capítulo 10

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Boa leitura

Meu coração está mais acelerado do que qualquer veículo, olho para o medidor de velocidade e a moto já está em cento e oitenta. Vejo um túnel e seguro firme no acelerador.

Pelo meio dos carros consigo ver a moto grande e exibicionista de um dos caras que está na corrida. A moto é linda, rápida, um perfeito sonho mas não adianta ter só beleza, ela é pesada, grande e não serve para corrida de rua.

Passo por ele e o vejo ficar desesperado. Ele não vai conseguir sair dali tão cedo. Um já foi, faltam dois.

O pior de ficar entrando em túnel é a parte de ter que desacelerar para depois voltar a correr.

No pique de adrenalina que estou agora, me sinto leve mas desnorteado ao mesmo tempo. E esse monte de buzinas só pioram tudo. Me esquivo de mais alguns carros e consigo ver a saída do lugar.

Olho uma última vez para trás, só para conferir se não tem ninguém na minha cola e solto um sorriso quando vejo que não.

Meu sorriso se torna maior quando mais na frente um pouco, vejo outro corredor. Passo a marcha de três para cinco e sinto minha moto alavancar.

Vou ultrapassando os carros até chegar na outra moto. Na hora em que o outro cara me viu ele arregalou os olhos, mesmo do outro lado da pista e com vários carros na nossa frente, eu tiro uma das mãos da embreagem e faço uma continência para ele.

Volto com a mão ao gidon e me concentro em ultrapassar mais esse. O que não é muito difícil, o cara quase bateu em um carro depois da minha saudação.

Dessa vez eu não olho para trás e me concentro para qualquer moto que corra mais do que o normal. Mas não aparece nada, eu sei que tem mais um, mas onde ele 'tá?

Escuto um barulho familiar atrás de mim e quase caio da moto, quando o último competidor aparece do meu lado. Sei que ele não me vê, por causa do capacete preto, mas eu consigo ver os olhos minúsculos dele pela viseira transparente.

Puxo a minha moto mais para a direita e volto a prestar atenção a corrida. Um carro vinha na direção dele, em um movimento rápido ele foi para a esquerda. Paro de olha-lo e puxo meu acelerador.

Já estamos chegando, só mais uma esquina. Entro com tudo na rua escura, que só é iluminada pelo letreiro em neon e os vários carros, com todos os tipos de pessoas possíveis.

Sinto o alívio quando vejo que o último cara ainda está entrando na rua, e que pelo segunda vez eu sou vencedor.

Quando ultrapasso a garota com o lenço na mão, freio a moto e coloco o pé no chão, sinto o solado grosso da bota ser desgastado. O pneu da moto arrasta no chão e eu dou um giro de cento e oitenta com ela. Depois que eu acabo de fazer o zerinho uma moto para bem na minha frente. O cara com capacete de branco.

Mas a minha visão é bloqueada pela porrada de gente que aparece envolta da moto, igual nas últimas vezes, pouco a pouco vão chegando as outras motos. O cara de capacete branco com a viseira transparente, não me cumprimentou como os outros corredores.

O Yeonjun veio correndo com o pacote de papel marrom na minha direção. Eu não tive reação quando ele me abraçou e fez um toque de mão sozinho, porque eu não saberia fazer.

- Sabia que foi uma boa escolha apostar em você. - Ele abre o pacote e arruma o dinheiro como se fosse um leque. Acabo rindo das dancinhas e carretas que ele faz com o leque de dinheiro.

- Tá bom o Marylin Monroe, agora parte disso aí é meu. - Pego o leque da mão dele e divido o dinheiro. Meu coração ainda está acelerado e o sangue circula o meu corpo muito mais rápido do que o normal.

M O O N D U S T - Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora