Reencontro

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Rio Tocantins, Serra Dourada, GO

Se passaram alguns meses para que cada um pudesse treinar suas habilidades. 

Bóris, seguindo as orientações de Sukuyu'wera, se transformou na imensa serpente de fogo e convidou Sara a montar. Ela estava super animada, mal podia esperar pra reencontrar Carol e os outros. Seguiram o curso do Rio Tocantins e chegaram à sua nascente em Serra Dourada, Goiás. Dali, Sara fez seu furacão para o resto da viagem, eram pelo menos 600 km até o Alto Paraíso de Goiás.

Fernando de Noronha, arquipélago de Pernambuco

Malu e Beto voltaram ao hotel após o encontro com o Pirarucu. O rapaz permanecia triste, calado. Malu estava frustrada pelo que houve, sentia que os deuses estavam brincando com eles. A vitória contra a Alamoa era cada vez mais distante. Ver Beto calado era realmente estranho, ele estava deitado, largado na cama, levava a mão ao pescoço, onde o colar costumava ficar. Malu respirou fundo, mas antes que pudesse falar alguma coisa, sentiram o vento ficar realmente poderoso, uma ventania que abria as portas e janelas do hotel.  Beto se levantou, como imaginavam, era Polo, deus dos ventos, que vinha levá-los de volta. Não disseram nada, apenas o seguiram.

Manaus, Amazonas

Moangá estava sentado com os três guardiões. Haviam passado meses de treino, e como o combinado com os deuses, ele os acompanharia até Goiás. Abeguar, deus do voo, veio buscá-los. Era o momento dos guardiões se reunirem novamente.

Vale da Lua, Alto Paraíso de Goiás, GO

Os três grupos chegaram em segurança ao seu destino. Sara mal podia esperar pra contar pra Carol sobre o que passou e o que aprendeu, carregava o gorro no bolso. Bóris vestia uma jaqueta de couro de cobra, presente de Honorato e Antônio. Estava curioso sobre como Malu havia se saído nesses últimos meses.

Carol chegou acompanhada de Manoel, Iago e Moangá, que carregava um bicho preguiça consigo. A ruiva viu Sara se aproximar, esboçou um sorriso, se sentia segura novamente:

— Carol!!!! — a garota saltitava, a abraçou — como é bom te ver! Como foi o treinamento?

Ela virou a cara:

— Eu aprendi muito sobre meus poderes... — disse em um tom desanimado

— Aconteceu algo ruim? O pajé pegou pesado com você? 

— Não, eu... Bem, eu tive uns pesadelos na viagem, nada de mais...

— Quer conversar? 

Carol não sabia muito o que dizer, aquela viagem havia mexido com ela, mas agora que estava com Sara só queria deixar pra trás, se distrair:

— Acho que teremos tempo pra isso depois... Como foi com aquele rapaz?

— O Bóris é muito legal, fala pouco, mas eu adorei treinar com ele! Devia ter visto o furacão de fogo que fizemos juntos!

— Vocês... Faziam coisas em dupla?

— E quando fomos atacados? Nossa, achei que era meu fim. A gente conheceu um rapaz chamado Honorato que foi muito atencioso.

— Espera, vocês foram atacados?

— Bom, sim, — disse coçando a cabeça — eu fui presa em uma garrafa mas...

Os Guardiões de TupãOnde histórias criam vida. Descubra agora