Amor Proibido (Concluída)

Capítulo 41

Juliana POV

Estou dirigindo de volta para o apartamento de Nicolas. Meu coração está apertado e me sinto extremamente sozinha. Fiz de Nicolas nesse pouco tempo de relação o meu tudo, e agora o meu tudo se foi e temo que tenha sido para sempre. O mundo é grande, lindo e colorido. Nesses seis meses trabalhando no hotel da sua tia e os outros seis meses viajando pelo mundo, pode ser o suficiente para acabar com a nossa já frágil relação.

Eu quis terminar, pois tenho medo de me machucar, de ver Nicolas se afastar de mim e perde-lo. Sei que vai ser muito pior do que se eu terminar. Mas ele não aceita, não aceita que podemos sim nos perder nessa relação.

Chego no apartamento dele e arrumo minhas coisas para voltar pra casa. O tempo que passamos juntos em Angra foi incrível, a sex tape que fizemos então. Olho ao redor do apartamento e sorrio. Mesmo sem a ajuda de Roberto, Nicolas está conseguindo encontrar seu lugar no mundo, comprou um apartamento com a herança de sua mãe que eu nem mesmo sabia que existia, terminou a faculdade e está seguindo o seu sonho. Enquanto eu, me sinto perdida e inútil. Gosto da minha faculdade de psicologia, mas não sei se é realmente isso que quero para a minha vida. Não é algo que me move, algo que me motiva. Acho que foi mais um grito de rebeldia quando minha mãe disse que eu deveria fazer administração para cuidar da empresa de Roberto, por que Nicolas não era capaz disso. Vou terminar a faculdade sim, mas acho que vou tentar encontrar o meu lugar no mundo em outra coisa. Algo que me mova, que me motive, que me faça feliz.

Combinei com Nicolas que eu iria contratar alguém para limpar a casa dele de quinze em quinze, e que eu iria cuidar do seu carro. A estadia dele no Canadá não vai ser para sempre, como sabemos é apenas um ano de novas culturas e conhecimentos. Mas um ano é o suficiente para mudar tudo.

Fecho a porta do apartamento de Nicolas e vou embora. No caminho de volta ao ninho de cobras, respiro fundo diversas vezes para me preparar pra ser bombardeada de perguntas. Tenho uma grande vontade de pegar minhas coisas e ir morar no apartamento de Nicolas, tacar um foda-se em tudo e trabalhar como garçonete em algum restaurante. Esquecer a faculdade, esquecer tudo. Mais infelizmente não posso.

Estaciono o carro na garagem e saio do mesmo, dou a volta e pego minha mala na parte de trás do carro. Entro em casa pela cozinha e dou de cara com Janete cozinhando.

- Meu Deus do céu, eu não pude ir para a formatura, minha menina estava doente. - ela já começa se desculpando e me lembro que Nicolas entregou um convite para ela e disse que a buscaria em casa caso ela quisesse ir.

- Não esquenta, é só mandar uma mensagem para ele. Nicolas não liga para isso e você sabe disso. - ela sorri pesarosa e assente.

- Mais tarde ligo para ele. - Janete enxuga as mãos no pano de prato em seu ombro e me encara analista quando sento em uma das cadeiras da bancada deixando minha mala ao lado da porta. - Como você está?

- Péssima! Amar é um caralho mesmo. - coloco as mãos no rosto e suspiro alto, cansada demais. - Eu amo aquele cara, de repente ele virou o meu tudo e me sinto tão vazia sem ele.

- Amar as vezes significa deixar ir. - ela diz sabiamente e eu a encaro.

- Muito relutante, eu deixei ele ir. Mais se eu não deixasse, ele iria de qualquer forma. - rimos um pouco. - Viajar pelo mundo vai fazer com que ele se sinta mais próximo da mãe, eu não posso impedir, não tenho esse direito e agora entendi perfeitamente isso.

Converso mais um pouco com Janete enquanto ela termina o almoço e subo para o quarto em seguida, guardo minhas coisas e troco de roupa.

Assim que termino, deixo a mala em meu closet, faço um coque nos cabelos e saio do meu quarto. Está tudo tão vazio e silêncioso. Caminho pela casa sentindo que esse não é o meu lugar, que não pertenço aqui. Vou para a área externa e sento em uma espreguiçadeira com meu celular nas mãos, zapeando minhas redes sociais, até que recebo uma ligação.