Capitulo 55

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Nicolas POV

Ela saiu de sua sala um pouco desnorteada. Estava tão linda quanto eu me lembrava. Seus olhos pousaram em Carol e ela sorriu brevemente antes de se aproximar para lhe dar um abraço apertado. Me mexi desconfortável.

Ninguém que nos visse nesse cenário pensaria que a alguns anos atrás éramos um poço de intimidade, que sabíamos tudo sobre o outro, que transavamos como dois loucos em qualquer lugar com um mínimo de privacidade, que gravamos uma sex tape insana na casa de Angra dos nossos pais e várias outras aventuras que experimentamos juntos. Eu mesmo não conseguia acreditar que dividimos tantos momentos e agora estávamos ali, na estaca zero. Ela indiferente a mim, eu indiferente a indiferença dela.

Ao largar do abraço que dera em Carol, Juliana finalmente olhou para mim e o profundo de seus olhos castanhos me fizeram vibrar.

- Precisamos conversar. - Carol interrompeu o silêncio ensurdecedor. - Nem tente fugir. - fuzilou a amiga com os olhos.

- Eu... - Juliana estava nervosa, era a minha presença ali e eu tinha pela consciência de que eu causará nela um desconforto como o meu ao estar em sua presença, respirando o mesmo ar, dividindo o mesmo chão, a centímetros de distância. - Vanessa, se ele ligar diga que sai para almoçar com Carol.

- Pode ter certeza que eu vou dizer. - encarei a baixinha sorridente do dia anterior, que de fofa não tinha mais nada. Ela encarava Juliana com ar de superioridade, como se a tivesse nas mãos.

Eu hein.

Nada parece certo na vida da minha ex namorada, tudo parece tão...não sei explicar sem ter base.

- Pode ter certeza que eu não teria problema algum em cumprir a promessa que lhe fiz ontem. - a baixinha arregalou os olhos, Juliana foi até sua sala e voltou com uma bolsa na mão esquerda. - Volto logo.

Assim que colocamos os pés para fora do estúdio, Carol se virou bruscamente para nois dois:

- Eu tenho hora marcada no salão, se está com medo de alguma coisa não precisa ter mais. Converse com ele, terminem de uma vez por todas essa indiferença irritante. Deus sabe que vocês tem muito para conversar: briguem, chorem, se matem, porém se resolvam também. - tudo foi dito enquanto as duas amigas se encaravam.

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Carolina saiu do prédio junto a nois dois, porém desviou o caminho de encontro a um táxi que viu passar, mais antes não deixou de pedir para que tivéssemos juízo.

Não precisava nem pedir.

- Sua namorada sabe que está aqui? - foi a primeira pergunta dirigida a mim depois de dez anos longe um do outro.

- Eu sempre soube que você era ciumenta, mais não tanto assim.

Estávamos um ao lado do outro, sem nos encarar, de costas para o prédio comercial.

- Por que você voltou?

- Por que eu soube que você casou com...com o Roberto. - limpei a garganta do nò que se formou e coloquei as mãos nos bolsos.

- Tudo é mais complexo do que você pode imaginar.

- Voltei exatamente para você me explicar o quão complexo essa merda é. Não consigo acreditar que você casou com ele, Juliana. - olhei para ela, que continuava a encarar a rua a nossa frente, abatida.

- Você não precisa de respostas, precisa ir embora, isso sim. - retrucou.

- Eu não vou a lugar algum e você vai ter que se acostumar com isso.

- Eu te odeio.

- Você me ama. - as palavras escapuliram, quando percebi já havia as deixado ir e agora Juliana me encarava cética.

- Eu amo. - assumiu. - Você está me deixando confusa.

- Vamos sair daqui, venha. - minha mão tocou a sua e foi como se uma infestação de borboletas dançassem no meu estômago.

Juliana não se opôs quando puxei ela em direção ao carro que eu aluguei para passar a temporada no Rio. Destravei as portas e abri a do passageiro para Juliana. Quando passou por mim para se sentar, fui inebriado com o vento do seu perfume doce em meu rosto.

Não preciso dizer que ele se ascendeu.

Maldita mulher.

Assim que fechei a porta, dei a volta no carro, entrei na parte do motorista e logo arranquei com o carro dali.

- Você não deveria ter me pegado pela mão. - ela sussurrou enquanto colocava o sinto.

- Eu queria ter te pegado por um lugar muito mais impróprio.

O que estava acontecendo comigo?

- Nicolas!

Que saudade de ouvi-la me repreender. Eu só sorri, simplesmente sorri relembrando os velhos tempos, esquecendo toda a merda que nos rodeava.

- Eu senti saudades. - me ouvi dizendo. - Muitas saudades.

O que estava acontecendo comigo? Carol me mandou ir com calma e eu estava fazendo tudo ao contrário.

- Pare, só pare. - ouvi Juliana suspirar ao meu lado exasperada, então a olhei.

- Você não sentiu minha falta?

- Não.

Era mentira, eu sabia disse e ela também.

- Nunca imaginou que um dia nois pudéssemos nos reencontrar? Eu sempre imaginei, mais nunca dessa forma bizarra.

- Eu não deveria estar aqui. - Juliana diz, se mexendo desconfortávelmente. - É perigoso...pera aí, estamos indo a praia?

- Sim, a nossa praia.

Pelo canto do olho a vi sorrir tão brevemente que se eu não tivesse pegado bem a tempo, nem perceberia. O silêncio se alojou no carro e em alguns minutos me vi estacionando o Lexus quase exatamente na mesma vaga que estacionei no dia em que a pedi em namoro.

Desliguei o motor e encarei o mar, algumas pessoas tomando sol, outras saindo da água, outras entrando. Aquela área era mais calma, área que geralmente os alunos da faculdade faziam festas ou luais, pois era ao lado de um quiosque que vendia de tudo e ao lado de um restaurante incrível.

- Você é louco. - eu olhei para o lado, Juliana estava me encarando e eu analisei seu rosto bonito e sereno. - Completamente louco.

- Eu sei. - sussurrei descendo meus olhos para seus lábios bem desenhados.

- E eu sou mais louca ainda, por não conseguir negar nada a você.

- Me explique. - provoquei, levando suas palavras para outro sentido.

- Não sei explicar, só sei que eu me torno fraca quando o assunto é você. - da de ombros, também me analisando.

- Eu quero te beijar. - revelei.

- Nem pense em fazer isso.

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Amor Proibido (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora