pura verdade, mais mesmo assim eu não podia concordar: ela era a minha mãe. A mulher que ele dizia amar e que estava ao lado dele por todos esses anos.

- Você não tem vergonha de dizer essas coisas sobre a mulher que você diz amar? Que passou todos esses anos ao seu lado.

- De certo que não. - ele da de ombros. - Amor é uma palavra que os românticos inventaram para colocar em tesão mais intenso que uma pessoa sente na outra.

- Você é um nojento.

- Não precisa me ofender, meu bem.

Tivemos que nos calar, o garçom chegou com os pratos e pós a nossa frente, quando saiu eu respirei fundo.

- Eu ainda não estou entendendo nada.

- Simples: venho te observando a alguns anos, antes você era muito jovem, hoje já não é tão jovem. Linda, deliciosa, saudável e tudo que um homem da minha idade deseja ao seu lado.

O meu queixo foi ao chão. Meu sexto sentido estava mais que certo. Eu já estava sentindo a forma estranha que Roberto me olhava, sua atenção nova a mim, sendo que ele nunca ficou mais de trinta minutos em minha presença, nunca nem tivemos uma conversa de mais de dez minutos em todos esses anos de convivência.

Estou mais chocada ainda com a frieza que ele está lidando com toda essa palhaçada. A minha mãe, nem ao menos está se importando com ela, não pensou na mesma nem um segundo antes de me dizer essas coisas insanas.

Amor Proibido (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora