Alto Paraíso de Goiás, GO
Foram horas de viagem, alguns adormeceram na estrada, Desembarcaram em Brasília, pegaram o outro ônibus até seu destino, enfim, chegaram: a tão esperada Chapada de Veadeiros. Estava anoitecendo, o que não era problema para Bóris, que enxergava bem no escuro.
Desceram na estação com suas malas, os sete reunidos, mesmo que os gaúchos fossem afastados do grupo sem saber que também eram guardiões. Se entreolhavam:
— Alguém tem alguma ideia de pra onde ir agora? — perguntou Beto
Se voltaram para Carol e Sara.
— O que foi?
— Vocês que vieram com história de "guardiões". — disse Iago — Achamos que saberiam.
— O deus Pôlo disse que seríamos guiadas quando chegássemos, — respondeu Carol — então acredito que terá algum tipo de sinal.
Olhavam em volta, atentos a qualquer coisa sobrenatural que lhes acontecesse. Bóris cochichou pra Malu:
— Aquela galera estava no ônibus com a gente. Eles parecem saber de alguma coisa.
— Ou podem ser turistas. — respondeu ela — Não pode ficar achando que todo mundo que encontra é como nós.
— Tá bem, tá bem. Quer ajuda com a sua mala?
— Já disse que não precisa. Eu quero é sair logo daqui e acabar com isso.
Bóris Tadeu olhava em volta, se dirigiram a saída. A luz da lua estava realmente forte, mais do que o comum para aquele horário.
— Acho que pode ser uma pista.
A luz ficou mais forte, os outros cinco tiveram a atenção chamada por tamanha claridade àquela hora. Saíram do terminal, Manoel pegou seu mapa:
— Há um lugar chamado "Vale da Lua", acho que é pra lá que temos que ir...
— "Acha"? — perguntou Iago levantando uma sobrancelha
— É a melhor pista que temos. — disse Beto — Eu dou um voto de confiança.
As garotas assentiram. Seguiam com cuidado, a noite era escura. Bóris os viu seguindo pelo mesmo caminho que planejavam fazer:
— Eu acho que podemos seguí-los discretamente.
— Eu acho que você é muito estranho.
— Não tinha acostumado? — riu ele
Ela fechou a cara, não ia discutir isso. Boris demonstrava como passar sem ser visto, era acostumado a ser sorrateiro, Malu se viu sem escolha a não ser seguí-lo.
Eles caminharam para o Vale da Lua, podiam sentir a aura mística quando chegaram, tiveram que pagar uma pequena taxa para entrar, mas não tinha guias. O terreno era um conjunto de formações rochosas cavadas nas pedras pelas corredeiras de água transparente Do rio São Miguel. Sua aparência lembrava uma paisagem Lunar com pequenas crateras escavadas pelo atrito da areia levada pela água com as rochas nas curvas onde as corredeiras são mais fortes.
Ouviram o som de uma cachoeira, era algo a mais, não somente água, um chamado os convidava. Estavam prestes a entrar quando ouviram um som atrás deles. Os cinco se viraram assustados, vendo os outros dois que os seguiam:
— Quem são vocês? — perguntou Carol levando os punhos
— Calma, somos amigos! — Bóris levantou os braços — Eu sou Bóris Tadeu, essa é Malu. Estávamos no mesmo ônibus que veio de Goiânia pra cá! Não queremos encrenca!
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Os Guardiões de Tupã
AdventureTupã, o criador de tudo e deus do Trovão, está em guerra com seu arqui-inimigo Anhangá, deus do submundo. Para encontrar o equilíbrio, os guardiões precisam ser convocados.