Uma nova missão

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Parque Nacional da Chapada de Veadeiros, GO

Iago, Beto e Malu chegaram onde o pajé estava, havia armado uma barraca para se proteger da chuva.

— E o Bóris? — a garota perguntou preocupada — Você o deixou sozinho?

— Está protegido. — respondeu ele — Preciso que fiquem aqui.

— Onde está o Manoel? — perguntou Beto

Moangá apontou para a direção da enorme criatura ciclope. Todos ficaram assustados ao ver o monstro gigante, era a primeira vez que viam Mapinguari em ação. Malu balançou a cabeça, estava mais interessada no estado de seu amigo. Viu que ele estava sentado no chão e havia um pequeno feixe de luz em cima dele, como um sol particular.

— Bóris? — ela chamou

Ele levantou a cabeça, mas sua mente parecia não estar ali. Ela não sabia o que fazer, como se aproximar, o que dizer. Apenas uma ideia lhe ocorreu: acendeu as chamas de seu rosto, se aproximou:

— Bóris? Tá ouvindo?

Ele olhava pra ela, aquela visão de sua cara onde só se via uma caveira em meio ao fogo, para ele, era algo incrivelmente belo. Se sentia mais confortável perto das chamas, seu calor acolhedor. O pajé havia lhe dado um calmante para relaxar, Guaraci o protegia com sua luz, mas Malu lhe fazia sentir coisas que não poderia explicar, o fato de ter vindo atrás dele para ver como estava.

— Bóris? — ela voltou a chamar — Me responde alguma coisa ou vou te bater! 

— Desculpa... — ele virou o rosto, um tanto corado

— Não se desculpa, guri. Eu vim ver se tu tava melhor. 

— Vou ficar... — ele respirou fundo — é a chuva...

— Foi o que pensei. — ela cruzou os braços — o pajé disse pra gente ficar aqui, o Manoel virou um monstro e pode ser perigoso ficar lá fora.

— Monstro? — ele levantou — A Sara veio?

A gaúcha tentou se lembrar, realmente só tinha visto os rapazes. Deu as costas:

— Eu vou buscá-la, você fica aí.

— Mas é perigoso! — respondeu Bóris — você mesma disse!

— Manoel não me assusta. — ela esboçou um sorriso um tanto maldoso — não pode arrancar minha cabeça se não tiver uma.

— Mas...

Ela disparou na direção onde Sara estava, ainda parada olhando o horizonte. A gaúcha a encontrou rapidamente e a puxou pelo braço:

— O pajé tá chamando, o guria.

A garota estava com o olhar perdido, a mente ainda em Carol que desapareceu na sua frente. Malu não tinha muita paciência, a segurou pelos ombros e a chacoalhou:

— Acorda, tchê! Temos que sair daqui! Deixa essa cara de cachorro abandonado e me segue!

Sara balançou a cabeça:

— Está certo. Preciso falar com Moangá.

As duas foram ao encontro dos outros. O pajé desenhava no chão em volta da barraca, deixando sua preguiça à frente. As garotas chegaram e entraram, sentaram no chão como os outros.

— Então aquela coisa era o Manoel? — perguntou Beto — No lugar dele eu também teria pesadelos...

— Pessoal, preciso de ajuda! — disse Sara — Uma deusa levou a Carol embora!

Os Guardiões de TupãOnde histórias criam vida. Descubra agora