Salão dos deuses atrás da Cachoeira do Vale da Lua, GO
Todos chegavam ao salão para o jantar, Sara estava super animada após o treinamento, queria muito conversar com a Carol a respeito dos Sacis e de tudo que podia fazer, foi até ela toda saltitante, mas a amiga não tinha o mesmo entusiasmo. Caminhava olhando para o chão, nem parecia ter visto Sara a esperar:
— O que aconteceu? — perguntou preocupada — Os deuses sazonais foram muito duros?
— Não, não é isso... — suspirou Carol — Eu não quero falar agora. Se não se importar, prefiro ir me deitar.
A ruiva saiu. Sara achou estranha aquela atitude, mais ainda por esconder dela o que estava acontecendo.
Se aproximou da mesa e sentou. Iago e Beto vinham juntos, um pouco afastados. Mesmo com a ajuda pra se transformar em sereia, o de cabelos esverdeados ainda oferecia grande resistência em conversar, o que aborrecia Beto. Ele sentou a mesa e guardou o lugar de Manoel, desde o ônibus se tornou a pessoa que mais confiava.
Bóris e Malu logo apareceram, suas roupas tinham aspecto queimado, mas o rapaz estava com aquela mesma tranquilidade de sempre. Malu não estava contente, mas também não estava com a expressão séria de sempre, o que já daria pra considerar uma vitória.
— Bem vindos de volta. — disse Tupã — Aproveitem o jantar e descansem bem. Os deuses vão me atualizar a respeito do treinamento de vocês.
Estavam sentados a mesa, mas Manoel ainda não havia chegado. O jantar foi servido, mas Beto não achava certo começarem antes de estarem todos presentes.
— O que te preocupa? — Iago perguntou — Seu amigo deve estar treinando ainda, relaxa.
— Eu sei, mas... Bem... Não é estranho só faltar ele?
— Carol também não quis vir. — disse Sara — acho que não se sentia muito bem, foi para o quarto descansar.
— Eu vou atrás dele. — Beto se levantou e saiu.
Andou até os aposentos que os deuses haviam feito, o quarto com sete camas, mas somente Carol estava lá, deitada, olhando para o teto. Se virou ao ouvir a porta.
— Sinto muito incomodar, mas... — disse Beto — viu Manoel por aí?
— O vi atravessar a cachoeira, acho que o encontrará lá fora.
— Ele saiu? Bom, obrigado... — Beto ia sair, mas antes, virou-se pra ela — Você está bem? Não quer se juntar a nós no jantar?
— Agradeço a preocupação, mas não sou chegada a grupos grandes. Prefiro ficar um pouco sozinha.
— Ah... Tudo bem... Então até mais.
Ele saiu, atravessou a cachoeira, olhou em volta, aquele cenário de pedras, viu o pequeno rapaz sentado de costas, a cabeça baixa. Se aproximou dele com cuidado para não escorregar nas pedras:
— Manoel? Está tudo bem?
Ele se virou ao ouvir a voz, seus olhos estavam vermelhos, inchados de tanto chorar, a boca trêmula, mal conseguia falar. Beto parou, surpreso, mas em seguida deu mais um passo:
— O que fizeram com você? — perguntou preocupado
— Se afasta de mim! — Manoel gritou em prantos
Beto hesitou, então franziu a testa, fechou o punho:
— O que as deusas fizeram com você? — perguntou em um tom mais sério
— Não é culpa delas... — ele voltou a ficar de costas — É culpa minha... Tudo culpa minha...
— Manoel... — Beto deu mais um passo em direção a ele
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Os Guardiões de Tupã
AventuraTupã, o criador de tudo e deus do Trovão, está em guerra com seu arqui-inimigo Anhangá, deus do submundo. Para encontrar o equilíbrio, os guardiões precisam ser convocados.