Nicolas POV
Na noite em que cheguei do meu encontro com Juliana, todos já estavam dormindo, inclusive Nina. Estranhamente no dia seguinte ela não me fez nenhuma pergunta, não houve nenhuma explosão de raiva sequer. Passamos a semana tranquilamente, levei ela para passear e nos divertimos desbravando o Rio de janeiro. Na sexta-feira fomos fazer uma trilha no pão de açúcar e voltamos para casa no final da tarde.
Hoje é sábado e decidimos por ficar em casa, descansando da nossa semana agitada.
Nossa relação parece bem, mais meus sentimentos e pensamentos estão longe demais. Por toda essa maldita semana não consegui tirar Juliana de meus pensamentos, nosso momento íntimo, seu sorriso, seu cheiro, sua fisionomia ao gozar para mim, aqueles gemidos dengosos saídos de seus lábios perfeitos. Mais além de tudo isso: o que Carol havia me dito a alguns dias atrás e as evidências que vi marcadas na pele de Juliana me deixou inquieto. Suas palavras naquele quarto de motel e o que ela havia me dito no estacionamento do shopping também.
Juliana vivia em uma relação abusiva a qual eu não fazia ideia do por que ela havia entrado.
Eu sei que eu deveria pegar minhas coisas, minha namorada e voltar para nossa vidinha tranquila na Espanha, simples e só nossa. Mais eu amo Juliana e eu não posso desistir de nois dois, eu deveria já que foi ela quem jogou nossa história fora, mais eu simplesmente não podia, não conseguia mais e eu tinha que ser sincero com Nina, não dava para seguir a diante com mentiras.
Coloco uma camisa preta simples e saio do quarto. Chego no andar de baixo e caminho até a varanda: a porta está meio aberta e Giannina está sentada em uma espreguiçadeira, analisando a manhã. Sento-me em uma ao lado da dela e encaro o horizonte, o belo jardim e a piscina dos meus amigos.
- Você está bem? - quebro o silêncio.
- Não. - sua voz sai em um sussurro. - Mais eu sempre fico.
- O que há de errado? - olho de esguelha para ela e a vejo sorrir com deboche.
- Você pensa que eu não sei o que está acontecendo. - sua voz está carregada de mágoa. - Os homens ainda pensam que conseguem enganar uma mulher. Nosso sexto sentido não falha. - eu não digo nada, não consigo nem sequer respirar direito. - Eu nunca acreditei em alma gêmea, sempre fui vida louca e uma menina de espírito livre, porém cheguei a uma certa idade e simplesmente cansei de ser usada para transar e jogada para escanteio logo em seguida. Eu queria ser amada e só Deus sabe o quanto eu tentei me apaixonar por alguém de verdade e o quanto eu me magoei na tentativa de ser amada verdadeiramente. - ela me olha e meu peito se aperta quando vejo lágrimas brilhar em seus olhos azuis. - Foi fácil me apaixonar por você. Seu sorriso, o seu jeito curioso, a sua vontade de aprender... Foi natural e eu me apaixonei por você ainda quando estava namorando Juliana. Mais você não me olhava daquela forma, você era e ainda é completamente louco por ela e o erro foi meu de achar que um dia você fosse finalmente esquecê-la e me amar. A culpa foi minha por esperar por oito anos o que você não poderia me dar nem que eu esperasse a eternidade.
- Eu sinto muito.
- Eu também. - ela enxuga uma lágrima que escorre pelo seu rosto. - Vou arrumar minhas coisas.
- Não precisa ir embora, nois vamos voltar juntos. - ela ri e mais lágrimas caem pelo seu rosto. Saio da espreguiçadeira aonde estou sentado e sento na dela. Nina olha nos meus olhos e eu seguro suas mãos nas minhas.
- Voltar para onde Nicolas? Seu lugar é aqui, você tem que ir atrás da mulher que você ama e que está curiosamente casada com o seu pai. - ela franze o cenho.
- Eu sou um idiota, não é? - abaixo a cabeça brevemente antes de olhar em seus olhos novamente.
- Em que sentido?
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Amor Proibido (Concluída)
Fiksi PenggemarJuliana e Nicolas se conheceram quando tinham treze anos de idade. Seus pais entraram em um relacionamento e os dois foram obrigados a conviver um com o outro, ao longo dos anos a convivência se tornou amizade e parceria, até que um dia os dois se v...