Avante, Mapinguari

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Salão dos Deuses, Gruta de Ubajara, Serra de Ibiapaba, Ceará

Tem um demônio particular na grande nação Tupi

Seu nome é conhecido como Deus Jurupari

E para tribo baniwa o seu nome ecoai

Que também tem o deus do bem que é Inabiricuri

A lenda diz ter vindo do céu o grande Jurupari

A procura da esposa certa para o belo sol Guaraci

Para os Maias ele era um grande deus reformador

Que também instituiu leis

Sendo um deus legislador

Enquanto esteve entre os homens elaborou leis morais

Fez um código de conduta e criou leis sem iguais

Instituiu monogamia e a higiene pessoal

E pra trazer mais beleza, depilação corporal

Jurupari deu força aos homens num regime patriarcal

Tirou força das mulheres do regime matriarcal

Dando força na lavoura e ensinou a tribo a plantar

Fez a festa da colheita para os jovens namorar

Se um Tuxáua se casar e sua esposa for estéril

Ele continua chefe se casar com mulher fértil

Para o guerreiro atrevido que a mulher de outro cobiçar

Ele sofrerá um castigo e com a vida vai pagar

A mulher tem que ser virgem até a sua puberdade

E jamais prostituir-se, seja em qualquer idade

A mulher quando casada tem selado a sua sorte

Será fiel ao seu marido e ficar com ele até a morte

Todo parto da esposa vai o marido acompanhar

No período de uma lua ele tem que repousar

O homem pra ser honrado ele deve trabalhar

E com a ajuda da mulher, a família sustentar

A mulher será punida se Jurupari procurar

E pagará com a própria vida se dessa ousar-se a falar

O homem cai em desgraça e com a vida vai pagar

Se os rituais e segredos de Jurupari revelar

Amazonas é inverno com as chuvas vem a cheia

No verão a água baixa quando as chuvas escasseiam

Quando chega o fim de março e as águas diminuem

Tem a festa ao Jurupari são os rituais que fluem

Anhangá se calou, o que deixou os guardiões assustados. A presença daquele outro deus parecia exercer grande influência, como se fosse algum tipo de líder. Ele olhava para cada um cuidadosamente, os analisando, como se procurasse algo. Seus olhos encontraram os de Manoel.

— Finalmente nos encontramos, Mapinguari.

Ele engoliu seco. A aura daquele ser divino era apavorante, embora não transmitisse nenhuma maldade. Tinha certeza de que era Jurupari, o deus de quem Guaipira lhe contou.

Beto se pôs a frente dele:

— O nome dele é Manoel. — o corrigiu

— Ele tem razão. — Iago deu um passo a frente — Eu detesto essa mania dos Deuses de querer chamar a gente pelo nome do Guardião! Temos nossos próprios nomes!

Os Guardiões de TupãOnde histórias criam vida. Descubra agora