Epílogo - Parte 1

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Nicolas POV

Só entendemos o significado de família quando de repente nos tornamos a família de alguém, quando esse alguém entra em nossas vidas, um alguém que nos tem como tudo. Eu não sabia o que a palavra família realmente significava até Maria Luiza acontecer em um momento nada haver, mais era o momento certo para O poderoso lá de cima, e Juliana e eu tivemos que entender que o momento certo não era o nosso, mais sim o de Deus.

A oito meses atrás, as duas melhores notícias aconteceram uma atrás da outra. Juliana finalmente se viu livre de Roberto, porém outra pessoa (uma mini pessoa) chorona e birrenta entraria em nossas vidas.

- Nicolas, eu não aguento mais. - Juliana sussurrou, a voz carregada de choro e os olhos perdidos de sono. - Eu não aguento mais.

- Você é a mulher mais forte que eu conheço, meu amor.

- Eu não sou. - Juliana olhou para nossa filha em seus braços, mamando tranquilamente, fazendo aquele barulhinho de sucção que me deixava relaxado, significava que ela finalmente iria ficar em silêncio e pegar no sono. - Eu não vou ser uma boa mãe, não vou ser. Olha isso: estou chorando de cansaço e quero arrancar minha filha da única fonte de alimento dela. Estou sendo muito egoísta.

- Você já é uma ótima mãe. - eu beijo a curva do seu pescoço e Juliana faz muchoxo.

- Não vale me dizer essas coisas, você é o meu marido e me ama. - eu ri baixinho.

- É verdade. - beijei novamente a curva do seu pescoço. - Mais não estou mentindo, você é a mulher que eu escolhi e escolheria mil vezes para ser mãe dos meus filhos.

- Que lindo, amor. - ela estava chorando de novo. - Mais nois não vamos ter mais filhos.

- Mais umzinho, por favor? - fiz beicinho e Juliana riu.

- Não, já ouviu essa palavra?

- Você me diz o tempo todo.

- Então se conforme, não vamos ter outro filho muito menos outros. - ela levou uma mão ao rosto e enxugou as lágrimas. - Malu já está de bom tamanho, sou uma péssima mãe para ela, não posso ser também para outras possíveis crias.

Era mentira e Juliana sabia disso.
Ela foi a mulher mais forte que eu já vi em toda a minha vida. Seu trabalho de parto durou dezenove horas e ela não desistiu, por que queria ter nossa filha naturalmente, não tomou nenhuma anestesia, nem mesmo com a persistência do médico e das enfermeiras. Pariu nossa filha em meia hora e faz de tudo por ela, esquece de si mesma para viver pra nossa filha e para mim. Malu sempre está cheirosa, alimentada e é uma bebê de um mês feliz, apesar de ser birrenta e sentir muitas cólicas. Juliana é foda pra caralho e até mesmo eu, me surpreendi o quão foda ela está sendo como mãe.

- O que você diz é uma grande mentira, você sabe não é? - Juliana ficou calada olhando para nossa neném. - Me responda.

- Nicolas...

- Não vou deixar você se sentir a pior mãe só por que está cansada e sentindo dor. Isso é normal, é natural. Está me ouvindo?

- Sim.

- Eu te amo pra caralho e a Maria Luiza também, quando ela crescer vai sentir muito orgulho de você. - eu peguei o rosto de Juliana pelo queixo e ela me olhou, os olhos brilhando com novas lágrimas. - Você é muito foda.

- Eu te amo, obrigada por tudo. - Juliana se aproxima e junta nossos lábios em um selinho simples, mais quando ela tenta se afastar, seguro em seu rosto e solto seus cabelos do coque frouxo, enfio minhas mãos em seus cabelos e aprofundo nosso beijo. Ela deixa, pela primeira vez desde que Malu nasceu, estamos nos beijando de verdade.

Amor Proibido (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora