Aeroporto de Manaus, Amazonas
Sara e Carol chegaram 1h antes do voo, como o indicado. Seguiram para a plataforma, suas malas foram identificadas e etiquetadas, o detector de metais deu um pouco de trabalho devido a perna mecânica, mas foi resolvido. Sentaram para aguardar o horário de embarque.
Beto chegou cansado, ofegante. Foram dias viajando de barco com suas malas pesadas. Usava o colar de sua mãe no pescoço e carregava a foto da família na carteira. Tirava diversas fotos para enviar aos irmãos, assim o acompanhariam de longe.
O monitor anunciava o voo para Goiânia, embarcaram e começaram a procurar seus assentos. Sara e Carol compraram 3-A e 3-B. Beto procurava por 7-F, a poltrona se localizava ao lado de um belo rapaz de cabelos compridos esverdeados com fones de ouvido, que estava em 7-E.
— Com licença? — Beto chamou, o rapaz não lhe deu muita atenção, então Beto tocou seu ombro — Eu disse "Com licença"!
O rapaz tirou os fones com a cara fechada, virou-se um pouco para que o de cabelos rosados conseguisse sentar.
— Obrigado. — disse ele
Iago sentiu que a viagem seria longa com uma companhia tão afrontosa.
O momento da decolagem foi anunciado, deveriam desligar celulares e outros aparelhos eletrônicos e apertar os cintos. Iago guardou seus fones. Beto abriu a janela pra ver o céu, depois de um tempo fechou. A vista era bonita, mas isso o deixava tonto.
— Pra que olhou se não aguenta? — Iago perguntou
— Eu nunca andei de avião, só queria saber como era.
— É minha primeira vez também, então sossega aí. Só quero fazer um voo tranquilo.
— O que quer dizer? — perguntou Beto — Acha que vou te incomodar?
— Já incomodou no primeiro "com licença".
— Pra sua informação, querido, aquele foi o segundo, já que o primeiro você não escutou.
Iago fechou a cara, não ia gastar sua voz discutindo.
Carol e Sara olharam pela janela, era uma boa oportunidade de conhecer os céus. Tiveram a impressão de ver um homem voando do lado de fora, mas diferente de Pôlo, este realmente tinha asas. Era um indígena com várias pinturas pelo corpo, cabelo preto comprido com um cocar enorme na cabeça com penas brancas, da cor de suas asas. Ele era Abeguar, deus do voo, estava garantindo a segurança da viagem dos guardiões.
O voo durou 4h30min. Desembarcaram no aeroporto de Goiânia, aguardavam suas malas na esteira. Assim que as pegaram, os quatro se dirigiram a um ponto para pegar o ônibus, onde sairiam de Goiânia para o Alto Paraíso de Goiás, uma viagem de 7h que passaria por Brasília. As meninas andavam de mãos dadas, Beto pegou sua mala, viu o rapaz do avião andar na mesma direção que ele. Virou a cara, era muita coincidência irem ao mesmo lugar.
Iago tentava ignorar, mas o cabelo rosa se destacava muito na multidão. Beto notou ele o encarando:
— Tá me seguindo?
— É lógico que não. — respondeu Iago
— Então para de olhar pra mim.
Iago virou a cara, mas continuaram andando na mesma direção.
Manoel chegou em Goiânia através do voo de Belém. Pegou sua mochila, seguia com um mapa, um pouco receoso de errar o caminho. Viu os garotos de cabelos coloridos, perguntou a eles:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Guardiões de Tupã
AdventureTupã, o criador de tudo e deus do Trovão, está em guerra com seu arqui-inimigo Anhangá, deus do submundo. Para encontrar o equilíbrio, os guardiões precisam ser convocados.