Vale da Lua, GO
Na manhã seguinte os guardiões foram despertados pelos deuses, pegaram suas malas, se agruparam como havia sido combinado e viajaram: Abeguar voava carregando Carol, Iago e Manoel; Pôlo se encarregou de Beto e Malu; cabia a Sara levar Boris com ela no furacão.
Ele ficou observando ela se concentrar. A garota colocou o gorro vermelho firme em sua cabeça, então chamou os ventos para criarem seu furacão, o vento circulava seu corpo, a levantava do chão. Estendeu a mão:
— Pode subir. — ela sorriu
— Eu não vou ser arremessado por essa coisa? — ele perguntou observando aquele fenômeno natural girando violentamente
— Espero que não. — ela riu docemente
Ele arqueou a sobrancelha, mas em seguida deu de ombros. Já havia andado de cavalo com a Malu, andar em um furacão talvez não fosse difícil.
Segurou a mão dela, mas os ventos girando ao seu redor eram mais agitados do que a morena fazia parecer, o que fez com que ele fosse puxado e em seguida arremessado, caindo no chão. Sara parou, foi até ele preocupada:
— Você está bem?
Ele estava caído de bruços, não havia sido nada grave. Se levantou, verificou se ainda estava com os óculos, depois fez um joinha com as mãos. Sara respirou aliviada, então sorriu:
— Tive uma ideia melhor! Primeiro você se segura em mim, depois eu faço o furacão! Daí nós dois estaremos no centro, o que acha?
— Se você diz.
Ela saltitava alegre, ele se aproximou, assim que estavam perto, ela pôs as mãos dele em volta de sua cintura:
— Segura firme pra não voar!
Ela ria enquanto formava um novo furacão em volta de ambos, parecia mais lógico. Olhou pra ele:
— Eu disse que daria certo!
Os cabelos cacheados dela se mexiam com o vento, ela se concentrou, como Pôlo havia lhe ensinado, moveu seu furacão. Boris esboçou um sorriso, compreendeu que o vento para ela era como o fogo para ele, mais do que um poder ou elemento. Assim, na velocidade dos ventos, chegaram à cidade que era seu destino.
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Cametá, Pará
Com a força dos ventos, seu furacão atingiu 108 km/h. Sara parou na entrada da cidade de Cametá, onde os deuses lhe disseram para ir. Procurariam pela tal Sukuyu'wera para que Bóris fosse devidamente treinado.
— Tem alguma pista de onde ela mora? — Sara perguntava saltitante
— Seremos melhor guiados a noite. — respondeu Bóris — Tainacam, deusa das constelações, indicará o caminho.
— E o que faremos até lá?
O rapaz olhava pra ela meio confuso:
— Você quer que eu decida?
— Somos iguais aqui. Me diga sua sugestão e a gente faz o que for melhor pra nós dois. Algum problema?
— Não, nada. Se for assim, gostaria de um lugar pra comer.
— Podem ter um restaurante vegetariano por aqui.
— Precisa ser vegetariano? Eu como qualquer coisa, mas se não se sentir a vontade...
— Ah, desculpe. — Sara corou um pouco — A Carol é totalmente vegetariana e ama animais, eu acostumei a evitar carne perto dela. Não faço tanta questão.
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Os Guardiões de Tupã
AdventureTupã, o criador de tudo e deus do Trovão, está em guerra com seu arqui-inimigo Anhangá, deus do submundo. Para encontrar o equilíbrio, os guardiões precisam ser convocados.